Hoje é Dia de Camões e por consequência Dia de Portugal. Já lá vai o tempo em que esta data era festejada com ardor e sentida portugalidade, presentemente é mais um dia feriado em que os políticos se passeiam e condecoram os seus amigalhaços.

          Não fora o meu amigo jofrealves, em datas na história, de um dos seus blogs, me ter despertado interesse, nem à data fazia qualquer referência. Mas uma vez que aconteceu apenas relembro que "tal como Camões lutou freneticamente pela vida e pelos cantos, contra ventos e marés nos mares do Oriente, trazendo-nos os Lusíadas, também todos nós devemos dar um sinal de mais esforço, para que o nosso país se salve deste mar revolto em que se ancontra".

          Que seja essa a mensagem a deixar  hoje, pelo Presidente da República, em Viana do Castelo, onde vai decorrer este ano a comemoração oficial da efeméride. Eu se lá fosse, seria mais para visitar o navio Gil Eanes, ancorado na antiga doca do porto de mar de Viana do Castelo, esplêndida Pousada da Juventude e um verdadeiro ex-líbris da cidade que, foi durante muitos anos, navio - hospital dos pescadores de bacalhau, dispondo de 57 camas e uma sala de convívio.  E assim também, à minha maneira - sem medalhas, nem discursos - prestar saudosa homenagem ao meu amigo Dr. Canhão, que durante muitos anos foi médico nesse navio, do qual hoje  vão ouvir falar, graças a  Camões. 

             A época normal das altas temperaturas este ano não foi favorável nem aos incêndios, nem aos incendiários. A todos enganou inclusive ao próprio governo que tinha prometido combater e diminuir com toda a eficiência esta praga que anualmente se abate sobre a nossa floresta. Chegou-se ao fim da época e feitas a contas  as promessas do governo estavam cumpridas. De facto os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro foram um sossego para quem tem a missão de no terreno combater os fogos. 

           Bem instalado em seus gabinetes  o  governo deu-se  por satisfeito e mandou recolher à procedência as equipas de vigilância que só durante o Verão é costume serem mobilizadas.  Ora acontece  que  nas condições atmosféricas os governantes não têm qualquer poder senão o de poluir cada vez mais o ambiente, e entretanto  chega o Outono e com ele uma vaga de calor que foi quanto bastou para pôr uma vez mais Portugal em chamas e em pé de igualdade com os anos anteriores. Além da floresta, perderam-se vidas e até um helicóptero.

          Promessas vãs....