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Portugal, minha terra.

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Portugal, minha terra.

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25.07.14

Eles é que são amigos.....

aquimetem, Falar disto e daquilo

 

 Uma noticia que li no Metro, de Quinta-feira, 24 de Julho, tinha como cabeçalho o titulo: Moçambique - China a destruir florestas tropicais.

          E o texto dava conta:  “Quase toda a madeira que a China importa de Moçambique (93%) advém de abates ilegais, colocando o desbaste nas florestas para lá dos níveis sustentáveis, informa um relatório da Agencia de Investigação Ambiental ( EIA, na sigla em inglês). De acordo o relatório, divulgado por aquela ONG do Reino Unido, a China é a responsável numero um pela destruição das florestas tropicais em Moçambique e, se os volumes de abate exclusivo continuarem, as reservas comerciais estarão quase esgotadas nos próximos 15 anos, avisa-se. A EIA exige ainda suspensão imediata de todas as exportações de madeira de Moçambique, para garantir que se reúnam condições sustentáveis para consumo e comercio dos recursos florestais do país”.  

          Infelizmente tudo isto é verdade, e vem confirmar o que sob o titulo “A ver navios…” expressei em post de 26 de Julho de 2011, a quando duma estadia que fiz em Quelimane, uma das regiões mais afectadas por esta praga….e relatei:

          “Na pesca uma razoável industria actua na captura de peixe e crustáceos, destacando-se nessa área o papel predominante de uma conceituada empresa de produção e exportação de camarão, com fabrica e viveiros na ilha Eracamba, frente ao Porto de Pesca de Quelimane. Como esta outra das potencialidades económicas muito importante da região é a madeira das suas matas do interior, que com as rasteiras e verdejantes plantas do famoso chá de Gurué, e as do algodão, também junto à costa os extensos palmares, fonte produtora de coco e copra, que adornam a paisagem a caminho de Niacoadela, são parte do todo que dá vida e cor a toda uma província que em anfiteatro sobre o Indico encanta e seduz quem por ali passe. E a propósito de madeiras, recordo uma reportagem que li, no semanário Savana, do passado dia 8, em que relata o crime de lesa lei que acoberto de responsáveis políticos, funcionários e autoridades locais se vem praticando por todo o país, mas com mais evidência no distrito de Mocuba, onde em particular o pau-ferro, umbila, jambila e chanfuta árvores valiosas e em extinção que por “pisteiros” identificadas na floresta são abatidas e em toros transportadas até ao porto donde embarcam rumo à China, deixando a floresta empobrecida e depenada, com os moçambicanos a ver navios....”

17.11.11

Dar resposta

aquimetem, Falar disto e daquilo

  

          O dia 18 foi para deixar o cérebro em liberdade ver desfilar as imagens mais marcantes que nestes últimos dias captou e que jamais esquecerá. Uma madrugada marcada pela despedida da Carla que às 04h partiu de Quelimane com destino a Nampula, resultou daí que não houve sono nessa manhã. Depois passou-se um dia caseiro a culminar com um jantar à salvadorenho que a Ema confeccionou. E a ver fotografias maravilhosas, e outras que só o pensar nelas provoca tristeza e compaixão como, por exemplo, olhar esta relíquia histórica de 1800, que foi Sé Catedral até 1974, e hoje, em ruínas, abandonada em plena marginal, frente ao rio Bons Sinais. A Diocese de Quelimane foi criada a 06 de Outubro de 1954. 

           Colunata que mostra o abandono em que se encontra este templo sagrado que sem favor merecia honras de monumento protegido.

 

           Como a anterior, também a "Sé Nova" de Quelimane, de 1974, é consagrada a Nossa Senhora do Livramento, já a precisar de obras de conservação antes que lhe aconteça o mesmo que sucedeu à antiga.

 

          No dia 19, às 07h, já o Paulo Alberto - aqui na foto junto ao muro da Sé Nova - tinha deixado a sua família, esposa e filhos, em Torone Velho , e montado na sua “ginga”  chegado à rua Mao Tse Tung, onde aguardava que lhe abrissem a porta para receber os recados e ir às compras habituais. Desta vez apeteceu-me fazer-lhe companhia na volta da manhã, e assim ficar a conhecer algumas das modestas lojas comercias e o chão, onde espalhados, se vendem os jornais.

