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O dia 18 foi para deixar o cérebro em liberdade ver desfilar as imagens mais marcantes que nestes últimos dias captou e que jamais esquecerá. Uma madrugada marcada pela despedida da Carla que às 04h partiu de Quelimane com destino a Nampula, resultou daí que não houve sono nessa manhã. Depois passou-se um dia caseiro a culminar com um jantar à salvadorenho que a Ema confeccionou. E a ver fotografias maravilhosas, e outras que só o pensar nelas provoca tristeza e compaixão como, por exemplo, olhar esta relíquia histórica de 1800, que foi Sé Catedral até 1974, e hoje, em ruínas, abandonada em plena marginal, frente ao rio Bons Sinais. A Diocese de Quelimane foi criada a 06 de Outubro de 1954.
Colunata que mostra o abandono em que se encontra este templo sagrado que sem favor merecia honras de monumento protegido.
Como a anterior, também a "Sé Nova" de Quelimane, de 1974, é consagrada a Nossa Senhora do Livramento, já a precisar de obras de conservação antes que lhe aconteça o mesmo que sucedeu à antiga.
No dia 19, às 07h, já o Paulo Alberto - aqui na foto junto ao muro da Sé Nova - tinha deixado a sua família, esposa e filhos, em Torone Velho , e montado na sua “ginga” chegado à rua Mao Tse Tung, onde aguardava que lhe abrissem a porta para receber os recados e ir às compras habituais. Desta vez apeteceu-me fazer-lhe companhia na volta da manhã, e assim ficar a conhecer algumas das modestas lojas comercias e o chão, onde espalhados, se vendem os jornais.
Nesse dia comprei o Diário da Zambézia que por curiosidade até se diz Mensal. Só depois reparei que era o primeiro número, e tinha a data de 25 de Junho. Também o editorial explicava o porquê “ Inicialmente, uma vez por mês, sairemos à rua em formato de tablóide, até um dia chegarmos a diário”. Faço votos que sim, Moçambique carece de boa informação, livre e imparcial, que denuncie a corrupção e os corruptos, por forma a abrir os olhos a um povo que não precisa de artigos muito grandes para perceber, mas de noticias curtas e perceptíveis.
No regresso aos aposentos aproveitamos para ao passar pela Sé Catedral, vizinha do campo do Sporting de Quelimane, tirar uma foto ao Paulo e prosseguindo caminho, entrar no "mercado", onde de vestir e calçar não falta que vender. Assim hajam meticais.
Daqui não saio, daqui ninguem metira....O sol nesse dia começou cedo a queimar, e quando assim é a sombra é um regalo. Até no "mercado".
O artesanato regional faz-se ali representar à mistura com muita chinesice... como cá, e até na China.
Tudo quanto em feira possa ter compradores ali se vende, em barracas que pela negativa nada têm a ver com as da Feira do Artesanato, em Maputo. Também neste aspecto, lá como cá. Maputo é Moçambique e o resto é machamba reles.
Já naquela Avenida, vizinha dos meus aposentos e que conduz directamente ao Porto de Pesca, só temos que virar na primeira rua à esquerda e em casa dar pão a quem tem fome.
Na rua se encarregou a chuva de fazer poças de água e dar de beber a quem tem sede, por quanto tempo se vão manter é uma incógnita que compete aos autarcas quelimanenses dar resposta