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Portugal, minha terra.

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Portugal, minha terra.

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04.12.18

Tudo isto anda (des) ligado

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte:

Como não sou capaz de explicar tão bem esta pirueta linguística da geringonça, dou a palavra ao Coronel David Martelo, cujo estilo muito aprecio.
«Em artigo publicado no jornal Público de 20 de Novembro, Pedro Filipe Soares justifica a originalidade da expressão argumentando que o modelo patriarcal e machista de sociedade modela os idiomas. Depois das consolidadas críticas ao “politicamente correcto”, está aberta a caça ao “gramaticalmente correcto”.
Habituados aos termos camarada e camaradagem, é altura de os militares se irem preparando para as necessárias mudanças no dispositivo. Assim – começando pelo princípio – passará a haver recrutas e recrutos, soldados e soldadas. Passará a haver recrutas e recrutos, soldados e soldadas.
Na instrução, as recrutas armar-se-ão de espingarda e os recrutos de espingardo. A primeira poderá ter baioneta calada e o segundo baioneto calado. Elas terão uma mochila e eles um mochilo. Eles segurarão os calços com um cinto e elas segurarão as calças com uma cinta. Na cabeça usarão boina ou boino.
Quando forem para o campo, os recrutos montarão bivaco e as recrutas montarão bivaca. No quartel, as recrutas dormirão numa caserna e os recrutos num caserno. Eles irão comer ao refeitório e elas à refeitória. Para começar o dia, haverá dois toques: o de alvorada e o de alvorado. Há noite, do mesmo modo, haverá toque de silêncio e de silência.
Nas patentes, também haverá identificação do género: caba/cabo; sargenta/sargento; tenenta/tenento; capitoa/capitão; majora/major; coronela/coronel, etc. Nas unidades haverá um comandante ou comandanta; o primeiro deve ser competente e inteligente e a segunda competenta e inteligenta.
Se se portarem bem, as recrutas poderão ir de licença e os recrutos de licenço. No final da instrução, haverá juramenta de bandeira e juramento de bandeiro. Todos desfilarão garbosamente, eles com o passo certo e elas com a passa certa.
Na instrução, as recrutas armar-se-ão de espingarda e os recrutos de espingardo. A primeira poderá ter baioneta calada e o segundo baioneto calado. Elas terão uma mochila e eles um mochilo. Eles segurarão os calços com um cinto e elas segurarão as calças com uma cinta. Na cabeça usarão boina ou boino.
Quando forem para o campo, os recrutos montarão bivaco e as recrutas montarão bivaca. No quartel, as recrutas dormirão numa caserna e os recrutos num caserno. Eles irão comer ao refeitório e elas à refeitória».
Agradeço ao Coronel David Martelo este preciosismo linguístico. No meu tempo de tenente não havia «tenentas». Agora já mandam nas «generalas».

09.05.18

Desportivo de Chaves foi apeado do quinto lugar

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte

A corrupção do futebol na temporada que termina no próximo fim de semana vai passar incólume , por exemplo, no jogo de há duas semanas entre o Rio Ave e o Desportivo de Chaves. A emboscada foi antecedida de uma faire play que as televisões, mostraram. No dia do jogo o árbitro Hugo Miguel que em 2015 fora alvo de acusações graves, aí mesmo, em Vila do Conde, terá chegado com  o propósito de acertar contas com o clube da «casa», lesando, grosseira e ostensivamente o Desportivo de Chaves. Toda a imprensa do dia seguinte relatou o «roubo» consumado na anulação de um golo sem espinhas aos Flavienses e na marcação de dois penáltis seguidos a favor do Rio Ave. Esse jogo decidiria a fixação no 5º lugar. O Chaves  com esse golo inicial ficaria, ipso facto, à frente, bastando-lhe ganhar, no jogo seguinte ao Marítimo, o que sucedeu por 4-1.

Hugo Miguel apercebeu-se de que esse resultado não cumpria o seu projecto. Por isso 3 minutos depois da bola ir ao centro, pára o jogo, recorre ao vidro-árbitro e anula «a espinha» que lhe feria a garganta. Já perto do fim do jogo, incrivelmente, assinala dois penáltis contra o Chaves. Não cuidou de ver se eles existiram. E o Rio Ave faz as pazes com os Vila-condenses. Hugo Miguel saía com a consciência purificada, pelos pecadilhos que em 2015, contraíra. Mas o Rio Ave garantia, no jogo seguinte com o Paços de Ferreira, o 5º lugar que pertencia ao Chaves.

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Curiosamente as televisões, desde o início da época, só passaram a falar dos 5 primeiros classificados. Com estes enchem os sábados, os domingos e as segundas feiras. Esgotaram todos os comentadores do reino e passam esses três dias e noites a encher chouriços.  Mas desde o 6º ao último clube, apenas dão o resultado e em tempos mortos. Esse jogo que garantiu o 5ºlugar ao Rio Ave, sendo ao Chaves que pertencia pelo que jogo em campo. Para que não pensem os meus leitores que estou a falar do que não sei, peço que leiam aquilo que o Correio da Manhã escreveu em Setembro de 2015. Se não ficarem seguros do que fica, consultem a a internet. 

 O Correio da Manhã, de 24/09/2015, em peça jornalística de Octávio Lopes escreveu o texto que a seguir se reproduz, sem qualquer alteração.

