De Agostinhos a Gracianos
Com o post intitulado "Culto Graciano na Madeira e Açores" que publiquei no blog aocorrerdapena, em 5 do corrente, dei por concluído o arrolamento de todas as paróquias portuguesas consagradas a Nossa Senhora da Graça, que no total são setenta e uma (71). No Continente 64, e mais 7 nos Arquipélagos; a Madeira com 4, e os Açores, com 3.
Quanto a este culto em si, parece ser genuinamente português, e segundo Frei Agostinho de Santa Maria, teve origem numa imagem recolhida das redes por uns pescadores do mar da vila de Cascais, na vespera da Vigília da Assunção de Nossa Senhora, no ano de 1362. Admirados com o misterioso achado, e sem saber de que modo deviam honrar tal imagem, foi da boca de uma menina de peito, ali presente ao colo da mãe, que perplexos ouviram estas palavras: "Esta Senhora quer que a levem ao mosteiro dos seus frades".
Assim se cumpriu, e no dia imediato, dia da gloriosa Assunção de Nossa Senhora, a milagrosa imagem partiu, em procissão, de Cascais até Lisboa, cerca de cinco léguas, para ser confiada à guarda dos augustinianos religiosos do Convento de Santo Agostinho, que a partir daí até aos nossos dias foi tomando o nome de Convento da Graça; e os frades, em quanto ali pontificaram, em vez de Agostinhos, passaram a chamar-se de frades Gracianos.
E agora percebo por que razão também os pescadores são tão devotos de NS da Graça: tocados pelo mesmo sentimento daqueles que na sua pescaria tiveram a graça de encontrar e com esse mesmo titulo baptizar Nossa Senhora, imitando assim o Anjo do Senhor, quando na Anunciação lhe chamou a cheia de Graça. (procurar +em tags graça).