Artur Agostinho
Portugal ficou hoje mais pobre, com o desaparecimento físico de um dos seus mais brilhantes comunicadores sociais que na Rádio, Cinema, Teatro, TV e Jornalismo desportivo se notabilizou: Artur Agostinho! Natural de Lisboa, onde nasceu a 25 de Dezembro de 1920, este distinto homem da comunicação social é um exemplo para quem na vida quer progredir por mérito próprio e dedicação ao trabalho profissional. Com setenta anos de actividade muito variada nestas andanças da comunicação, do seu curriculum muito vasto sobressaiem a sua actividade jornalística em várias rádios, desde a Emissora Nacional de Radiodifusão, a Antena 1, a Rádio Renascença e o Rádio Clube Português, tendo sido também fundador da RTP.
De seu nome completo Artur Fernandes Agostinho, o saudoso radialista e locutor futebolístico inconfundível, embora natural de Lisboa herdou por parte da mãe, que era minhota, a fibra da gente nortenha que por regra ama e respeita as suas origens. Ainda conheci em meados da década de 60, um seu tio materno que viveu em Belém, e que me falava do sobrinho, muito ocupado e sempre sem tempo para receber visitas. Opinião idêntica ouvi da boca do meu saudoso amigo Dr. José Avelino Marques que com ele trabalhou na rádio e numa empresa de publicidade. Referências que se vão perdendo.
Para evitar os efeitos provocados pela onda de excessos que nos primeiros dias após o 25 de Abril se verificaram em Portugal, com perseguições, calunias e atentados à integridade física de pessoas Artur Agostinho foi forçado a deixar o país rumo ao Brasil, onde durante dois anos trabalhou para a Globo. Regressado do curto cativeiro a que se tinha sujeitado voluntariamente, foi na Rádio Renascença que começou a sua reabilitação, ao lado de outro também consagrado jornalista desportivo, que é Ribeiro Cristóvão. A titulo de curiosidade recordo que foi precisamente na secretaria dos Amigos da Rádio Renascença, onde também hoje cerca das 11h00 tive conhecimento deste infausto desenlace, quando ali me encontrava a pagar a cota de associado
Com 90 anos feitos no passado dia de Natal, só por isso não recebeu nesse dia, das mãos do senhor Presidente da Republica, a Comenda da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada o que sucedeu três dias depois, a 28 de Dezembro de 2010. Merecida condecoração em peito de "leão", com alma lusitana e fiel aos seus ideais, que por isso também Deus o tenha nos seus eleitos. O saudoso comunicador faleceu no Hospital de Santa Maria, vitima de uma paragem cardíaca, e o seu funeral realiza-se amanhã, com missa de corpo presente às 14h15, da igreja de São João de Deus, na Praça de Londres (Lisboa) para o cemitério de Benfica. Deixa obra e deixa rasto.