Na alvorada da Liberdade
Do autor, o académico João de Deus Rodrigues, recebi um dos seus poemas que falam de Abril, aquele Abril com que muitos sonharam e que passadas quatro décadas muitos continuam a sonhar. Ao menos a LIBERDADE se de facto basta só por sí; ou antes o poema, se a liberdade é sem regra:
Na alvorada da Liberdade
Peguei nos meus filhos pequeninos pela mão,
Nessas manhãs claras que o tempo libertava,
E caminhamos no meio da esfuziante multidão,
Que comungando dos mesmos ideais, lutava.
Não queria, tinha a mim mesmo prometido,
Que as estradas que se abriam ao nosso querer,
Jamais apontassem na direcção de um só sentido,
Ou alguém cativasse a Liberdade, acabada de nascer.
Por isso, eis que agora, em Abril, rompe de novo,
O grito do Poeta, espalhado pelas avenidas,
Que é bom lembrar Camões e Goya ao Povo.
Para que a memória esteja presente no futuro,
De todos os que queiram viver na Cidade,
Para perpetuar nas avenidas o grito Liberdade.
In Livro “O Acordar das Emoções” – Tartaruga Editora