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Portugal, minha terra.

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Portugal, minha terra.

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30.11.18

A cidadania em plenitude

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte:

A cidadania é a arte, a forma de viver e de conviver, o sistema das conveniências ou das desvantagens de cada habitante da cidade.
Daniel Freitas recuou aos tempos áureos do império romano. Platão, Sócrates e Aristóteles viveram cinco séculos antes de Cristo. E foram eles que ensinaram os cidadãos a viver e a conviver, entre si e entre todos aqueles que se lhes seguiram.
Fala-se hoje, à boca cheia, em democracia, em republicanismo, em igualdade, em justiça e em paz social. Mas estes chavões não são de agora. Muito menos são exclusivos daqueles que usam e abusam da política, apregoando-a nos parlamentos, fazendo carreirismo, nas autarquias, nos cargos públicos.
Alegam os mais ocos de corpo e alma que política é a arte de governar. Apregoam que é através da política e das políticas que se alcança o bem-estar das pessoas, a paz social e o progresso cósmico.
Uma boa arte dessa cosmética humana assemelha-se às lâmpadas elétricas. Iluminam praças, avenidas, ambientes domésticos. Mas um simples clic deixa tudo às escuras.
Esses espécimes cosméticos, imitam os autómatos. Vazios como lâmpadas fundidas, de nada valem e exigem cuidados especiais para não ferir incautos.
O vídeo que visionei e aqui registo, inspirou-me esta reflexão linguística. Sei que vive por aí muito político que nunca leu a República, de Platão, que em Grego foi mais conhecida por Politeia. É a mesma obra, da mesma época e do mesmo autor. Nasceu e chegou até nós com as imperfeições que foram diminuindo. Mas ainda hoje perduram injustiças, desigualdades, abusos, prepotências, violações primárias..
Os políticos profissionais que nos (des)governam para se governarem, subvertem, uns após outros, obras que remontam a 2.500 anos de distância. As modernidades, as imitações grotescas, as extravagâncias, as desonestidades e, sobretudo, as pestilentas manias de ser aquilo que outros são. A chulice é a droga do tempo que passa.
Daniel Freitas surpreendeu-me na fluência da voz, na exuberância do cenário, na escolha do tema, na acessibilidade da linguagem, na singeleza da narração.
Lamego e Régua devem ter muito orgulho neste cidadão que teve o bom gosto de preparar, gravar e difundir, tão oportuno tema, numa altura em que as redes sociais exploram a corrupção, o sexo e as práticas contra-natura que mais nos aproximam da barbárie.
Chamaram a minha atenção para um link que corre nas redes sociais e que mostra um cenário decorado com cheiro ao Douro e às atividades agrícolas que por aí fizeram história. https://www.youtube.com/watch?v=FSo5jlEtOr8&

08.11.18

Que descanse em paz

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Ontem, 4ª-feira, dia 7, recebi uma triste noticia: faleceu um  meu prezado conterrâneo e mondinense distinto. Foi o coronel Teotónio Pereira, sobrinho do também meu saudoso conterrâneo Joaquim Ribeiro Bouça. Após o 25 de Abril, este excelente oficial das FA foi colocado no Comando da PSP de Lisboa, onde serviu até passar à disponibilidade. Pessoa muito humana e de muita fé, como é timbre dos seus familiares, o Coronel Teotónio deixa muitas saudades, aos familiares e amigos, que muitos eram e são. Que Deus o tenha em bom lugar e aos seus familiares os meus mais sentidos pêsames.

22.09.18

FEIRA DA LUZ

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Tenho que dar os parabéns  à Junta de Freguesia de Carnide (Lisboa) que uma vez mais primou no apoio às festas em honra de Nossa Senhora da Luz que ao longo de todo o mês de Setembro é tradição decorrerem anualmente.

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Sempre com eventos novos este ano além do mais teve a GNR com seus cavalos a promover o gosto de cavalgar às crianças que por ali apareciam dispostas a fazer a sua experiência. Gostei de ver e o meu netinho de fazer a sua experiência. 

