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Portugal, minha terra.

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20.08.09

"Pedra que beija"

aquimetem, Falar disto e daquilo

 

          O vídeo dá da vila de Caimbambo uma ideia de como ficou Angola com a guerra fratricida que só recentemente parece ter terminado. Embora o "morro da vitória" que entre Caimbambo e Cubal é tido como que emblema vitorioso da região, no terreno não há disso sinal assim tão evidente. Mas também é certo que "Roma e Pavia  não se fizeram num dia". Isto para também dizer que "um azar nunca vem só ". No dia 30, 2º-feira, manhã cedinho aí vai de novo a família  Pereira em demanda das alturas do planalo central angolano, desta vez na expectativa do mau tempo não fazer das suas. Mas ali quando não é do casaco é das calças. Não tínhamos saído há uns 15 minutos de casa e já o azar nos começou a  perseguir, com o motor do jipe a não quer responder. Tínhamos já passado o "Morro dos Irmãos Gémeos" e alcançado as proximidades da  "Pedra que  Beija", onde aqui se foi mesmo a baixo, e adeus, Huambo!

 

           Numa terra onde a carência de serviços é elevada, só quem de facto tem alguma influência e bom relacionamento social consegue dar a volta às situações. Num lugar isolado e sem rede para comunicar, valeu entretanto passar um taxe (uma motorizada) que cobrando 1000 kwanzas transportou a Drª Gisela  ao local de partida , em busca de socorro, enquanto os pais  ficaram no deserto a guardar o jipe. 

           Não demorou que uma equipa de pessoal técnico, ao serviço da AAA, dirigida pelo  Sr. Haleka surgisse ali para reparar a avaria.  Mas depois de várias experiências fomos aconselhados a regressar a Caimbambo, para ver o problema com mais cuidado. Para ser franco até nem desgostei do azar, pois prestou-se a desfrutar de mais uns bons momentos  de convívio agradável com aquele pessoal simpático que encontrei nos escritórios da Acção Agrária Alemã e de voltar a ver os porcos e as cabras a pastar na rua.

           Neste embondeiro ao lado dos escritórios entretive-me várias horas ao fim do dia a ver as cabras saltarem estas pedras e aqui passarem a noite,  sempre muito barulhentas e em alerta

          Eram 08h09, desse dia 30,  quando numa 2ª tentativa  para regressar ao Huambo partimos de Caimbambo. O 2007 que figura no foto deve-se ao facto de eu não ter tido o cuidado de acertar as datas na minha máquina digital. Mal sabia eu que ainda nesse dia havia de voltar a ver esta escola, e miúdos a saltarem muro, não o da vergonha..., embora  pareça. 

           Na véspera até me deliciei ao parar ali para  ver e admirar  a escultura natural que daquele lugar ermo é atractivo, mas quando no dia seguinte fui forçado a permanecer lá  de sentinela ao jipe, ó meus amigos, quais pedra que beija, quais quê! Valeu enxergar,  não muito afastado dali,  pessoas de trabalho que atravessando a estrada se dirigiram para uma casa de campo para  logo ficar mais seguro do meu posto...Tirei foto. para registo.

           Casa do antigo e modesto fazendeiro, esta está a ser recuperada, para quê não sei.

30.07.09

Até sempre amigos!

aquimetem, Falar disto e daquilo

          O dia 29 estava destinado ao regresso ao Huambo, logo pela manhãzinha. Mas era Domingo, e um cristão que se preze não pode nem deve ficar sem missa dominical. Como  em Angola até para isso  é necessário contar com  as distâncias  que em certas zonas separam entre si os lugares de culto, nada melhor que aproveitar o primeiro à mão, e poder assim partir já com este preceito cumprido.

           Na véspera, após o regresso de Benguela a Caimbambo, procurei informar-me a que horas havia missa, ao domingo, na igreja paroquial de São Francisco de Assis, a informação foi que era às 07h00. Assim manhã cedo eis-me a percorrer o centro desta  vila, que foi martirizada com uma guerra fratricida, e desse modo agradecer os momentos agradáveis que me proporcionou durante a minha estadia no município, onde, em Chinhungo,  nasceu D. Mário Lucunds, bispo de Menongue, a 13 de Maio de 1957. 

          A igreja é perto e dá tempo para mais um vez apreciar a vila do Caimbambo e a paisagem envolvente.