 

 - O árbitro internacional Hugo Miguel está a ser investigado pela Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga, pela ligação à empresa Macron, marca desportiva que equipa o Sporting. Segundo soube o CM, foi a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que, a pedido do Conselho de Arbitragem (CA), fez chegar o processo à Liga. O CA, liderado por Vítor Pereira, pediu um parecer jurídico à FPF sobre a eventualidade de haver um conflito de interesses. Já a Federação passou a ‘bola’ à CII, que antes de tomar uma decisão (procedimento disciplinar ou arquivamento) vai ouvir Hugo Miguel, entre outras testemunhas.

O caso começou nas redes sociais por adeptos ligados ao Rio Ave, depois de o juiz de Lisboa, de 38 anos, ter sido nomeado para o jogo com o Sporting, em Vila do Conde, da 4ª jornada da Liga, que os leões venceram por 2-1. Perante esta denúncia, o CA decidiu agir e chegou mesmo a confrontar o árbitro com a situação. Contactado ontem pelo CM, Hugo Miguel confirmou que é agente da Macron, mas vincou não ter negócios com o Sporting. "Os meus clientes são particulares, empresas e alguns árbitros dos distritais. Tenho uma loja em Lisboa, que serve de showroom para os clientes. Nem sequer está aberta ao público. E na loja não tenho nem posso ter camisolas do Sporting. O acordo do Sporting foi feito com a casa-mãe e, pelo que sei, o clube tem a exclusividade para vender os seus equipamentos." Hugo Miguel assegurou ainda que na declaração de interesses que enviou para a Liga menciona a sua ligação à empresa italiana. Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/desporto/futebol/detalhe/liga_abre_processo_contra_hugo_miguel»

 

Nota Final

 Na época de 1972/73 foi o signatário  desta nota de leitura, eleito numa assembleia dos «amigos do Clube», promovida pelo então Presidente da Câmara de Chaves, Agostinho Pizarro, para liderar a futura Direcção, a sair dessa incumbência. Nunca o  Chaves subira aos escalões nacionais. Foi essa direção apelidada de «plintras»  a meio da temporada. Verdade é que nessa temporada o Grupo Desportivo de Chaves subiu de divisão, depois de a FPF, ter gerado um imbróglio que envolvia  4 clubes: o Lourosa, o Chaves, o Desportivo das Aves e o Valpaços. O «defeso» de cerca de 3 meses foi necessário para redimir essa escandaleira que apenas foi possível por via do «alargamento» das séries da 3ª divisão, de doze para dezasseis clubes.

Ficou na história do futebol nacional esse rocambolesco episódio que nos custou um processo disciplinar movido pela F.P.F, e do qual fomos amnistiado em Maio de 1974.  Desde essa altura o Chaves já passou pela I divisão e até por duas vezes foi às competições europeias. Nos últimos anos o Clube passou pela criação de uma SAD e os seus timoneiros têm-se revelado de uma competência ímpar que permite estabilidade, prudência e desportivismo.

Em Maio de 2013 publicámos em livro esse historial, com  o título: Grupo Desportivo de Chaves: da humilhação à Glória. O Caso que abalou o futebol português na época de 1972/73.

 Em 1974 na comemoração das bodas de prata (27/9/1974) a direcção do Clube solicitou-nos a letra do Hino que foi musicado pelo Flaviense Carlos Emídio Pereira. Esse hino cantado pela Ágata e ultimamente por Maria José tem duas palavras de força maior: «Valentes Transmontanos» que se generalizaram para denominar o Cube Flaviense. É entoado sempre que há futebol e completa 44 anos de vida.

Seria louvável que a comunidade desportiva respeitasse o espírito da letra e as gentes a que se referem.

Mas árbitros como Hugo Miguel devem ser tratadas como personas non gratas.

03.05.18

O Pai da Revolução é transmontano

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte

Jorge Golias nasceu em Mirandela, em 1941. Fez o antigo 7º ano de liceu, em Vila Real. Entre 1972 e 1974, prestou serviço na Guiné. Fez parte do MFA e, talvez porque não quis protagonismo, ao contrário de outros  seus pares, fez formação na Arma de Transmissões, licenciando-se em Engª Eletrotécnica. Nunca reivindicou promoções e, talvez por isso, o poder militar quase se esqueceu dele. Não obstante estar sempre do lado daqueles que pretendiam uma revolução sem sangue e reconciliadora. Só recentemente foi promovido a Coronel,  por pressão de um movimento de camaradas que não concordavam que um daqueles que mais certo estava e nada pretendia em troca, era o único que continuava como Tenente -Coronel.

A revista da A. 25 de Abril, «O referencial» ed. 128, referente a Jan/Março na rubrica «Almoços com História» deu voz  a dois coronéis pacifistas: Jorge Golias e Rosado da Luz.