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Não fora hoje, e a convite da minha filha, lá ficava sem visitar tão famoso certame que já foi dos mais importantes da capital e que encerra no último domingo de Setembro com a participada procissão de Nossa Senhora da Luz. Este ano calha precisamente no dia 30. Só que por motivos mais fortes de 24 a 30 deste preciso mês vou estar na capital do norte de Portugal que dizem ser a  Invicta Cidade.

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Claro que para mim ir à Feira da Luz impõe fazer uma visita à igreja-santuário da Luz, ali fronteira ao Jardim do Marechal Teixeira Rebelo, um transmontano de Santa Marta de Penaguião, que foi o fundador do Colégio Militar. É precisamente nesse espaço que a feira decorre e se vende de tudo, menos gado como dantes acontecia. A primeira foto que tirei foi à Fonte do Machado; nesta, está a origem do santuário de Nossa Senhora da Luz.

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Já no interior da igreja captei uma foto da imagem de Nossa Senhora que se diz ser a originária que figurou na primitiva ermida. Depois foi a visita pela feira e também comer uma “fartura” e um cafezinho pois nem só de visitas vive o viajante.

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 E dar uma saltada a ver os cavalos num espaço rural onde já em tempos foi ver um circo ali montado. Está tudo transformado, para melhor

24.08.18

Esta de parabéns o meu neto Álvaro

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 Está de parabéns o meu netinho Álvaro, que faz nesta sexta-feira, 24 de Agosto, cinco anos. De parabéns estão os pais e os avós maternos e paternos, os tios; e os primos que são às dúzias. Foi-lhe preparado um lanche-convívio onde estiveram membros da família e amiguinhos do colégio que frequenta.

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Foi um dia feliz para o “Alvarito” que já há  duas ou três noites que acordava cedo a pensar nesta data, e a contar os dias que faltavam sei lá desde quando?! É assim com todas as criaturas: até aos 20 anos os jovens esfarrapam-se por lá chegar. Dali para a frente o tempo se encarrega de nos levar pela mão, e quando demos por ela já entremos nos “entas” e acabou-se a juventude.

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Mas importa viver bem todas estas fases da vida que Deus nos dá, e saborealas quando se pode fazê-lo. No tempo em que nasci quase ninguém sabia o dia em que nasceu, e então festeja-lo é que nem pensar. Fruto de ter nascido na época da II Grande Guerra Mundial.

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Tudo mudou para melhor e hoje saber o que custou é bom lembra-lo aos mais jovens para que evitem não resvalarem para semelhante tragédia. Os prazeres da vida e a liberdade sem regras pode provocar o caos e desarranjar os carretos cerebrais.

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 Gostei desta tarde que passei com o meu neto, na companhia de gente amiga, mesmo perante algumas caras que não conhecia, mas como diz o adágio “Os amigos dos meus filhos, meus amigos são”.

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O calor que se fez sentir ajudou à festividade e um saltinho até à Quinta das Conchas, ali ao pé, serviu para aliviar o stress do aniversariante e seus companheiros, e aos mais crescidos de igual modo. Que São Bartolomeu sempre proteja o meu neto e todos os seus amigos. Parabéns ao Ávarito

08.06.18

Festa do Sagrado Coração de Jesus

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Hoje, dia 08 de Junho, a Igreja festeja uma festa que na minha freguesia, na década de 40 se festejava no domingo de Ramos: a festa do Coração de Jesus. Havia procissão de Ramos da parte de manhã  desde a capela de São Sebastião para a igreja paroquial e de tarde com o Santíssimo  ao redor da povoação de Vilar de Ferreiros e leilão de oferendas. Nunca mais me esqueceu duma galinha que minha mãe arrematou e que foi apelidada de “galinha do Coração de Jesus”. Morreu de velha, tal o respeito que ganhou em nós por ela. Muitos anos volvidos a festa deixou também de se festejar neste dia, e ainda no tempo do Sr. Padre Guedes. Um dia festivo que com o Coração de Jesus por companhia apetece saborear.  

