asilo no Caimbambo
Cerca das 10h30, partimos rumo ao Planalto Central angolano. O tempo estava soalheiro, mas nestas terras até o comportamento da meteorologia não raro estraga os planos de quem quer que seja.
Eram 10h27 quando atravessamos a pequena ponte sobre o também modesto rio Caimbambo, onde junto uma placa assinala o fim da localidade.
A viagem é longa e a estrada pouco ou nada convidativa para se fazer de noite, por isso há que aproveitar. Depois o tempo é outro condicionante, como vão ver...
Aqui até as vacas decidiram travar a pressa, a quem a tem. Faz lembrar a Terceira, onde em Angra do Heroísmo as vacas têm mesmo prioridade nas estradas secundárias. Que remédio!
Aqui o famoso morro dos "irmãos gémeos" que pela sua configuração em "V" os politiqueiros recentemente baptizaram de "morro da vitória" .
Não muito afastado e já próximo da progressiva vila do Cubal fica a "Pedra que Beija" termo que se deve a uma pedra de grande dimensão parecer estar a ser beijada por outra de dimensão reduzida e feitio de pessoa. Como as vacas também esta me fez reduzir a marcha.
Dez minutos depois da Pedra que Beija, tínhamos já atravessado o Rio Cubal e feito o desvio que mais uma vez nos impediu de passar pelo centro da vila, dando connosco numa aldeia em feira onde o desvio desemboca em direcção à Ganda
A Ganda é um município que tudo aponta há-de voltar a ser dos mais importantes de Benguela. Se não estou em erro é dos únicos municípios vizinhos que neste momento dispõe de multibanco
Ainda muito carenciada a cidade da Ganda tem como seu padroeiro São João Baptista ou não fosse o município rico em linhas de àgua, muito mal aproveitadas.
Como atrás disse as condições meteorológicas aqui condicionam a circulação de pessoas e bens e quem já tem experiência por conhecer o terreno sabe disso. Percebi que não foi por mero capricho que devíamos sair o mais cedo possível de casa. É que na Estação das Chuvas as trovoadas no Planalto ocorrem com frequência e em certas situações não se pode circular. Aqui já no Alto Catumbela, começou-se a prever o pior....
Confiado aos cuidados maternais de Nossa Senhora da Conceição do Alto Catumbela, e percorridos já os 18km que separam esta vila da sede do município, andamos mais uns 2 ou 3km para lá do centro da povoação que teve a maior fábrica de celulose e papel de Angola, e hoje é como que uma aldeia fantasma, tudo na expectativa de podermos prosseguir viagem, mas em vão.
Ainda tive tempo para tirar uma foto uma chaminé sem fumo, mas logo a seguir deparei com o pandemónio....do trânsito
A chuva tinha feito das suas, ali mais um dos muitos desvios enlameou-se e quem tentou passar naquela situação ficou atolado. Muito boas vontades, mas uma coisa é certa "sem ovos não se pode fazem omeletas".
Esperou-se ainda que um milagre se desse, mas quando começamos a ouvir os motoristas dos camiões dizer que único remédio era ali pernoitar, pois a isso já estavam habituados, o que nos acorreu á mente foi inverter a direcção e regressar ao Caimbambo a tempo de jantar.
Cerca das 15h00, deixamos a barafunda, para depois de com uns 250 km gastos em seco por terreno encharcado ir pedir asilo no Caimbambo