António Chaves fez-me chegar online esta edição.  Ambos, mais velhos, estávamos do outro lado da barricada, como milicianos. Entretanto conhecemos o investigador Jorge Golias que com o seu notável livro: a Descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos Capitães, nos convenceu. O Transmontanismo gerou três amigos.  E a Academia de Letras  de Trás-os-Montes, confirmou essa solidariedade cívica, cultural e telúrica. Mal eu sabia que o também amigo comum, José Manuel Barroso, que conheci nas lides jornalísticas e que ainda recordo com sincera admiração, tinha sido o autor do epíteto que me encheu de júbilo, referindo-se a Jorge Golias: «foi um autêntico trator de muitas movimentações na Guiné (…) o pivô essencial da movimentação política quer antes, quer depois do Movimento dos Capitães», ponto de vista logo corroborado pelo cor. Faria Correia: «considero que  o Golias foi o Pai da Revolução».Eis a chave que busco, desde 1974: além de Jaime Neves, também  Jorge Golias, zelava pelos valores da Lusa-Gente. O amigo comum Jorge Lage, já me tinha confirmado, de viva voz e na sua prosa jornalística, que este seu conterrâneo e valoroso militar, era um HOMEM de antes quebrar que torcer. Que foi o Pai da Revolução eu não sabia. Mas essa certeza aproxima a Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, com a Associação 25 de Abril. Aquela nascera por causa desta. E ambas estão vivas, não obstante  o abismo material que as separa, Para cimentar esta clareza ideológica em relação ao golpe militar do 25 de Abril de 1974, tomo a liberdade, de reproduzir aqui, mais algumas ideias e reflexões deste discreto mas influente militar que se chama Jorge Golias, Mirandelense de corpo e alma, de quem o Coronel Faria Correia, disse, para valer, como testemunho vivo e nunca desmentido:

 “considero que o Golias foi o pai da revolução”. Na qualidade de capitão de Abril, Jorge Golias apresentou uma comunicação estruturada em três elementos: i) Formação na Academia Militar e no Instituto Superior Técnico; ii) descolonização na Guiné-Bissau; iii) o Movimento dos Capitães e episódios do PREC. Daí, haveria de salientar: “Uma revolução tem isso tudo que sabemos hoje, asneiras, traições, saneamentos injustos, etc., que não nos deve envergonhar, antes pelo contrário, porque isso é mesmo assim e foi a dinâmica que se gerou que produziu um extraordinário saldo positivo de conquistas, aprendizagens democráticas, dessacralização do poder, sabença na reivindicação de direitos, soma positiva que ainda hoje é património do 25 de Abril. E é neste caminho da compreensão dos momentos mais dramáticos da revolução, que hoje percebemos melhor, que vamos fazendo a sua catarse e nos vamos pacificando”. E, a concluir, diria: “chegado o momento da verdade, em que o País se podia estar a encaminhar para uma guerra civil, a solução saída do 25 de Novembro, em que os camaradas mais sensatos evitaram maiores retaliações, hoje vejo este episódio histórico como um golpe contrarrevolucionário que teve o alto mérito de evitar uma guerra civil”.

Não conhecia eu a revista da Associação 25 de Abril. Vou arquivar esta edição que me trouxe nuances, bebidas noutros protagonistas, que se adiantaram ao tempo que deve tolerar-se até pousar a poeira da confusão. Cedo começaram os auto-elogios dos mirones que temiam ficar fora da História. Essas edições sobrepuseram-se à literatura séria que os livreiros foram  arrumando com medo de chegar uma emboscada que trocasse a verdade pela mentira, o luar pelo sol, o discreto pelo bizarro. Essa maluqueira foi esboçada nalgumas escolas, em bibliotecas públicas e só o bom senso prevaleceu. Mas casos houve em que as doutrinas marxistas povoaram as estantes da Cartilha Maternal, dos Lusíadas e da Bíblia.

 

29.03.18

A «péssima informação» de António Costa contra os jornalistas

aquimetem, Falar disto e daquilo

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 Por: Barroso da Fonte

O primeiro ministro que nos calhou em sorte, apenas e só, pela engenhosa geringonça que cozinhou, após a vergonhosa derrota eleitoral que – não fora essa cambalhota – teria «morrido» para a política nacional, António Costa acusou «a péssima qualidade da informação em Portugal que só desperta para o problema no meio da tragédia», como causa direta da caótica situação em que se vive. Costa logo teve a resposta que pretendia de alguns jornalistas que ainda têm independência suficiente para o mandar às malvas.

 Filomena Martins, que não conheço mas que não teve papas na língua, respondeu-lhe à letra nas redes sociais, chamando a atenção para o «relatório da péssima qualidade da governação». Aí lhe devolveu o espirro ao dizer-lhe que «o problema do relatório sobre o drama de Pedrógão «não é da péssima qualidade da nossa informação, mas sim da péssima qualidade da sua governação».

Também o jornalista J. A. Costa Pereira no Blog «Tempo caminhado» corroborou o trocadilho ao  screver que  «o 25 de Abril deu para isto: com a liberdade o país e a nação perderam tudo quanto de prestigiante tinha. E ninguém venha dizer o contrário porque mente. Apontem lá quem tinha coragem de no fim de uma catástrofe como aquela que se abateu em Pedrógão Grande, aproveitar o momento para saquear, em seu proveito, o muito ou pouco que na Câmara Municipal havia. E depois queixam-se de que o António da Calçada ordenasse que gente desta fosse gozar férias em Peniche, no Tarrafal e em outros lugares asados para esta gentinha apanhar sol».  Filomena Martins insiste: «admito que António Costa preferisse que todos ignorássemos mais este grave relatório. Que não considerássemos isso «péssima qualidade da informação. Lamento, mas não concordamos». Não reconheceu António Costa que foi uma péssima decisão quando a sua ministra só autorizou 50 das 105 equipas de combate aos fogos, solicitadas e quando chumbou horas de voo suplementares, mais aviões e equipas especiais de bombeiros. Como não entendemos, lê-se na mesma fonte que «depois do que acontecera em Julho, não se tivesse dado mais e melhor informação prévia e tomadas medidas mais robustas».