05.06.18

POR FAVOR NÃO MATEM OS VELHINHOS

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Vera Guedes de Sousa:

Até hoje evitei responder à polémica do cartaz “Por favor não matem os velhinhos”, que segurei na manifestação a favor da vida. Neste momento, no entanto, sinto a necessidade de defender “este cartaz” - mesmo com o risco de me sujeitar a mais criticas e assédio. Prefiro ser criticada por aquilo que realmente sou e acredito e não pela imagem totalmente distorcida e ridícula que alguns procuraram criar.

A multiplicidade de respostas que visaram ridicularizar este cartaz e quem o segurava, de uma forma por vezes violenta, deixou-me desolada e surpreendida – porque ao defender os meus ideais sempre tive respeito por quem tem opiniões contrárias. Apercebi-me da superficialidade e agressividade gratuita com que debatemos temas sociais nos órgãos de comunicação social e redes sociais, talvez porque pela primeira vez senti tudo isto na pele.

Como é evidente ninguém associa a eutanásia à “abertura da época de caça aos velhinhos”, como ouvi há dias na televisão. Não sendo eu a autora do cartaz, sei que o mesmo pretendeu sensibilizar as pessoas para a vulnerabilidade dos idosos caso a eutanásia venha a ser legalizada e promovida pelo Estado. A sua condição mais frágil e débil, possíveis fracos recursos económicos e falta de acesso a cuidados paliativos torna-las-á mais suscetíveis para pedir a morte caso esta opção seja legitimada pela Sociedade e facultada pelos serviços do Estado. Este é o verdadeiro significado do cartaz.

De facto existe muita gente que não está informada sobre o tema da eutanásia. No entanto, posso afirmar com convicção que não sou uma delas. Sou estudante de Medicina e escolhi este ramo porque soube desde cedo que queria dedicar a minha vida a cuidar dos outros e a lutar pelo valor que mais importa neste mundo: a Vida. Por isso é natural que me sinta triste ao deparar-me com a possibilidade de que a profissão que sonho vir a exercer possa ter no futuro uma função acrescida: o poder legal para matar.

Tal papel iria totalmente contra a natureza de um médico e contra o seu Código Deontológico. A ideia de que é a obrigação de um médico antecipar a morte de um paciente a seu pedido para lhe retirar o sofrimento é completamente errada. Isto não é medicina. O dever do médico é o da “prestação dos melhores cuidados ao seu alcance, agindo sempre com correção e delicadeza, no intuito de promover ou restituir a saúde, conservar a vida e a sua qualidade, suavizar os sofrimentos, nomeadamente nos doentes sem esperança de cura ou em fase terminal, no pleno respeito pela dignidade do ser humano” (Título I, Capítulo II, Artigo 5º). É também seu dever “Nas situações de doenças avançadas e progressivas cujos tratamentos não permitem reverter a sua evolução natural, o médico deve dirigir a sua ação para o bem-estar dos doentes, evitando a futilidade terapêutica, designadamente a utilização de meios de diagnóstico e terapêutica que podem, por si próprios, induzir mais sofrimento, sem que daí advenha qualquer benefício” (Título II, Capítulo II, Artigo 66º). A isto chama-se distanásia, uma prática ética/médica condenável. Ou seja, um não à eutanásia não deve, de modo algum, ser confundido com um sim à distanásia. O doente é detentor do direito de cessar ou recusar quaisquer tratamentos, não de pedir antecipação propositada da sua morte – “O uso de meios extraordinários de manutenção da vida não deve ser iniciado ou continuado contra a vontade do doente” (Título II, Capítulo II, artigo 67º) e “Ao médico é vedada a ajuda ao suicídio, a eutanásia e a distanásia” (Título II, Capítulo II, artigo 65º).


