Escolha que o eleitorado fez
Tudo aponta no sentido de que Portugal ao contrário do que sucedeu até há pouco vai entrar nos eixos, forçado a tomar consciência que só com produção e poupança se consegue sair da crise em que foi lançado. Os dois líderes partidários que assumiram formar uma maioria parlamentar sustentável e capaz de levar a bom termo uma governação honrada e patriótica que dê dos portugueses uma imagem semelhante à que no futebol dá Mourinho só pelo sigilo com que rodearam o acordo entre ambos é prova da maturidade política que os adversários diziam não existir.
Dai seja o momento oportuno para recordar o que Manuel Falcão, em o METRO do passado dia 7, lembrava: " Com a derrota do PS fecha-se um ciclo político e nestas alturas é bom fazer um exercício de memória, para que no futuro não esqueçamos o que aconteceu, além do aumento da dívida, do aumento do desemprego e da crise em que o Pais foi mergulhado. Alguns lembrar-se-ão que Luís Campos e Cunha, o seu primeiro ministro das Finanças, avisou bem cedo do rumo que as coisas iriam tomar. Mas o que veio a seguir ultrapassou tudo o que se esperava: utilização da CGD para patrocinar a tomada de poder no BCP e financiar guerras internas de accionistas, tentativas de compra de uma estação de televisão incómoda para o Governo, casos de corrupção uns atrás dos outros"; e adianta mais: " Sócrates chegou a primeiro-ministro pela mão de Jorge Sampaio, num episódio político nebuloso que objectivamente favoreceu o PS. Por isso também Jorge Sampaio é co-responsável de tudo o que aconteceu e também ele foi um dos grandes derrotados de 5 de Junho". O povo quando se vê apertado sabe escolher, e Passos Coelho, com apoio de Paulo Portas, promete honrar a escolha que o eleitorado fez.