          Era domingo, por isso o  pessoal das equipas de "desminagem" de engenhos explosivos  de guerra dormem ainda a bom sono, nas tendas montadas em frente aos escritórios da AAA.. Levantar cedo bem basta à semana para no trabalho de campo desviar o perigo das ninas  deixadas pela guerra.  

           A igreja paroquial e a história da Missa. Com toda a calma fui-me aproximando da igreja, mas ao fezê-lo dei conta que a porta estava fechada e nenhum movimento de pessoas ali perto. Vi as horas, que deviam ser cerca das 06h45 e mesmo sabendo que os africanos não são pessoas apressadas, achei que algo estava errado, ou o meu relógio ou a informação que me deram. Foi a informação! Aqui valeu, no momento, passar uma senhora a quem interroguei e  me informou ser a Missa a essa hora, mas na Missão Católica  da Sagrada Família de Caimbambo. Quando perguntei se era muito longe, a resposta foi: "É já ali...". Pois é, só que foram os bons 20 minutos, para lá chegar, e valeu também a senhora levar o mesmo destino. 

 

           Depois da igreja paroquial, deixa-se a estrada e toma-se o caminho que nos conduz à Missão que vi algures foi fundada pelo Padre Rafael dos Santos Morais que foi pároco do Cubal. 

           Antes de chegar à Missão Católica de Caimbambo fica este típico aldeamento.

           Pátio e anexos nas traseiras do templo da Missão.

           Tudo quanto de edifício sagrado ou não ficou abalado pela guerra, e a maioria se não está em ruinas, oferece pouca segurança. Também a Missão da Sagrada Família do  Caimbambo não foge à regra. Por isso a Santa Missa quando celebrada aqui é campal como nesse dia aconteceu. Num destes bancos muito usados por onde andei, me  recolhi anonimamente quando cheguei à Missão, só que muito atento ao movimento dos fieis, o celebrante notando que havia gente estranha na comunidade, não faz mais que convidar os intrusos a subirem ao altar e ali permanecerem até ao fim da celebração, e depois dizerem quem são e donde são. Foi o que me sucedeu.

           Fim de Missa, 09h30

           Fim de Missa

O António Hóka com a minha cara-metade

          Ainda não contei toda a história da Missa. Como digo no inicio, a partida para Huambo estava programada para ser da parte de  manhã quanto mais cedo melhor. E esse tinha sido o compromisso que assumi com a minha condutora. Só que o local da celebração eucarística alterou as promessas feitas. E pior do que isso foi ninguém saber onde é que os pais da Drª Gisela se teriam metido. Valeu então a gentil disponibilidade do António Hóka e Pedro Haleka que no fim de Missa lá estavam com a minha filha para de regresso nos levar à vila, antes de partirmos.

           O José Pedro Haleka sorridente a observar as ocorrências junto aos muros da Missão. 

           Edifício junto e pertencente à Missão Católica de Caimmbambo

           Enquanto eu regressei de Jipe, o senhor Haleca na cauda veio de mota

           São 10h13 o momento de partida aproxima-se. Até sempre amigos! 

20.07.09

aldeia de Calomiapa

aquimetem, Falar disto e daquilo

          Em Angola o dia amanhece cedo, por volta das 05h30 já se circula com toda a facilidade e a partir das 07h00 todo o mundo mexe. No dia seguinte à minha chegada a Caimbambo, levantei-me cedo para do meu pouso (escritórios da AAA) apreciar o panorama à volta. A escola fica em frente, e por isso foi a caminhada dos alunos para as aulas, transportando o seu caderno e a cadeira ou banco, que mais  preencheu o meu espaço de curiosidade e atenção. 

          Com um olhar meigo e triste, estes jovens não sabem o que é viver na abundância de bens materiais, quando a final são filhos e herdeiros de um dos mais ricos países de África! Mas que infelizmente os homens, seus irmãos, não têm sabido explorar por forma a todos contemplar. 

          Mas vamos a mudar de assunto, porque se aproxima a hora do almoço e de fazer a seguir, uma visita a Calomiapa, uma aldeia rural do interior do sertão, e que está na origem deste meu passeio até Caimbambo.

          Ao contrário das fotos que ilustram alguns dos posts relacionados com esta minha reportagem sobre terras angolanas,  as que seleccionei para ilustrar o presente post correspondem rigorosamente à data e hora em que foram tiradas. As outras também, só que por vezes com datas diferentes, mas por elucidativas as adaptei aos textos, onde constam. Fica a informação, antes de partir por um estradão, género picada, que ao cabo de uns bons 30 minutos de Jipe acelerado  liga Caimbambo com a aldeia de Calomiapa.   