(Os artigos foram retirados do Regulamento de Deontologia Médica, disponível no Diário da República Online)

Atualmente passamos por uma época de eufemismos e branqueamento de palavras. Querem fazer passar eutanásia por sinónimo de “morte medicamente assistida”, como se esta não fosse já uma prática atual e dever de todos os médicos – o de acompanhar o doente até ao fim da sua vida, prestando-lhe cuidado e atendimento. Na eutanásia, por sua vez, o médico torna-se o veículo da precipitação da morte do doente.

E com este eufemismo vem outra falácia: a do respeito pela liberdade individual e autonomia dos doentes, tão bem explicada e desconstruída pelo professor Diogo Costa Gonçalves (https://observador.pt/opin…/eutanasia-e-o-mito-da-autonomia/).

Qualquer vida e qualquer morte são sempre dignas. É muito perigoso afirmar que existem vidas menos dignas do que outras, seja por motivo de doença ou lesão. Uma pessoa doente ou lesionada não tem, de modo algum, menos dignidade do que uma pessoa saudável, pelo que a necessidade de antecipar a morte para que esta seja mais digna não pode ser um argumento.

Muitas pessoas assumem que ser contra a ‘despenalização da eutanásia’ é ser indiferente ao sofrimento. Muito pelo contrário. Uma pessoa que está a sofrer merece receber todos os cuidados de saúde a que tem direito, para que sofra o mínimo possível. Infelizmente isto não acontece em Portugal. Neste momento, mais de 70 mil pessoas não têm acesso a Cuidados Paliativos. Esta sim devia ser a luta dos portugueses e dos seus representantes políticos. Como explicar a pressa na criação de uma lei que permitirá que pessoas sejam assistidas para morrer, quando não damos às mesmas os cuidados a que elas têm direito?

Basta olhar para os exemplos dos países em que a eutanásia é legal para entender que a chamada “rampa deslizante” é inevitável. Estes exemplos mostram que a legalização da eutanásia abre uma “caixa de pandora”, com consequências muito perigosas. Note-se a extensão da eutanásia para crianças e doentes mentais na Holanda e na Bélgica; bem como os inúmeros casos de eutanásia não consentida. Esta legislação pode partir de uma intenção humanista, mas todos os que tentaram demonstram que não é possível cumprir o projeto inicial e que não é possível limitar esta lei para o conjunto de parâmetros inicialmente pretendido. Afinal de contas, o sofrimento não é algo mensurável, logo “sofrimento insuportável” não é igual para cada pessoa, pelo que não é possível legislar sobre o assunto. Ao legitimar a eutanásia estaremos a criar novas razões e novas pressões para que os doentes sem esperança de cura peçam para morrer. A motivação primária dessas pessoas não será a dor física - esta pode ser aliviada com o acesso a Cuidados Paliativos - mas antes o facto de se sentirem um fardo para as suas famílias ou o medo de virem a perder a sua autonomia ou a sua dignidade. Por reconhecer, falsamente, que a vida em certas situações é indigna, a legalização da morte provocada pressionará injustamente os doentes terminais a decidir pôr fim à vida. Nos países em que é legal, a eutanásia tem vindo a tornar-se progressivamente uma ‘solução barata’, ‘normal’ e até ‘útil’ do ponto de vista económico.

A Vida é inviolável e a Lei deve proteger e defender este princípio de forma absoluta. Legalizar a opção pela morte em determinadas situações significaria a aceitação pela Sociedade de que determinado critérios podem desvalorizar a Vida. Em defesa de todos os que estão vulneráveis, em sofrimento, dos que perderam a esperança ou se sentem um fardo para os seus, a Sociedade deve afirmar a dignidade e a inviolabilidade da vida em todas as circunstâncias.

24.03.18

Domingo de Ramos

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 Do meu dileto amigo e conceituado poeta recebi e divulgo:

   Domingo de Ramos

  (tempo de Quaresma)

A Quaresma está a findar,

E eu pergunto o que fiz,

Neste tempo de oração,

Que me possa identificar,

Com sendo bom cristão.

E chego à triste conclusão,

Que na Quaresma nada fiz,

Para que Deus me dê perdão,

Para neste mundo ser feliz,

Com a Sua Ressurreição.