          Nesse dia comprei o Diário da Zambézia que por curiosidade até se diz Mensal. Só depois reparei que era o primeiro número, e tinha a data de 25 de Junho. Também o editorial explicava o porquê “ Inicialmente, uma vez por mês, sairemos à rua em formato de tablóide, até um dia chegarmos a diário”. Faço votos que sim,  Moçambique carece de boa informação, livre e imparcial, que denuncie a corrupção e os corruptos, por forma a abrir os olhos a um povo que não precisa de artigos muito grandes para perceber, mas de noticias curtas e perceptíveis.

 

          No regresso aos aposentos aproveitamos para ao passar pela Sé Catedral, vizinha do campo do Sporting de Quelimane, tirar uma foto ao Paulo e prosseguindo caminho, entrar no "mercado", onde de vestir e calçar não falta que vender. Assim hajam meticais.

          Daqui não saio, daqui ninguem metira....O sol nesse dia começou cedo a queimar, e quando assim é a sombra é um regalo. Até no "mercado".

 

           O artesanato regional  faz-se ali representar à mistura com muita chinesice... como cá, e até na China.

 

           Tudo quanto em feira possa ter compradores ali se vende, em barracas que pela negativa nada têm a ver com as da Feira do Artesanato, em Maputo. Também neste aspecto, lá como cá. Maputo é Moçambique e o resto é machamba reles.

           Já naquela Avenida, vizinha dos meus aposentos e que conduz directamente ao Porto de Pesca, só temos que virar na primeira rua à esquerda e em casa dar pão a quem tem fome.  

 

            Na rua se encarregou a chuva de fazer poças de água e dar de beber a quem tem sede, por quanto tempo se vão manter é uma incógnita que compete aos autarcas quelimanenses dar resposta

03.11.11

A água de Vumba!

aquimetem, Falar disto e daquilo

          Do modo como esse dia 15 foi aproveitado, além do que já ficou exposto junto mais uma série de imagens recolhidas no percurso de regresso a casa,  e que vou procurar legendar para assim melhor poderem ser apreciadas, e no espaço localizadas.   

 

          De volta em direcção ao Porto de Pesca, porque o trabalho estava feito e o bom tempo convidava a gastá-lo da melhor forma, um passeio mais demorado dado à moda da terra, “ devagar, devagarinho”, foi o que fiz. Caminhando pela Avenida Marginal fora, até porque andar além de salutar digestivo é um tónico que fortalece a alma e agrada à retina.  Aqui quase junto a uma repartição do Ministério da Marinha e perto do restaurante,  foi  onde esperei, antes de escolher mesa, pelo resto da companhia, desde manhã cedo ocupada no escritório.

 

          No meio do mangal que margina o rio, embarcações como esta, e muito lixo também, têm aqui a sua ultima morada, com os esqueletos à mostra e a provocarem mau aspecto e cheiro pouco agradável em alguns pontos desta zona que é a mais atraente de Quelimane.

           O mesmo local, junto ao encordouro das  embarcações, visto noutra  perspectiva.

           Os coqueiros são árvores da família Palmae (Arecaceae) que abundam por toda a cidade e cujo fruto consta de um epicarpo, camada fina, que cobre o mesocarpo fibroso, formando a casca do "coco"(com aproximadamente 5 cm de espessura)dependendo da variedade. Por baixo desta, encontra-se o endocarpo lenhoso ou quenga.

           Outra perspectiva da Marginal recolhida de costas viradas para as ruínas da antiga sé catedral .

 

           A ladear a Avenida, de um lado os imóveis e recantos ajardinados em agonia à espera de restauração e alindamento; do ouro, as margens de um rio rico em pescado de qualidade e condições excelentes de navegabilidade, como em post intitulado "Não sou de cá" de 30 de Julho pp, aludi, revestidas de mangal que parece tudo à sua volta sufocou.  Deixamos a Marginal, aqui junto ao Porto de Pesca, e vamos apressar o passo que o dia amanhã promete.

