Por terras de Moçambique
Como já disse, estas casinhas em madeira, os bungalows, não têm paredes, permitido que através das vidraças se possa observar o exterior à volta. Ideal para quem quiser apreciar a fauna nocturna que ali se movimenta, aves, macacos e borboletas são o principal recheio. O figurino diorno é outro e no terreno é que se aprecia, o da minha manhã de 17 de Julho em Catapú foi com o sol a reflectir no telhado e o cantar dos pássaros madrugadores. Ainda não eram 06h e já eu, fora desta casinha que me foi destinada para pernoitar, andava em passeio matinal pelo interior do parque. Um encanto !
Como as casinhas de pernoita também o restaurante é sem paredes, conferindo ao espaço o verdadeiro sentido e significado de "ecolodge por excelência". Rodeado de arbustos e plantas valiosas, espaços para descansar, ler ou estudar comodamente, o silencio, ali , só a chilraria dos pássaros nas árvores e nos bebedouros vizinhos é de vez enquanto harmoniosamente quebrado. Aqui tomamos o pequeno almoço do dia e com as malas prontas aguardamos que da sua casinha chegassem as nossas companheiras de viagem.
Para memória fica uma foto de mãe e filha juntas a uma árvore, em crescimento, de Pau-Preto que faço acompanhar por uma revelação atribuída ao concessionário James White que por oportuna transcrevo: " O nosso parceiro é a população que faz a plantação de árvores nativas nas comunidades onde depois de quatro anos de sobrevivência da espécie nós pagamos algum dinheiro como simples incentivo". Uma forma didáctica de moldar mentalidades e proteger espécies da flora e da fauna africana em perigo de extinção. Isto não são chinesices....é sobretudo prestar socorro ao património ecológico de Moçambique.
E eram 10h locais, em ponto, estávamos a entrar na Estrada Principal nº1 de regresso a Quelimane, deixando com saudades o lodge onde na realidade é um lugar para estar e visitar na localidade de Inhamitanga, zona de Catapú.
16minutos depois, estavamos atravessar a linha do ramal Beira/Sena, trocando o distrito de Cheringoma pelo de Caia.
E às 10h32 já em Caia, junto da portagem da ponte, para deixar a província de Sofala e voltar à da Zambézia.
Atravessada a ponte sobre o rio Zambeze, no sentido sul - norte de novo se deu entrada em território da Zambézia já nosso conhecido
Estrada fora a objectiva vai recolhendo recordações que capta, como esta
Ou esta, que do mel da Zambézia faz divulgação e vende.
Umbaua-Moogano
No percurso, deparamos a certa altura com uma tabuleta indicando que algo ali existe que merece ser visitado. Fomos ver. Uma árvore enorme e à sua volta um espaço muito bem cuidado, e em telheiro a explicação do porquê da chamada de atenção para tal preciosidade, assim:
" Nome Cient. - Khya Nyasica
Nome Local - Umbaua-Moogano
Idade + ou - 250 Anos
Altura - 42 m/24 cm
Diâmetro de Base - 2, 83metros".
Ás 12h30 estávamos a passar pelo centro de Niocoadala, vindos da floresta por trajecto onde os cajueiros, a mandioca, as palmeiras e bananeiras abundam e são o enfeite das machambas vizinhas da estrada.
E já nas proximidades do paraíso dos palmares de Quelimane, também com um fim de semana à lorde, quase a chegar ao fim
Ás 13h15 eis-nos a escolher mesa no Restaurante - Pizaria da Estação para almoçar, onde como não sou apreciador desse prato italiano optei por camarão que em Quelimane é ao preço da sardinha em Portugal quando dantes se pagava com escudos.
Cabecinha pensadora! Ou modo de sacudir as melgas....como eu.
E antes de recolher aos aposentos, uma passagem pelo terminal rodoviário da cidade. Às 03h30 da madrugada a seguir, dia 18, a Carla parte de férias para a Ilha de Moçambique, e precisa de antecipadamente marcar transporte, para essa hora, até Nampula. Não sou só eu a viajar por terras de Moçambique