Não visitei um enfermo,

Não fiz abstinência ou jejuei,

Comi carne à sexta- feira,

Ao sexto dia não descansei.

Nem no domingo me confessei.

Nem fui à prisão ver um preso,

Que pode ser culpado ou inocente.

Pois não condenaram Cristo,

A pedido de muita gente,

Depois da Sua Aclamação?

Quando Ele veio para nos salvar,

E não para fazer mal a alguém.

Nem mesmo quando expulsou

Os vendilhões do Templo,

Na cidade Santa de Jerusalém.

Amanhã é domingo de Ramos,

Dia de benzer ramos de oliveira,

Folhas de palma, ramos de alecrim.

A caminho da igreja, na procissão,

Eu vou lá estar com o meu ramo,

E com pena de não ser bom cristão.  

Por isso vou pedir perdão a Deus,

Num humilde Acto de Contrição,

Pelos meus pecados e os teus,

Para que Ele nos conceda o perdão.

     João de Deus Rodrigues - 24 de Março de 2018

05.03.18

Combatentes: abraçaram-se na guerra desentendem-se na paz

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 Por: Barroso da Fonte

Nas horas difíceis sempre os Combatentes Portugueses se entenderam. Foi assim na Grande Guerra. Assim foi na Índia Portuguesa, como assim foi na chamada guerra do Ultramar. Curiosamente as divergências não partem de quem é mais fraco, de quem é o pião das nicas, de quem é carne para canhão. Partem de quem é mais graduado, mais responsável e por isso, de quem deveria dar o exemplo. Se do conflito mundial, entre 1914/1918, do Portugal que teve muitos milhares de mortos e feridos e dos 13 anos de guerra ultramarina de que  resultaram nove mil vítimas mortais, além dos milhares de feridos, muitos dos quais ainda vegetam por esse país fora, esqueceram-se as divergências entre os profissionais das armas e os milicianos e filhos do povo, porque a Pátria defense-se, respeita-se e não se discute.

 Quando os valores supremos vencem e os ódios acabam, devem celebrar-se: a camaradagem, o espírito de solidariedade e a sã convivência. Deveria ter sido assim. Infelizmente apenas foi assim entre os comandados, os milicianos e os filhos do povo anónimo. Logo que desmobilizados, trataram de refazer as suas vidas, de concluírem os seus cursos, de procurarem os seus empregos, de constituírem a família. Aqueloutros retomaram os seus estatutos, continuaram a exibir as suas promoções, a ostentar os peitos e as fardas, sem qualquer preocupação com aqueles que lhes serviram de alavanca para as cobiçadas estrelas, de cujo pedestal sonham e gerem as suas ambições.

Foi desta realidade social e política que as divergências se evidenciaram: quem merecia prémio, incentivo e ânimo para compensar os «estragos» da guerra de todos, foi quem esqueceu e continuou a vergar-se ao simbolismo da hierarquia e do respeito cívico. O mesmo não se viu nem se sentiu por parte dos bem instalados, graças aos esforços de todos.

Os  ex-combatentes que não optaram pela carreira das armas, foram solidários com as chefias nas horas difíceis, porque sozinhos não faziam a guerra de todos. Foram esses soldados civis que, sob o comando desses profissionais, executaram as ordens, sem discussões, sem medos e sem complexos. Se houve êxitos, vitórias heroicidades elas foram de todos. Mas, salvo raras exceções apenas revertiam para os comandos, reforçando promoções, louvores, honrarias.

 Em 1923 nasceu a Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Em 29 de Janeiro de 1924, foi oficializada pela Portaria nº 3888, com o nome de Liga dos Combatentes. Em 26 de Fevereiro de 1993, pelo D.L. 47/93 ficou sujeita à tutela do Ministério da Defesa Nacional, regendo-se atualmente por um estatuto aprovado pela Portaria 745/75 de 16 de Dezembro, alterado  pelas Portarias 725/81, de 27/8;801/81, de 16/9, 392/92, de 12/ e  901/95 de 18 de Julho. Face a tantas portarias, o então Ministro da Defesa, José Veiga Simão em 20 de Janeiro de 1999, aprovou o Estatuto da Liga dos Combatentes que revogou todas essas portarias, remetendo  para esse documento todas as dúvidas, defeitos e virtudes. Os novos estatutos aceitam como sócios: combatentes, efetivos, extraordinários, honorários, beneméritos e apoiantes.