 

           Tempo para ainda passar pela Praça dos Heróis, o centro da capital da Zambéziia

 

          ......e mais adiante fotografar mais um coqueiro

           Já em casa e após o jantar, ocorreu-me fazer esta foto, e com ela comparar o mesmo que aconteceu com Portugal, após o 25 de Abril : toda a nossa gente entra na moda e vai de usar produtos importados, desde os alimentos aos utensílios. Resultado, economia falida e troika em acção.... Moçambique tem outras potencialidades que não as nossas, mas não é gratificante para um país com condições para se abastecer com abundância e exportar os seus produtos agrícolas, apareça neste figurino alimentar com  nescafé, azeite e leite da África do Sul, vinho do Chile e de Moçabique apenas a água de Vumba!

30.10.11

Corvo de pescoço branco

aquimetem, Falar disto e daquilo

 

          O dia 15, sexta-feira, foi mais um dos dias especiais a marcar a minha estadia em Quelimane. A visita da Carla convidou a um almoço fora de casa, e o restaurante das piscinas, na marginal, foi o lugar escolhido para essa refeição. Com a ilha de Eracamba em frente, onde o bom camarão é produzido em volume industrial e exportado mundo fora, nada melhor para abrir o apetite

 

          Esta ilha de Eracamba, que não visitei, além da fabrica do camarão é dotada com enormes  palmares, uma das potencialidades económicas da Zambézia, como as demais muito mal aproveitada actualmente.

 

          Uma marginal digna de apreciar, pese o mau trato dado ao património urbano que adorna um dos principais pontos de interesse turístico de Quelimane, aformosada pela bacia do Bons Sinais. Tem faltado aqui o engenho e arte do poder central para abrir as portas à iniciativa privada e deixar trabalhar quem sabe e tem capacidade para administrar e gerir empreendimentos que produzam riqueza e bem-estar social venham de onde vierem tais iniciativas. Já fazem muito, os governantes, ocupando-se daquilo que compete aos órgãos de soberania: exercer o poder em nome do povo, a quem devem prestar contas, designadamente nas eleições livres. E sem embaraços deixar que o povo ponha os seus talentos a render, servindo a comunidade local e consequentemente o todo moçambicano. 

 

 Os muitos edifícios que por abandonados, jazem desabitados ou mal ocupados se restaurados e de cara lavada postos à venda por certo que tinham compradores e a marginal ganharia aquela dinâmica e animação que já teve e perdeu. 

 

           Até os poucos imóveis que estão ao serviço da comunidade, são pobremente cuidados, a falta de tinta e certamente de pintores também torna as coisas muito negras. Não é por falta de água.

 

          Pelo passeio da marginal, aí vai ele ao encontro das ruínas da Sé Velha, vergonha de uma cidade e dos responsáveis pela conservação do património histórico-cultural

           Fachada principal da igreja que foi Sé Catedral de Quelimane

 

          Interior da antiga Sé Catedral de Quelimane, na marginal do rio Bons Sinais

 

          De regresso aos aposentos houve tempo para uma paragem na Praça dos Heróis e recolher uma imagem da estrela de cinco pontas ali erecta, um dos elementos que faz parte da bandeira moçambicana, onde figura de cor dourada. Estrela que simboliza a solidariedade entre os povos e que infelizmente ainda está  muito longe de vermos alcançado. Que entretanto seja conseguido, e antes que nasçam os dentes a este destemido corvo de pescoço branco

28.10.11

Mostrar e vender

aquimetem, Falar disto e daquilo

          No dia 11, segunda-feira, acordei com sol, eram 08h45. Já nenhum preguiçoso a essa hora dormia, pois o barulho de quem labuta há muito havia acordado a cidade. Mas eu tinha o trabalho feito, e o que faltava fazer estava a cargo do Paulo Alberto, um diligente encarregado dos serviços domésticos da casa que por mais que uma vez foi meu cicerone e guia nos curtos passeios que dei pelos cantos da cidade. Se um dia voltasse a Quelimane não me vinha embora sem o procurar na paróquia da Sagrada Família ou mas exactamente no Bairro Torone Velho, onde reside este generoso africano de Mugeba, para lhe dar o meu abraço e manifestar a minha consideração.

