Nem ontem, nem hoje...
Em frente à minha casa da Bajouca fica um terreno plantado de oliveiras que a Comissão Fabriqueira da igreja há pouco adquiriu para em dias de festa servir de recinto aos festeiros e fora disso às iniciativas que a comunidade paroquial entenda ali promover.
No passado dia 18 de Abril calhei olhar para lá e ver que junto ao espaço onde se situam os fornos havia movimento de pessoas. Atravessei a estrada e aproximei-me do grupo ali atarefado na preparação desse espaço que pelos vistos era para iniciar uma cozida de pão que no fim da Missa vespertina (20h00) desse dia ia ser vendida à porta da igreja.
Porque o tempo estava chuvoso foi necessário antes aumentar a cobertura ao telheiro, cabendo essa missão ao João Oliveira e ao David Pedrosa, enquanto o cuidar da fornada ficou a cargo do casal Soares, José e Fernanda, coadjuvado pela Lígia Afonso e até dos seus filhotes Diogo e Luísa que já se treinam nestes actos de bem-fazer.
Ah! É que eu ainda não disse que este labor à volta dos fornos por norma só se vê pelas Festas de Santo Aleixo, em Agosto, ou quando qualquer evento de envergadura local o justifica, e que para mim este ultrapassa em generosidade tudo quanto de mais nobre se possa imaginar, pois não é para promoção da terra ou satisfazer bairrismos tradicionais, mas sim para prestar auxilio aquém não conhecemos, mas sabemos em concreto carece da nossa ajuda. Melhor dizendo destina-se a materializar uma das principais Obras de Misericórdia: dar de beber a quem tem sede.
Os Missionários do Verbo Divino que em Portugal têm a Casa-mãe, em Tortosendo(Cova das Beiras) e ramificações por vários pontos do país, como por exemplo Guimarães, Fátima, Lisboa e Almodôvar, contam com muita simpatia e respeito por parte do povo da Bajouca, circunstância que explica e dá origem à constituição duma equipa de Amigos do Verbo Divino (AMIVD) que neste momento em união com a zona de Tortosendo está muito empenhada em colaborar no projecto missionário 2008 que a Irmã Luísa Fagundes lançou de Chalaua (Moçambique) a todas as pessoas de boa vontade no sentido de contribuirem na medida do possível com a sua ajuda para dotar aquela localidade moçambicana com a abertura de um furo de água cuja falta de forma drastica ali se faz sentir.
A localidade administrativa de Chalaua, no distrito de Moma, provincia de Nampula (MOÇ), tem 80 mil habitantes, mas nesta região há falta de água. Há mais de 5 anos que não cai chuva para renovar os poços e os rios. "A população caminha quilómetros (10, 15, 20 ou mais quilómetros) para apanhar um pouco de água de má qualidade. Sem água há pouca higiene e com isso muita doença".
Creio que está tudo dito e percebido, agora só falta apenas deixar os contactos para quem assim o entender dar a sua ajuda: Seminário do Verbo Divino, Apartado 22 - 6201-908 TORTOSENDO Tel. 275951135, e na Bajouca: Fernanda ou José Ferreira Soares: 244684404 ou Lígia Afonso: 919677177. Se não ajudarem não me venham dizer depois que foi por falta de contactos!
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Importa que a campanha está em marcha e na Bajouca com pão do forno das festas cozido todas as tardes de sábado e vendido no fim da Missa vespertina. Mas como aqui em outros locais há gente generosa sem a qual eu não descobria o "Nelito" Afonso armado em reporter numa das Feiras Missionárias realizadas o ano passado em Tortosendo. Gostei de o apanhar, e aos meus amigos em particular recordo que para abrir o furo de água ( Água potável é vida !) a estratégia é organizar a Feira Missionária:
- No Encontro Reg. dos Amigos do Verbo Divino, em Tortosendo, a 22/06/08
- No dia Mundial das Missões, a 19 /10/08
- Na Peregrinação Missionária Nacional a Fátima, a 05 e 06/07/08
- Em eventos como por acasião do 18º Grande Prémio de Atletismo da Bajouca, no passado dia 04 aconteceu, em que a Lígia com mais um grupo de bajouquenses montaram uma mesa no Largo dos Treze com peças de artesanato cuja receita reverteu para esse fim.
Mente quem diz que o povo português é racista! Nem ontem... nem hoje...