Depois das sucessivas trapalhadas dramático-grotescas, de Pedrógão e de Tancos, sabendo-se que o principal político estava e se manteve de férias, até às primeiras vítimas; conhecendo-se a gabarolice do ministro do ambiente que uma semana antes dos incêndios já cantava vitória por falta deles; depois das piruetas do desaparecimento das armas, granadas e outros materiais de guerra, do depósito de Tancos, das exonerações dos comandos e da sua readmissão, semanas depois que moral têm António Costa e seus pares para descarregar as culpas  de tantos e tão ofensivos falhanços naqueles que formam e informam, com base em factos indesmentíveis?

 António Costa não pode acusar os jornalistas, nem os órgãos onde eles trabalham. São eles e é o Presidente da República que nos dois anos que o seu governa leva de mandato que, através de comentadores residentes em todos as rádios nacionais, televisões e imprensa escrita lhe cultivam a imagem de bonzinho, ao contrário do que acontecia no governo anterior, onde as esquerdas, os sindicatos e os fiéis devotos socratinos, se revezavam nas greves, nas arruadas, nos tumultos por cada medida que esse governo legítimo e legitimado pelas eleições seguintes, tomava para devolver aos portugueses a credibilidade que andava pelas ruas da amargura?

 Não acuse os jornalistas pelos seus fracassos sistemáticos e pelo incumprimento de promessas feitas, antes, durante e depois da sua chegada ao poder. Foi finório quanto baste para converter as esquerdas ao seu redil. E, mais que finório, foi bafejado por qualquer força extra-terrestre por ter sido aluno do atual PR, que o abrigou da chuva, desde a primeira hora que não só em Paris. Veja se tem astúcia, como teve em 2014, para manter silenciada a esquerda, os sindicatos, e os socratinos que  estiveram com António José Seguro, quando foi desleal para com esse seu camarada. Veja se não  é «péssima a informação» que o move a enterrar mais uns milhões no Montepio.

20.03.18

A justiça e o jornalismo ao serviço da democracia

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Por: Barroso da Fonte

No dia 15 de Março decorreu na biblioteca Raul Brandão, em Guimarães, um debate muito oportuno sobre o Jornalismo e a Justiça. A iniciativa foi do Gabinete de Imprensa, aqui fundado, em 3 de Março de 1976. Serviu para refletir os 42 anos do setor, entretanto decorridos. Para abordar o tema foi convidado o deputado socialista Pedro Bacelar de Vasconcelos, também professor de direito constitucional, na UM e cronista da Praça da Liberdade, rubrica do JN que às quintas-feiras expõe a sua opinião, em meia página de leitura, para mim obrigatória. Esser Jorge, presidente do GI, já em 7 de Outubro de 2016, tinha promovido outro debate, na Sociedade Martins Sarmento e com o mesmo fim. António José Seguro, ex-secretário geral do mesmo partido, veio aos 40 anos do GI falar de «Transparência e reforma eleitoral». Ao longo dos 42 anos de vida, desta primeira associação desde o 25 de Abril de 1974, já fizera sócios honorários alguns dos mais sonantes jornalistas  da imprensa regional, nomeadamente: Antonino Dias Pinto de Castro, José Casimiro da Silva, Abílio Gouveia, Abel Pinto e outros.

Do GI nascera o IPIR (Instituto Português da Imprensa Regional) e, de associados destas duas instituições de utilidade pública viria a nascer uma terceira: a UNIR. Estas e outras foram reforçando a necessidade de valorizar os jornais e os jornalistas que, até aí, apenas podiam exercer a sua profissão, através do sindicato. Mas também faltava regulamentar os cursos médios e superiores de comunicação social, criando-os e dotando-os de formadores e de legislação democrática e técnica. Apareceram, desta exigência, os cursos médios, através do GI e do FAOJ (Fundos de Apoio  aos organismos juvenis), que tiveram nove Câmaras do distrito de Braga, como campo de experimentação e simultaneamente. Foram – que se saiba – dos primeiros cursos de formação profissional, ministrados por profissionais da jornalismo e da rádio.

  Neste debate de 15 do corrente partiu-se do exemplo nacional do GI e dos seus 42 anos, para as sementes que produziram efeito imediato, com medidas políticas de que foi exemplo o Despacho Normativo 367/82 do Secretário de Estado Sousa Brito que criava o Cartão de Acreditação, equiparado àquele com que o Sindicato credenciava os seus associados. José Alfaia, Marques Mendes e Arons de Carvalho, prosseguiram essa caminhada com a reconversão tecnológica, o Estatuto do Jornalista, o Código Deontológico, a revisão da Lei da imprensa.

À cabeça desta panóplia de profundas e indispensáveis alterações esteve o GI que ainda está vivo e que, agora reafirmou, com o anúncio de novas exigências formativas. Quem assistiu a este debate integrado no 42º aniversário do GI, ficou ciente de que se deram passos de gigante no sentido prático da cidadania. Vinha-se de um regime caraterizado pela sujeição da liberdade à censura. Sem a liberdade cívica não poderia haver democracia. Daí a superação democrática.

