sem trabalho, não há progresso.
Casa do caseiro junto ao portão.
Mais uma vez vim gozar dos encantos da paisagem alentejana com que em concreto o Criador dotou aqui a terra de São João de Deus: Montemor-o-Novo.
Integrado num grupo de pessoas que como eu costumam de tempos a tempos dar um pouco de repouso ao corpo e ao espírito o alimento apropriado de que ele carece para não embrutecer, permaneci durante três dias no Centro de Convívios Almansor.
Pomar da quinta e Centro de Convívios
Nesta altura do ano o Alentejo tem uma beleza especial, bem diferente daquela que no pino do Verão lhe cresta a paisagem e a transforma na cor do ouro. Dá gosto, na Primavera, percorrer toda esta extensa planura que já foi o celeiro de Portugal e ver as constantes metamorfoses que rapidamente se dão em todos os sectores da paisagem rural alentejana, tornando-a semelhante ou ainda mais atraente que qualquer outra das nossas regiões.
Vinha da quinta
Além da beleza paisagística, o Alentejo continua a ser uma das regiões mais ricas de País, assim cuide das terras quem as tem e sabe fazê-las produzir. Não só como celeiro, a região presta-se, como as melhores, para vinha, olival e pomar.
Faval da quinta
Assim, não se pense que o Alentejo apenas serve para semear trigo, criar gado e produzir cortiça. Tudo isso e muito mais do que isso! Vinho com tanta qualidade como o do Douro ou das Beiras cultiva-se ali, e em relação a outros produtos como frutas, hortas e azeite, sucede o mesmo.
Terreno de semeadura virado ao Castelo
Sem disponibilidade para nesta deslocação me deliciar a percorrer numa extensão maior o que de belo e rico tem para mostrar o solo alentejano, sirvo-me da mostra que em resumo a quinta, muito bem cuidada, dá nesta ocasião da sedutora imagem dum Alentejo primaveril.
NS de Quito
Aqui com a vantagem de nos curtos passeios pela quinta poder também encontrar além dos jardins, das hortas, dos pomares, da vinha e da mata, sítios reservados para peças de arte muito valiosas como esta de Nossa Senhora de Quito cuja história, muito resumida, consta em moldura ao lado.
Moldura com a história da imagem de NS de Quito e da
oferta que dela fez ao Centro de Convívios Almansor, o actual
Prelado do Opus Dei.
Entrei com sol, no pátio da quinta, no dia 10, e saí pelo mesmo portão, no dia 13, com chuva, que neste tempo é ouro para todos os lavradores, mas sobretudo para os alentejanos que no Verão carecem dela.
Chuva por rara, aqui é ouro das quintas e montes alentejanos
Pela Rua Horta das Almas regressei ao normal da vida corrente, mas com as baterias agora mais carregadas, vamos a ver por quanto tempo... Fora e junto aos muros do Almansor, este empreendimento urbanístico, prova de um Montemor-o-Novo que não quer envelhecer. Mas para isso convém não pensar como certo barbeiro lá do burgo que quando lhe disseram que com instalação do Centro de Convívios a terra ia ter mais movimento de pessoas, e provavelmente mais clientes, foi dizendo que deixassem a terra em paz, pois trabalho já ele tinha que chegasse. São formas de ver e pensar, mas sem trabalho não há progresso.
Empreendimento urbanístico da Horta das Almas