          Mesmo que passe ou abrande, no terreno, a chuva deixa marcas que ficam expostas dias e até semanas nas ruas de Quelimane; como se vê aqui e eu pude testemunhar, mesmo na rua do imóvel que foi meu acolhimento na rainha dos palmares ou capital da Zambézia. Seis dias depois da chuva passar, ainda era assim em muitas artérias da cidade.

          Só no dia 14 é que o sol apareceu com disposição para assentar arraiais e permitir que eu pudesse aproveitar os últimos dias da minha estadia na capital da Zambézia para com mais luz e brilho solar apreciar o muito que a cidade tem para mostrar, embora nem tudo agrade aos olhos de quem desejava ver as ruas e o património arquitectónico mais protegido e honrado. É questão de tempo, suponho. 

 

           Dormir, ler, fazer palavras cruzadas, ver a RTP- ÁFRICA e deglotir os exóticos petiscos confeccionados pelas  operacionais cozinheiras Gisela e Ema, foi o que em boa parte nos serviu de ocupação nesse lapso. Como no dia anterior a chuva no dia 13 continuou a incomodar, forçando à retenção em casa, e ao aproveitamento do tempo, até de barriga para cima..., como aqui.

 

           Mas tudo graças ao labor do Paulo Alberto que, alimentando uma tradição local, nas tarefas domesticas compete e dá cartas ao sexo feminino no que seja cuidar das roupas e arrumação da casa.

 

          De realce apenas recordo que no dia 11 fiz um post sobre a Ilha de Moçambique; no dia 13 fazia anos o Hugo Lopes, e Sr Padre Abel aos quais telefonei a dar os parabéns. Na tarde desse dia chegou do Maputo, em passeio, a Carla, uma amiga da Gisela que connosco passou um fim de semana. Foi esta portuguesa, radicada no Maputo, quem com a sua simpatia mais parece veio anunciar e trazer o bom tempo que faltava para melhor se poder ver algo mais do muito que Moçambique tem para ver e em termos turísticos mostrar e vender.

24.10.11

Aos senhores políticos!

aquimetem, Falar disto e daquilo

          Outro dia sim senhor, mas com muita chuva que me obrigou a ficar o dia todo encerrado em casa, o mesmo acontecendo no dia 8. Só não fez como eu quem por força de compromissos e deveres profissionais foi impedido de fugir à molhadela.

         Corrupção de baixo ao mais alto nível, denuncia a Savana

          A critica fina e apurada, de Fernando Manuel

 

           Para os que teimam em dizer que neste região de África só existem duas estações do ano, aqui deixo documentado o contrário. Como em Portugal, existem as 4 Estações: Primavera (1 de Set. - 30 de Nov.); Verão (1 de Dez. - fim de Fev.); Outono ( 1 de Março - 31 de Maio); Inverno ( 1 de Junho - 31de Agosto). Vem registado aqui em Guia do  Kruger National Park, que se ampliado se vê bem.

 

          Ler e ver a chuva cair foi a minha ocupação, monotonia quebrada nessa manhã com o regresso da minha anfitriã e com um jantar de aniversário confeccionado pela Ema em honra do seu compatriota Giovani, cidadãos salvadorenhos a trabalhar em Moçambique.

 

          Muito familiar e animado jantar de sabores salvadorenhos

 

            Igreja de N.S. do Livramento (Sé Catedral de Quelimane)

          Só no dia 10, apesar da chuva continuar a dar poucas oportunidades a quem se atreva a andar na rua, peguei de mim e sai de casa em demanda da Sé Catedral de Quelimane, consagrada a Nossa Senhora do Livramento. Não fica longe, mas nem o esburacado das ruas ajuda e muitos menos os charcos de água que neles se formam são convidativos. Igreja moderna, mas já a pedir obras de conservação, os efeitos da chuva, que abundante pingava na capela do Santíssimo Sacramento, estão espelhados em todo o interior do templo. E é pena porque se trata de um dos principais monumentos da cidade e que serve uma considerável comunidade cristã ao serviço da sociedade quelimanense.  Quando e onde as coisas de Deus não são cuidadas,  as humanas tendem a  abandalhar-se. Não se abandalhem, peço, aos senhores políticos!