Para a elaboração deste artigo de opinião consultámos o site da Liga de onde recolhemos elementos que foram sucessivamente adulterados  pelas sucessivas portarias. Confrontando a Portaria 119/99 de 10 de Fevereiro com aquela que regia a Liga quando regressámos da guerra e nos inscrevemos como sócio, houve alterações profundas que desconhecíamos. Constou-nos que aí trabalham militares dos quadros permanentes das Forças Armadas» que desempenham funções nos órgãos e serviços da Liga. Que esse serviço «é considerado como militar efetivo, sendo remunerado à base de um quadro de pessoal privativo, ao qual se aplica o regime jurídico do contrato individual de trabalho. E que «a esse pessoal (do QP/LC) se aplicam as tabelas da função pública no que respeita a vencimentos. Que esse pessoal só pode ser contratado através da direção da Liga, por contratos de trabalho outorgado pelo respetivo presidente».

  Já nem eu sei desde quando me inscrevi como sócio efetivo. Comecei a ter dúvidas. Quando o ten-general Chito Rodrigues, usando o editorial da Revista do Combatente, apelou aos sócios ingénuos, como eu, para que, em vez da «esmola» que Paulo Porta e Bagão Félix decretaram para rebuçado aos Combatentes, em Outubro de cada ano, fosse entregue à Liga para uma conta comum. Foi o bastante para não mais pagar quotas. Há 36 anos (1982) preferi fundar a ANCU à qual presidi 20 anos. Nunca houve e espero que jamais, haja indícios de que na vida da ANCU, alguém tenha usado de um cêntimo que fosse para fins ilícitos. Pois a Liga tomou recentemente a decisão de colocar três mamarachos junto àquele Monumento. Logo que sabedor disso, o Presidente da Direção dos Comandos, alertou todas as oito associações que aderiram à sua construção. E foi em cima da hora que fomos desmobilizados pelo próprio José Lobo do Amaral: «Já foram retirados, sendo assim reposta a sua dignidade». Voltarei a este tema porque receio que seja mais uma estória do género da «Raríssima».

19.02.18

Quarto Congresso Transmontano será em Maio e em Lisboa

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98 anos depois do primeiro, terá lugar em Lisboa, o IV Congresso Transmontano. Tal como aconteceu em 1920, também a ideia nasceu na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro que tem sede em Lisboa na penúltima semana de Maio. O segundo Congresso decorreu em Trás-os-Montes, em 1941 e foi  aí que Miguel Torga batizou essa Província como Reino Maravilhoso. O III começou a ser falado em 2 de Agosto de 1984, no semanário o Transmontano. Mas somente se realizou, em Bragança, em 2003.                                           Não conheço pessoalmente o Dr. Hirondino Isaías que atualmente preside à centenária Casa de Trás-os-Montes de Lisboa, a Mãe de todas aquelas que têm o mesmo nome. Dentro e fora da Província de Trás-os-Montes, para acolherem o mesmo tipo de Gente que nasce norte do Rio Douro a partir das suas margens. Nenhuma outra Gente, nenhum outro Povo, nenhuma outra Raça revelou na Diáspora, hoje mais conhecida pela Lusofonia, a ancestralidade lusa. Basta contar as associações, os clubes e as Casas que registaram  como suas. Nelas «põem o ovo», como as galinhas, para fecundarem «pintos caseiros», já que os de aviário não têm pátria, nem eira, nem beira. Só nós temos esse timbre, aposto no umbigo de quem nos traz ao mundo. Inconfundivelmente!  Em 1920 foram os seus associados que vieram à Província que os identificava, para ensinarem aos poderosos de Lisboa e arredores, os caminhos da interioridade. Muitos ali nascem, crescem e morrem, sem se aperceberem de que muito do que comem, vai de cá de cima lá para baixo. Vão os melhores vinhos, a melhor batata, o melhor presunto. Vai a energia elétrica dos Rios Cávado, Rabagão, Tâmega e Douro. Vai a inteligência que por lá fica e que gera progresso em quase tudo o que faz. Vão: o vinho do Porto, o néctar do Douro, o Moscatel de Favaios! O mel do Larouco .