 Coincidentemente o Povo de Fafe, completou 77 anos na data em que o G.I foi fundado. O signatário representava o JN no concelho de Guimarães. Zona industrial, com sindicatos, comissões de moradores, arruaças, que o PREC exigia dos correspondentes mais trabalho do que compreensão. O JN era o diário mais lido e mais influente, sobretudo para a esquerda revolucionária do tempo. Os correspondentes tinham que agradar a todos, sob pena de desmentidos ou direitos de respostas. Tínhamos os mesmos deveres dos sindicalizados, mas quase nenhuns direitos e nem sequer dispúnhamos de cartão de acesso. Destas maleitas sofriam os representantes do Comércio do Porto, do 1º de Janeiro, do DN etc. Para suprir essas insuficiências tivemos a criar um ponto de encontro, onde  trocássemos experiências, solidariedade e apoio. Como pai da ideia coube-me o nº1; o nº 2 era o Simão Freitas, do CP, o Américo Borges do Janeiro, o Fernando Tavares, do DN etc. O convite  seguiu pelos diretores dos órgãos locais e regionais; depois, pelos colaboradores. Como a «necessidade cria o órgão», posemos as ideias em prática. «Das tripas fizemos coração». Formação, aprendizagem, espírito de entre-ajuda, mesmo respeitando as ideias de cada um. O GI foi pioneiro e único no País. Enquanto não se instituiu a Carteira Profissional, o GI provocou aquele Despacho Normativo que substituía o Sindicato. Em 1982, o GI pariu o IPIR, para zelar pelos órgãos de informação que também não dispunham de defesas. Chegámos onde era preciso: ao diálogo com o poder. O poder reconheceu o nosso trabalho. Chamaram-nos o «cabouqueiro-mor da imprensa regional». Três anos bastaram para sermos parceiro do poder político, entre 1982 e 1985. Hoje temos todos os meios indispensáveis ao exercício democrático. A Justiça manda e comanda. O jornalismo faz de «furão». Os tribunais exercem o seu papel institucional. Há liberdade, existem leis para controlar essas liberdade e  há respeito. O jornalismo tem-se afirmado como elemento indispensável à sobrevivência cívica.  Quem discordar é injusto. 

Se não houvesse liberdade de imprensa não se conheceriam processos macabros como esses que criaram novas classes: banqueiros falidos a quem nada falta e gente comum que amealhou em vidas  inteiras, para  morrer pobre e revoltado contra aqueles lhes sugaram o suor e assistem a tudo, de cima do seu trono, porque o dinheiro compra tudo e até algumas consciências.

Mas que seria da sociedade nos tempos que passam sem jornalistas a denunciar os crimes públicos e sem a justiça a validar essas denúncias?

05.03.18

Combatentes: abraçaram-se na guerra desentendem-se na paz

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 Por: Barroso da Fonte

Nas horas difíceis sempre os Combatentes Portugueses se entenderam. Foi assim na Grande Guerra. Assim foi na Índia Portuguesa, como assim foi na chamada guerra do Ultramar. Curiosamente as divergências não partem de quem é mais fraco, de quem é o pião das nicas, de quem é carne para canhão. Partem de quem é mais graduado, mais responsável e por isso, de quem deveria dar o exemplo. Se do conflito mundial, entre 1914/1918, do Portugal que teve muitos milhares de mortos e feridos e dos 13 anos de guerra ultramarina de que  resultaram nove mil vítimas mortais, além dos milhares de feridos, muitos dos quais ainda vegetam por esse país fora, esqueceram-se as divergências entre os profissionais das armas e os milicianos e filhos do povo, porque a Pátria defense-se, respeita-se e não se discute.

 Quando os valores supremos vencem e os ódios acabam, devem celebrar-se: a camaradagem, o espírito de solidariedade e a sã convivência. Deveria ter sido assim. Infelizmente apenas foi assim entre os comandados, os milicianos e os filhos do povo anónimo. Logo que desmobilizados, trataram de refazer as suas vidas, de concluírem os seus cursos, de procurarem os seus empregos, de constituírem a família. Aqueloutros retomaram os seus estatutos, continuaram a exibir as suas promoções, a ostentar os peitos e as fardas, sem qualquer preocupação com aqueles que lhes serviram de alavanca para as cobiçadas estrelas, de cujo pedestal sonham e gerem as suas ambições.

Foi desta realidade social e política que as divergências se evidenciaram: quem merecia prémio, incentivo e ânimo para compensar os «estragos» da guerra de todos, foi quem esqueceu e continuou a vergar-se ao simbolismo da hierarquia e do respeito cívico. O mesmo não se viu nem se sentiu por parte dos bem instalados, graças aos esforços de todos.

Os  ex-combatentes que não optaram pela carreira das armas, foram solidários com as chefias nas horas difíceis, porque sozinhos não faziam a guerra de todos. Foram esses soldados civis que, sob o comando desses profissionais, executaram as ordens, sem discussões, sem medos e sem complexos. Se houve êxitos, vitórias heroicidades elas foram de todos. Mas, salvo raras exceções apenas revertiam para os comandos, reforçando promoções, louvores, honrarias.

 Em 1923 nasceu a Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Em 29 de Janeiro de 1924, foi oficializada pela Portaria nº 3888, com o nome de Liga dos Combatentes. Em 26 de Fevereiro de 1993, pelo D.L. 47/93 ficou sujeita à tutela do Ministério da Defesa Nacional, regendo-se atualmente por um estatuto aprovado pela Portaria 745/75 de 16 de Dezembro, alterado  pelas Portarias 725/81, de 27/8;801/81, de 16/9, 392/92, de 12/ e  901/95 de 18 de Julho. Face a tantas portarias, o então Ministro da Defesa, José Veiga Simão em 20 de Janeiro de 1999, aprovou o Estatuto da Liga dos Combatentes que revogou todas essas portarias, remetendo  para esse documento todas as dúvidas, defeitos e virtudes. Os novos estatutos aceitam como sócios: combatentes, efetivos, extraordinários, honorários, beneméritos e apoiantes.