21.10.11

Amanhã é outro dia

aquimetem, Falar disto e daquilo

 

          No dia 6,  depois de uma manhã muito chuvosa, a tarde apresentou-se soalheira e convidativa para mais uma ronda pela cidade. Sozinhos em casa, mas com instruções para administrar o tempo da tarde, após o almoço um passeio até à marginal, além de saudável é também cultural e enriquecedor. Acompanhado da minha cara-metade eis-nos rua a baixo em direcção ao Bons Sinais.

          Um belo jardim paralelo ao porto de pesca compensa o mau aspecto dos arruamentos e imóveis de um cidade que merecia mais atenção por parte dos responsáveis políticos do país, até porque tem potencialidades para explorar e fazer render in loco.

 

         Cidade de ruas bem projectadas e longas, que na sua maioria apontam em direcção à marginal, não é por isso difícil a orientação na urbe. Apenas ter atenção ao ponto de partida e chegada para depois regressar pelo mesmo trajecto. 

          Mas para melhor desfrutar os encantos do espaço vamos atravessar a marginal e do lado oposto mais de perto ver o rio.

 

          O porto de pesca que já foi dos mais importantes da região quando Moçambique era colónia portuguesa, hoje é uma sombra do que foi então, com culpas para os responsáveis pela falta de meios de escoamento que afectam a actvidade piscatória, agrícola, comercial e industrial da cidade e de toda a província da Zambézia.À volta desta questão recolhi do site http://xirico.com/c_htm/tri esta interessante achega que com a devida vénia transcrevo: " A Zambézia é provavelmente a província moçambicana com mais potencial de desenvolvimento, clima propício para a agricultura e população bem integrada e sem atritos sociais. É pena que o poder central ande distraído ou não tenha capacidade para gerir tamanha riqueza". Concordo plenamente, e ao Xirico dou os meus sinceros parabéns por de Moçambique tanto saber e relatar.

 

           Um passadiço deserto que conduz ao cais de embarque, mostra a monotonia de um espaço que pela sua localização e beleza envolvente é dos mais sedutores  da cidade.

           Batelões de drenagem e alguns poucos barcos de pesca

           O que sobra a poucos, muitos aproveitam para sobreviver e nas lixeiras se vão abastecer

 

           A marginal

 

           E antes que chova toca a regressar aos aposentos que amanhã é outro  dia

19.10.11

Prova evidente

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          O dia 5, 3ª-feira, culminou com um jantar no restaurante das piscinas, na marginal; e além do dito, ficou também da data a recordação do começo de uma série de dias chuvosos que se prolongou até ao dia 13.    

 

           Acordei com o barulho da chuva a bater na janela eram 07h00, embora a essa hora já em casa houvesse gente a cuidar do pequeno almoço para ir para o escritório, nessa manhã a chuva foi o meu despertador.

          Foi também o dia em que  dispus de internet e assim pude alinhavar o meu primeiro post a respeito desta minha viagem a terras africanas o qual intitulei “Um abraço de Moçambique”.

          Entretanto aproveitar os intervalos sualheiros para percorrer as ruas de uma cidade carecida de paredes limpas e buracos tapados com pedra e alcatrão foi o que procurei fazer logo nesse dia muito bem passado.

 

          Capital da província da Zambézia e importante porto de cabotagem moçambicano, Quelimane situa-se no Centro/Norte do país e tem como limites: a  norte, as províncias de Nampula e Niassa; a sul Sofala, a oeste o Malawi e a província de Tete; e a leste o Oceano Indico. Em post intitulado Quelimane, aqui publicado a 20/7 são feitas referências à volta da origem do topónimo desta cidade que dizem foi nela que Vasco da Gama encontrou a certeza de estar na rota certa para a Índia.