Essa viagem organizada, começou em 1920. Voltou em 1941. Nela apresentou Miguel Torga o texto que se proverbiou «o Reino Maravilhoso». A III Jornada, deveria ter sido em 1960, Mas houve fatores exógenos que o foram adiando, até 2002. Em dez páginas do III Volume do dicionário dos mais ilustres Transmontanos (58/68) diz-se tudo de quem, do que e para que lá estiveram cerca 1.200 congressistas. Escrito e assinado por quem fez parte dessa nunca igualada manifestação de Transmontanismo. Estão vivos: o autarca que mais fez pelo Congresso, quem mais o divulgou desde aos anos oitenta, os dirigentes das diversas (sete) Casas Regionais. Das várias conclusões algumas cumpriram-se. Outras ficaram engavetadas. Uma delas era o IV congresso que ficara marcado, de cinco em cinco anos. Já passaram 16. Vai acontecer em Maio próximo. Será a  98 anos  do primeiro. O programa ainda não está concluído.   A última edição decorreu em Bragança e envolveu 1.200 inscritos. Foram três dias. Aí se anunciaram as conclusões, a primeira das quais era  a de realizar o congresso de 5 em 5 anos. Já lá vão 16 anos. Quem desta vez lançou o repto foi mais pragmático: dá-se sequência ao evento e, faz-se fora do espaço geográfico, porque as técnicas online permitem hoje, o que, em 2002, ainda era uma espécie de miragem. A Casa-Mãe permite cumprir a parábola: se  Lisboa não vai a  Montanha, vai a Montanha a Lisboa. Continuará Lisboa a parasitar da Província e a Província a manter a capital. Mas este é o destino de uma sociedade anquilosada, submissa,  serviçal.

Assim se cumpra e se repita em 2020 quando se completar o século. Mesmo que seja organizado a nível restrito para evitar verbas de que tanto se fala para megalomanias, mas que vão parar a eventos de que se perde o rasto. Nunca doam as mãos à Casa Mãe de Lisboa e aos seus atuais corpos diretivos.

10.02.18

O Carnaval na minha infância

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      Do poeta e prosador J.D.R. - Recebi hoje:

 

(memórias)

Foi antanho, é passado,

Mas a memória devolve tudo:

Uma mulher, a roca, o linho fiado,

Mas não se fiavam as barbas ao Entrudo!

 

Mão ágil, fósforo aceso, a estopa queimada.

Uma pedra que sai da mão,

E a cabeça rachada, ao vizinho Sebastião.

 

Uma mulher, as estopas a arder,

A ousadia, o drama, a agressão.

                                

Porque os homens da aldeia faziam tudo,

Para que não se fiassem as barbas ao Entrudo,

Para manter viva a tradição.

 

Enquanto na cozinha, à luz da candeia,

Quatro gerações junto à lareira,

Festejavam o Carnaval, sem máscaras.

Essas coisas do demónio tentador,

Porque só eram permitidas brincadeiras,

De deitar farinha na cabeça,

E contar “estórias”, não muito brejeiras…  

 

E toda aquela boa gente,

De cara descoberta, alegre e contente,

Passava a noite de Carnaval,

Com uma estridente gargalhada,

Até ao clarear da madrugada.

 

Era assim o Carnaval na minha infância,

Em casa dos meus avós maternos,

A tão longa distância…

Onde não havia corsos carnavalescos,

Nem desfiles de samba, com foliões pitorescos.

 

                          João de Deus Rodrigues

 

                       9/02/2018

 

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