Para a elaboração deste artigo de opinião consultámos o site da Liga de onde recolhemos elementos que foram sucessivamente adulterados  pelas sucessivas portarias. Confrontando a Portaria 119/99 de 10 de Fevereiro com aquela que regia a Liga quando regressámos da guerra e nos inscrevemos como sócio, houve alterações profundas que desconhecíamos. Constou-nos que aí trabalham militares dos quadros permanentes das Forças Armadas» que desempenham funções nos órgãos e serviços da Liga. Que esse serviço «é considerado como militar efetivo, sendo remunerado à base de um quadro de pessoal privativo, ao qual se aplica o regime jurídico do contrato individual de trabalho. E que «a esse pessoal (do QP/LC) se aplicam as tabelas da função pública no que respeita a vencimentos. Que esse pessoal só pode ser contratado através da direção da Liga, por contratos de trabalho outorgado pelo respetivo presidente».

  Já nem eu sei desde quando me inscrevi como sócio efetivo. Comecei a ter dúvidas. Quando o ten-general Chito Rodrigues, usando o editorial da Revista do Combatente, apelou aos sócios ingénuos, como eu, para que, em vez da «esmola» que Paulo Porta e Bagão Félix decretaram para rebuçado aos Combatentes, em Outubro de cada ano, fosse entregue à Liga para uma conta comum. Foi o bastante para não mais pagar quotas. Há 36 anos (1982) preferi fundar a ANCU à qual presidi 20 anos. Nunca houve e espero que jamais, haja indícios de que na vida da ANCU, alguém tenha usado de um cêntimo que fosse para fins ilícitos. Pois a Liga tomou recentemente a decisão de colocar três mamarachos junto àquele Monumento. Logo que sabedor disso, o Presidente da Direção dos Comandos, alertou todas as oito associações que aderiram à sua construção. E foi em cima da hora que fomos desmobilizados pelo próprio José Lobo do Amaral: «Já foram retirados, sendo assim reposta a sua dignidade». Voltarei a este tema porque receio que seja mais uma estória do género da «Raríssima».

22.02.18

Câmara de Montalegre demitiu funcionário que desviou 61 mil euros

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Por: Barroso da Fonte

Na reunião do executivo da Câmara de Montalegre e após dois processos disciplinares a um técnico superior que fora presidente da Comissão  Política do PS,  foi demitido. A fraude foi consubstanciada com base num processo maquiavélico. Numa primeira fase o funcionário ainda foi suspenso por 90 dias. Mas o escândalo numa câmara e num meio pequenos, alastrou e, numa segunda votação, foi mesmo despedido. Mais este desvio e, por unanimidade, terá gerado mau ambiente entre os sete vereadores, cinco do PS e 2 da oposição que se viram compelidos a abandonar a reunião por linguagem imprópria do lugar, do cargo e de quem, usa e abusa, de gestos e palavrões como: «tinhosos, delatores, cobardes, vocês não prestam..»

Na sequência dessa exaltação provocada pelo  presidente da Câmara que já no mandato anterior tinha provocado idêntico abandono, os dois representes da oposição distribuíram um comunicado através da redes sociais, acusando o chefe do executivo.«Parece que Orlando Alves ficou ressabiado com a decisão tomada, em relação ao amigo e companheiro de partido», lê-se nesse comunicado que acrescenta: «em 2014, também a vereadora da oposição, Elisa Minhava, tivera de sair da sala por palavrões do mesmo presidente».

É pena que, ainda sem conhecer, os resultados do «inquérito que o Ministério Público decidiu abrir, sobre o inédito imbróglio que ocorreu na véspera e no dia das últimas eleições autárquicas, não haja a prudência, a serenidade e a tolerância que se impunham para bem de Barroso e dos Barrosões. Para ser Barrosão no verdadeiro sentido cívico, não basta proclamar que «somos Barroso». Devemos pugnar, uns e outros, pela solidariedade, pelo altruísmo, pela verdade e pela transparência. Estas circunstâncias são  consequências dogmáticas da democracia. A Câmara de Montalegre, pela volumetria dos seus ecos, vai tornar-se capital do banzé. Qualquer dia são os jornalistas ávidos de  notícias bizarras que passam a ocupar os lugares do público durante as sessões do executivo. As sessões são públicas e os jornalistas encartados têm acesso livre.

 Orlando Alves ganhou as eleições mas não ganhou o direito de mandar calar aqueles que foram eleitos para lhe fazerem oposição. E, pior do que isso: nem ele nem ninguém pode impedir esses vereadores de exigirem transparência, lisura e fiscalização aos contratos e à execução das obras pagas pelo orçamento municipal. São eles que representam os cidadãos concelhios que votaram neles e ainda outros que não votaram, mas que se revêm na oposição. Esses dois vereadores foram tão eleitos para vigiar, como os outros cinco foram eleitos para gerir. Os direitos são proporcionais. É preciso que os sete camaristas, aprendam a interpretar as regras da democracia e aceitem conviver em sociedade.  