 

          Do que fica dito as imagens recolhidas e que servem de ilustração ao presente post ajudam a ter desta cidade que já foi das mais prosperas de Moçambique um retrato aproximado do seu aspecto actual. 

 

          Que os portugueses deixaram obra feita, as amplas avenidas e construções  seguras da urbe são disso prova evidente. As fotos falam por si.

 

 

12.10.11

O dia amanhece cedo

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          Não há bem que sempre dure, nem mal que não acabe. De certa forma o adágio pode aplicar-se aqui se tomado em conta o que foram os primeiros 10 dias de estadia em Moçambique a  percorrer o país de lés a lés fazendo escala nos mais sedutores pontos de referência que de Maputo a Cabo Delegado são atractivo turístico.

          No dia 4 a minha anfitriã deixou de ter vagar para durante o dia nos fazer companhia e mostrar a cidade, as férias haviam terminado e a Drª. Gisela não brinca em serviço. Aqui a razão do “não há bem que sempre dure”. A partir do dia 2 de Julho vai ser nesta mesa que vou passar a comer a maior parte das refeições enquanto residente em Quelimane.

          Das curiosidades detectadas relato uma que um “cartucho” da alfacinha Casa Pereira, exposto no louceiro da sala de jantar da casa, me despertou ao confundir com  Costa Pereira, motivo porque sorrateiramente o fotografei, e só quando dei pelo engano revelei o atrevimento para todos se rirem à minha custa.

          A malária, ou paludismo é uma doença infecciosa que dizem mata uma criança africana em cada 30 segundos, transmitida pela picada de um mosquito do género anopheles fêmea. Para durante a noite não se ser incomodado por estes protozoários parasitas são montados nos quartos de dormir de certas  zonas tropicais  mosqueteiros (redes)  como este a envolver o leito para evitar o contacto e a picadela do insecto.

           Depois de tanto viajar e percorrer distâncias, o sossego e simplicidade de uma mansão familiar veio como ouro sobre azul, sobretudo pela presença da filha junto de nós e a permissão de após as 17h30 o pai estar autorizado a entrar no escritório dispondo da Internet até à hora de jantar. Ainda que muito lenta consigui mesmo assim fazer uma série de posts que a seu tempo foram divulgados já.     

 

          Por causa dos tais mosquitos as portas e janelas de muitas habitações africanas são forradas de rede mosquiteira para impedir a entrada das melgas no interior da casa, assim como também é recomendado o uso de um repelente farmacêutico para quem distraído se expõe sujeito às picadelas. Neste recatado espaço passei algumas das muitas horas de estadia na capital da Zambézia. Mas com o repelente sempre em acção.  

          A noite de 2 para 3 de Julho, Domingo, foi um excelente tónico para mim, mas em particular para quem na 2ª-feira, dia 4, teve que retomar a sua actividade profissional como foi o caso da minha anfitriã. Manhã cedo aqui a temos já operacional no jipe que pertence ao projecto de que é a directora. Em  África o dia amanhece cedo.

29.09.11

Abancar em Quelimane.

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          Junto à fortaleza de São Sebastião avista-se lá ao largo a ilha de Goa, com seu farol e uma boa praia de areia branca.  E é  lançando mão de todo um conjunto de motivos e circunstâncias que envolvem um espaço que Portugal tornou conhecido e construiu obra digna do apreço universal que me despeço e atrevo a fazer uma breve descrição à volta desta ilha que Vasco da Gama descobriu e Camões cantou, para eu agora visitar.  Pese o mais que adiante não passar de mera  retórica e pouco mais do que roubar tempo aos leitores, pois muitos mestres com saber e arte já se anteciparam no historiar da ilha que em 1899  Mouzinho da Silveira realçava: " A baia de Mussuril, com a Ilha de Moçambique, que lhe serve de quebra-mar e as pequenas ilhas de Goa e Sena para facilitar as conhecenças, é um dos melhores portos de toda a costa e está bem farolada e balizada". A propósito destas duas ilhotas uma transcrição de 1600 que consta na Revista Militar, de  23 de Fev, pp, reza: " Se quiseres entrar em Moçambique (Ilha) deixa as ilhas de São Jorge (Goa) e Santiago (Sena) da banda de sudoeste e alarga-te de São Jorge à vista, irás por 6 braças e 7 , e vai de ló, de maneira que vás com a proa da nau em um areal que está de Nossa Senhora do Baluarte para o sudoeste".