         Tomando a estrada em direcção ao Cubal, ao fundo da vila e antes de  atravessar a ponte do rio Caimbambo ( em péssimo estado),  um desvio à nossa direita aponta a rota que por Kotolo conduz à terra onde o conceituada soba Pedro é figura querida e respeitada.

           paisagem do percurso

          a caminho de Kotolo

  

          aldeia de Kotolo

           Depois de  Kotolo

           Vizinhanças de Calomiapa

           Uma represa e piscina...

          Zona que já deve ter sido muito rica, fértil é com certeza; mas só produz se com trabalho e cabeça...

 

          Antes que me passe vou explicar  porquê esta foto com um porco. Sendo as galinhas uma das principais fontes da economia domestica das famílias rurais angolanas, estando em conversa com um nativo adventista lembrei-lhe que podiam também incluir na lista a criação de porcos, como é tradição em Portugal. Foi então que esse meu amigo me confidenciou que os  adventistas do sétimo dia, não comem carne desse animal. Ora como gato escaldado de água fria tem medo, logo que cheguei a Calomiapa e vi um "tó", a primeira coisa que fiz foi fotografar o bicho. No final da palestra que a Drª Gisela Pereira ali foi dar à comunidade sobre a doença de Newcastle- Otchiefu que " é causada por um vírus (um bichinho bastante pequeno) que ataca as aves de todas as espécies e de idades"  contei a história a um dos presentes que com um rasgado sorriso me disse: "nós aqui somos cristãos, e temos Santo António por nosso padroeiro !". Para saber passear ou ler.

           Aqui temos em semi-circulo a palestrante ladeada pelos pais e dois dos promotores da vacinação, na ponta direita o soba Pedro, o catequista e um outro convidado da aldeia.   

           Uma  assembleia muito atenta aos ensinamentos

 

          Aqui posando para a postoridade: Um promotor, o catequista, a Drª. Gisela, com a mãe de galinha ao peito, o  soba Pedro, outro promotor e o interprete do dialeto regional.

          Os homens do amanhã, desta aldeia de Calomiapa

14.07.09

à imagem da loja...

aquimetem, Falar disto e daquilo

          A origem desta  viagem até Caimbambo deve-se ao facto da Acção Agrária Alemã também ali se fazer notar em projectos como o do combate à Doença de Newcastle, que na província de Huambo e Benguela tem por directora-técnica a Drª. Gisela Pereira. Embora este projecto esteja sediado no Bongo, com muita frequência os responsáveis pela sua eficiência se deslocam as aldeias onde estão a ser implementados os ensinamentos e cuidados para combater a doença. Foi graças a uma dessas deslocações que  convidado a fazer companhia à minha anfitriã fiquei a conhecer algumas das mais belas paisagens angolanas, e também alguns dos recantos mais isolados do sertão. 

          Depois da placa indicativa da localidade, junto duma pequena ponte e duma também pequena linha de água, surgem os primeiros sinais da urbe com uma casa de comercio que vim a saber tem um português à frente. E é do Alto Douro. 

          O comercio tradicional, as feiras ou pracinhas, faz parte da vida angolana e sem essa actividade o povo das vilas e aldeias perdia a forma mais fácil que tem para além do negócio, permutar ideias e produtos. E então no campo etnográfico, era a cultura e todo o país que perdiam.

           Paróquia consagrada a São Francisco de Assim, a vila e município de Caimbambo, província de Benguela, tem 3285 km2 e cerca de 48 mil habitantes. Limita a Norte com o município de Benguela, a Este com o município do Cubal, a Sul com o município de Chongori e a Oeste com o município de Baia Farta.

           Caimbambo - Escritórios da Acção Agrária Alemã.

           Terreiro em frente aos escritórios, ao longe as pedras do "V", da vitória...

           Um portista à maneira posando para a foto

           O vizinho café, e a escola que funciona no mesmo edifício.

           A loja de J. Tchombela, onde às escuras ou à luz da vela fui aviado algumas vezes. Só ali descobri o Dom Cacho, da vinha...angolana. Numa primeira impressão lamento dizer: A imagem do Caimbambo  é muito semelhante à imagem da loja... Esta sim uma peça do património local a preservar.  

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