19.02.18

Quarto Congresso Transmontano será em Maio e em Lisboa

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98 anos depois do primeiro, terá lugar em Lisboa, o IV Congresso Transmontano. Tal como aconteceu em 1920, também a ideia nasceu na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro que tem sede em Lisboa na penúltima semana de Maio. O segundo Congresso decorreu em Trás-os-Montes, em 1941 e foi  aí que Miguel Torga batizou essa Província como Reino Maravilhoso. O III começou a ser falado em 2 de Agosto de 1984, no semanário o Transmontano. Mas somente se realizou, em Bragança, em 2003.                                           Não conheço pessoalmente o Dr. Hirondino Isaías que atualmente preside à centenária Casa de Trás-os-Montes de Lisboa, a Mãe de todas aquelas que têm o mesmo nome. Dentro e fora da Província de Trás-os-Montes, para acolherem o mesmo tipo de Gente que nasce norte do Rio Douro a partir das suas margens. Nenhuma outra Gente, nenhum outro Povo, nenhuma outra Raça revelou na Diáspora, hoje mais conhecida pela Lusofonia, a ancestralidade lusa. Basta contar as associações, os clubes e as Casas que registaram  como suas. Nelas «põem o ovo», como as galinhas, para fecundarem «pintos caseiros», já que os de aviário não têm pátria, nem eira, nem beira. Só nós temos esse timbre, aposto no umbigo de quem nos traz ao mundo. Inconfundivelmente!  Em 1920 foram os seus associados que vieram à Província que os identificava, para ensinarem aos poderosos de Lisboa e arredores, os caminhos da interioridade. Muitos ali nascem, crescem e morrem, sem se aperceberem de que muito do que comem, vai de cá de cima lá para baixo. Vão os melhores vinhos, a melhor batata, o melhor presunto. Vai a energia elétrica dos Rios Cávado, Rabagão, Tâmega e Douro. Vai a inteligência que por lá fica e que gera progresso em quase tudo o que faz. Vão: o vinho do Porto, o néctar do Douro, o Moscatel de Favaios! O mel do Larouco .

Essa viagem organizada, começou em 1920. Voltou em 1941. Nela apresentou Miguel Torga o texto que se proverbiou «o Reino Maravilhoso». A III Jornada, deveria ter sido em 1960, Mas houve fatores exógenos que o foram adiando, até 2002. Em dez páginas do III Volume do dicionário dos mais ilustres Transmontanos (58/68) diz-se tudo de quem, do que e para que lá estiveram cerca 1.200 congressistas. Escrito e assinado por quem fez parte dessa nunca igualada manifestação de Transmontanismo. Estão vivos: o autarca que mais fez pelo Congresso, quem mais o divulgou desde aos anos oitenta, os dirigentes das diversas (sete) Casas Regionais. Das várias conclusões algumas cumpriram-se. Outras ficaram engavetadas. Uma delas era o IV congresso que ficara marcado, de cinco em cinco anos. Já passaram 16. Vai acontecer em Maio próximo. Será a  98 anos  do primeiro. O programa ainda não está concluído.   A última edição decorreu em Bragança e envolveu 1.200 inscritos. Foram três dias. Aí se anunciaram as conclusões, a primeira das quais era  a de realizar o congresso de 5 em 5 anos. Já lá vão 16 anos. Quem desta vez lançou o repto foi mais pragmático: dá-se sequência ao evento e, faz-se fora do espaço geográfico, porque as técnicas online permitem hoje, o que, em 2002, ainda era uma espécie de miragem. A Casa-Mãe permite cumprir a parábola: se  Lisboa não vai a  Montanha, vai a Montanha a Lisboa. Continuará Lisboa a parasitar da Província e a Província a manter a capital. Mas este é o destino de uma sociedade anquilosada, submissa,  serviçal.

Assim se cumpra e se repita em 2020 quando se completar o século. Mesmo que seja organizado a nível restrito para evitar verbas de que tanto se fala para megalomanias, mas que vão parar a eventos de que se perde o rasto. Nunca doam as mãos à Casa Mãe de Lisboa e aos seus atuais corpos diretivos.

10.02.18

Os políticos e o código deontológico dos jornalistas

aquimetem, Falar disto e daquilo

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A democracia tem servido a muitas classes para levarem a água ao seu moinho. De uma maneira geral são os políticos que mais temem a comunicação social. E por isso se agarram a ela, ora para bem, ora para mal, consoante as suas conveniências. Precisam dela para sobreviverem no poder. É ela que mede a temperatura ao longo dos mandatos. É ela que lhes leva as sondagens da popularidade. Quando essa popularidade é boa, mostram-se e mostram esses indicadores. Mas, se na próxima que chegar, esses indicadores forem negativos, os técnicos e os veículos que as divulgam passam de bestiais a bestas.

 A vida social tem vivido assombrada porque o poder judicial, como que por instinto divino, parece ter renascido das cinzas. É inegável que a justiça mudou, porque tinha de mudar. O regime estava abúlico e, sem grandes alaridos, os efeitos surtiram-se, para gáudio de quase todos. Só não gosta da justiça quem está de consciência intranquila.

Os jornalistas são pessoas comuns. Mas formam uma classe que tem contribuído, positivamente, para dignificar o seu papel de formar e de informar. Este binómio é a auto-estrada que leva, em segurança, todos os passageiros, ao destino certo. Estão identificados cerca de seis mil destes servidores. Não ostentam sinais exteriores de riqueza, nem usam armas, como não fazem assaltos. Limitam-se a cumprir, formando e informando. É este o símbolo que os une e os distingue. E os servidores da justiça, a partir daquilo que os técnicos da informação descobrem nas escavações arqueológicas, contra a democracia, cumprem o dever de peneirar as informações, separando o trigo do joio. O terceiro dever do código deontológico exige que:

 «O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos».