           Cruzeiro vizinho da igreja e fortim de Santo António, a encobrir a ilha de Sena que mal se vislumbra lá ao fundo.  

 

           Na ilha não há palmo de terra que a história local ignore e não tenha já assinalado com um monumento ou arrolado e feito registo do que a tradição oral captou. Perto da fortaleza e igreja de NS do Baluarte fica este monumento que na via pública recorda alguém importante que ali morreu ou teve sepultura, creio. 

           Pela mesma ponte por onde entrei e que liga a ilha com a terra firme me despedi, por Lumbo, da baia do Mussuril

           ...... para estrada fora, rodar em demanda de Nampula: A Rainha do Norte de Moçambique.      

           Catedral de Nampula, consagrada a Nossa Senhora de Fátima foi a primeira deste evocação  em todo o mundo; com pomposa inauguração presidida pelo Cardeal D. Teodósio Clemente de Gouveia, a 23 de Agosto de 1956. 

          Com cerca de 200km percorridos parei no planalto para também admirar o centro da cidade capital da província do mesmo nome e num bar deste centro comercial de Nampula tomar um cafezinho e prosseguir viagem até Quelimane que fica logo mais à frente... cerca de 600km!

          Nampula conheceu a presença portuguesa em África apenas quando em 1907 uma expedição da armada portuguesa acampou na sanzala do régulo Uampula (Nampula) e ali construiu um posto militar. Só a partir de então, e desse posto, começou o domínio colonial, não tardando a que logo de seguida 44 régulos tenham sido subjugados. A sua situação geográfica como ponto estratégico valeu-lhe um cativar as atenções das esferas políticas e militares que rápido e progressivamente a transformaram numa das principais cidades de Moçambique.

         Cercada de picos rochosos e gozando de um clima tropical húmido temperado, a cidade de "Nampula é o nó de ligação para as capitais das províncias de Cabo Delegado, Niassa e Zambézia, contribuindo para isso a linha do caminho de ferro que por ali passa (Nacala - Malawi), as ligações por estrada que ali se cruzam e o seu aeroporto internacional". A criação da Diocese, em Setembro de 1940, foi um dos factores decisivos na promoção cultural da vila que logo decorridos 16 anos, em Agosto de 1956, vai ser elevada a cidade. Já na década de 40 havia também sido dotada com Comarca do que resultou a partir daí deixar de ter qualquer submissão administrativa à Ilha de Moçambique, mas pelo contrário na condição de capital de província passar a cidade dominante. E no dizer do Professor Manuel Mendes de Araújo, em Finisterras; e ao que  consta no site VIAJANDO...e vendo!: na hoje 3ª mais importante cidade moçambicana. 

 

          Como em post de 20 de Julho dei conta, após deixar a cidade de Nampula arranquei montanha a cima em direcção a Murrupula, maravilhado com a imponência da paisagem e a riqueza desta província que até em cidades bate o recorde, tem quatro: Ilha de Moçambique, Nampula, Nacala e Angoche.   

  

          No campo é que faz pena! Tanta terra arável e mata frondosa entregue aos bichos... em vez de entregue a quem disposto a produzir riqueza para todos ponha ali em prática o exemplo da formiga responsável por construções do tipo exemplificado nesta foto. É partilhando deste avolumado cenário montado pela natureza que após alcançar o Alto Ligonha se dá entrada na província da Zambézia

 

          Descendo do Alto Molócué por Nipiodi, Nampevo e Mugeba demos connosco atravessando Mocuba, uma das mais importantes urbes da província da Zambézia, que marginada pelo rio Licungo é capital de um distrito e sede de município onde a etnia macua como na província vizinha de Nampula é dominante.

           Para já noite cerrada, faz-se noite cerca das 17h30, com 800km percorridos abancar em Quelimane.

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