Só de socialistas
Boris Ieltsin
Já falei e divulguei muito do que vi e senti à volta do 25 de Abril, não estou por isso disposto a repetir-me ou adiantar mais nada por agora. Dos intervenientes que tive por amigos muito respeitados, quero aqui recordar em véspera do histórico aniversário, o Tenente-General Franco Charais, o Coronel Jaime Neves e o Tenente-General Manuel Monge, figuras com quem de perto tive contactos e travei amizade.
A política a mim nunca me seduziu, como também não a actividade de comerciante por conta própria, nasci para ser dirigido e não dirigente e sempre até hoje me dei bem com isso. Amigo do meu amigo independentemente da actividade, modo de estar ou actuar em sociedade nunca criei nem me foi criado obstáculo algum contrário à minha cidadania. Salvo quando ainda muito novato se me deu para tomar partido pelo General Humberto Delegado. Aí tive à perna alguém que me repreendeu e aconselhou a não abrir as asas demasiado. Foi um aviso providencial pois a partir daí passei a ser um observador descomprometido, a ponto de nem mesmo com tantos amigos revolucionários me ter deixado influenciar com as promessas do 25 de Abril que realmente trouxe a liberdade a quem dela sabe usar, mas ainda mais àqueles que dela abusam e tornaram este País num pântano recheado de piranhas e de sangue-sugas, faltou-me dizer.
Por isso em véspera da madrugada de Abril, optei este ano por antes prestar aqui a minha sentida homenagem a Boris Ieltsin, o homem que a seu tempo, na condição de Presidente da RÚSSIA, deu a machadada fatal no Comunismo Soviético e amanhã, dia 25 de Abril, vai a sepultar em Moscovo, com apenas 76 anos de idade. Nasceu a 1 de Fevereiro de 1931 e faleceu a 23 de Abril de 2007. Que repouse em paz.
E ainda há quem em Portugal acredite no comunismo ! Só de socialistas.