O que de mal se tem passado na sociedade Portuguesa é que os políticos que temos  tido, de uma maneira geral, entram nela com segundas intenções. Não fazem escola. Acumulam muita demagogia em comparação com a pouca prática. E, esses laivos de ignorância, quando podem dominar a verdade, a técnica e a própria justiça, descarrilam e precipitam-se no pântano. É o que está a passar-se na sociedade portuguesa, cada dia que um jornal, um canal televisivo ou uma rádio trazem à tona. Haverá muitos leitores que não conhecem o código deontológico do jornalista. Deixo-o aqui para lerem e conservarem.

-O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.-O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.- O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.-O jornalista deve utilizar meios legais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identificação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público.- O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexatas ou falsas. -O jornalista deve também recusar actos que violentem a sua consciência. -O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. -O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, exceto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas. -O jornalista deve salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado.- O jornalista não deve identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor. -O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade, ou sexo.

-O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende.- O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas. -O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. -O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesse. 

26.01.18

O intocável ministro, a mulher e a sogra

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Por: Barroso da Fonte

O governo de António Costa faz que anda mas desanda. Foi engenhoso em chegar ao poder, depois de uma estrondosa derrota. Ganhou a José Seguro de maneira desleal. Mas perdeu contra  Passos Coelho, humilhação que deve ter provocado um desafio assassino para si próprio: ou construía uma forma ardilosa de afastar Coelho ou  estaria condenado a morrer para a política.

Jogou ao tudo ou nada. E, embora se tenha valido de um golpe baixo, conseguiu, praticamente sozinho, fintar tudo e todos, seduzindo aquilo que parecia impensável à maioria dos eleitores: a adesão das esquerdas radicais. Espantosamente, para gáudio pessoal, somou uma vitória que fez doutrina europeia.

A esquerda hipotecou os seus valores por um prato de lentilhas. Mas os resultados foram favoráveis aos seduzidos e aos sedutores. Muitos  deram a cambalhota ideológica que  virou a prática ideológica do futuro. O lamiré viera da Grécia através das sereias: Catarina Martins e as manas Mortágua. O PCP aprendeu com a adesão bloquista. E a esquerda toda teve - ainda - a seu favor, o populismo do PR que surpreendeu tudo e todos, ao prescindir dos cerimoniais, protocolares, para exercer uma original diplomacia que lhe está no sangue e que converteu os mais descrentes.

O governo ganhou um jackpot amealhado de semanas a fio. Com  Ramalho Eanes ou Cavaco Silva não funcionaria. Com as esquerdas Marcelo funcionou, porque não deu ouvidos aos eleitores que o elegeram, convenceu os cépticos  e mantém, hoje, uma certeza: para a recandidatura não haverá oposição, ou, se a tiver, será apenas para beneficiar dos privilégios que o estatuto confere ao (s) candidato (s).

 Após um ano de experiência o país está anestesiado. Os sindicalistas perderam o pio, as greves continuam mas não se dá por elas, os saneamentos políticos fazem-se em surdina e deixou de falar-se no júri nacional que fora  escolhido pela cor dos olhos e não pela competência e pela isenção. Mesmo que se mudem os técnicos por correligionários, a máquina funciona mesmo sem combustível, porque não há liberdade de pensamento, os contestatários arrumaram as bandeiras, as buzinas e as caravanas e, vive-se na paz pobre que o PR não deixa alastrar, seja de noite ou  de dia.

Os aumentos chegaram antes do ano novo. As (falsas) promessas fizeram-se e acertaram-se quando o PS noivou com as esquerdas. António Costa governou como quis, com quem quis e com a rédea solta de que precisava. Anestesiou, dentro e fora do Parlamento, as altercações que aqueciam as fábricas e a via publica. Acenou com aumentos aos pobres e com o descongelamento das progressões, em serviços vitais. Verdadeiras atrocidades morais porque nem as máquinas administrativas estavam preparadas, nem as contas haviam sido feitas, para que na hora certa, essas atrocidades políticas fossem cumpridas. Nas três primeiras semanas do ano, já todas as classes barafustam, todos os reformados e pensionistas viram subtraídas as verbas com que contavam e os aumentos e as progressões nas carreiras vão ficar para o ano das eleições.

A par disso alguns ministros que deveriam demitir-se ou ser demitidos, continuam a semear broncas, como Vieira da Silva, que nem falar sabe; e com outros, como o seu ex-Secretário  de Estado da «Raríssimas» que mentiu descaradamente, ficando de boca aberta, em pleno diálogo com a Jornalista que «o despediu» por indecente e má figura. A verdade é como o azeite.

Os hospitais atingiram bloqueios como poucas vezes se havia visto. O Ministro da Saúde leva dois anos de desentendimento com classes vitais, como são os enfermeiros e os médicos. E o ministro da educação não foi capaz de resolver a tão badalada promessa da recolha dos manuais escolares, episódio que até um qualquer tarefeiro resolveria, perante a facilidade que o governo anunciara em relação ao  seu reaproveitamento.

 Relativamente ao Ministro Vieira da Silva, a tão zelosa esquerda, nem sequer levantou a voz a essa estorieta que foi descoberta e logo silenciada, a qual envolve milhares de euros à instituição da sogra, ao reforço do seu salário e às cumplicidades que foram evidentes no processo da Raríssimas. Bastou António Costa dizer às sereias do BE de que punha as mãos no lume por esse seu ministro. Podia cair o governo e desengonçar-se a geringonça. 

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