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Por: Barroso da Fonte:
«Em nome da ganância lixe-se a coerência
Quando esta crónica vier a público talvez Portugal já tenha sofrido um trambolhão que fará dos seus cidadãos, astronautas em viagem, tipo refugiados de Leste, para um planeta descoberto por António Costa e seus sequazes.
Ao longo de 900 anos Portugal teve reis e presidentes da República. Travou batalhas em terra, mar e ar. Cada cidadão sempre agiu em consonância com os ditames cívicos. Algudos seus cidadãos, astronautas em viagem, tipo refugiados de Leste, para um planeta descoberto mas vezes houve prisões internas por desobediência ao poder supremo. Mas nunca houve inversões ideológicas tão abismais, tão intempestivas e tão contraditórias, como António Costa que transformou uma derrota rocambolesca em vitória satânica. Foi a maior cambalhota política de um homem só que reduziu a cinzas, os princípios dogmáticos de três partidos políticos que durante quase meio século, guerrilharam entre si, se insultaram, se combateram e que, num ápice, se fundiram numa lâmpada florescente para a iluminação do pagode carnavalesco da barbárie social.
Este salve-se quem puder foi cozinhado em ambientes secretos, em moldes iníquos e com instintos impuros, gizados contra natura, violando normas e preceitos, nunca permitidos nem imaginados, o que constituem pecaminosa maldição contra quem exerceu o direito de votar e foi traído por ver falseados os direitos dos vencedores.
O PS tem sido um partido sério, uma Força política adulta e responsável e um fator de equilíbrio e gerador de progresso social.
Mas ao fim de 41 anos, um dos seus membros entrou numa luta desleal para com os seus próprios responsáveis e – inacreditavelmente – tudo fez para apear o líder, legitimo e legitimado para os desafios que se seguiram. Foi pior do que aquele que destronou. A derrota foi humilhante. E, em vez de se demitir como é tradição, rendendo-se à sua incapacidade, incompetência e falta de carisma, aliou-se aos seus inimigos tradicionais, cumprindo aquela máxima que se usa nas grandes batalhas: se não podes vencer o inimigo, junta-te a ele.
Aqueles queao longo dos anos sempre divergiram, em matérias essenciais ao ideário que constitui a coluna vertebral de um qualquer partido político, igualmente incapacitados de terem votação bastante para chegarem ao poder, ajoelharam perante o insaciável golpista, cuja ambição dividiu a sociedade, dividiu o partido e embaraçou a vida empresarial, política e cívica do país que andou quatro anos a subtrair a economia nacional, entupiu postos de trabalho, obrigou os inocentes a uma crise das piores de sempre.
Os incapazes, os medíocres, os insaciáveis, perante o desespero prestam-se aos papéis mais exóticos e ridículos, ainda que se auto proclamem de iluminados e sabichões. Mercê deste imbróglio que a paciência lusitana tem vindo a suportar, o país irá viver a pior semana política desde o Verão Quente de 1975.
Escrevo esta crónica na noite do dia 5 de Novembro, depois de ver e ouvir Francisco Assis, representante dos socialistas descontentes com o «cozido rançoso» do PS- BE- CDU. Este estranho guisado daria em congestão fatal se o meu conterrâneo Bento Gonçalves e Álvaro Cunhal fossem vivos. A memória deles permite adivinhar que se estivessem cá, esses dois primeiros secretários gerais do PCP, não trocariam a sua coerência, a sua visão e a sua tenacidade, por um prato de lentilhas que poderá traduzir-se nalguns vislumbres de poder na governação.
O Bloco de Esquerda que é uma força política mesclada de descontentes de várias procedências, ainda não tem história, mas o mediatismo e a palavra fácil da teatrista Catarina Martins, fez o resto. Somou os indecisos e os descontentes desde o CDS ao PCP e gere hoje esse mediatismo que esbarra com amadorismo saloio, já que a realidade, muitas vezes, não rima com o ilusionismo.
A salada russa que se prevê com a queda do governo legítimo, a partir de um assalto ao poder totalitário e desregrado, vai tranquilizar aqueles que se acostumaram a dividir para reinar.
Os profissionais das greves terão que escolher outra ocupação. Os sindicalistas, com bigode ou sem bigode; deixarão de ter tempo de antena por cada mais um distúrbio de rua; na assembleia de República, já não haverá debates acalorados entre os três partidos desse cozinhado de mau gosto. Teremos quatro anos mornos, com a atual «Coligação» a poupar para a esquerda consumir. As leis vão sair em catadupa, para revogar aquelas que a «Coligação» produziu. Os assessores do governo legítimo, mas chumbado pela incoerência unida, vão triplicar, porque todas as forças do conluio vão exigir colaboradores da sua confiança. Não mais haverá fome, salários desiguais, desemprego, roubos, zaragatas, pedofilia, rendas altas, hospitais com camas nos corredores, falta de vacinas para quem precisa e não tem dinheiro, bichas nas repartições públicas, enfermeiros a emigrar. As privatizações reassumirão os métodos do Prec. Muitas decisões vão ser revogadas, tudo o que está mal, vai ser trocado pelo que eles querem que esteja bem: Ricardo Salgado, Oliveira Costa, Duarte Lima, Vara, Sócrates e seus comparsas serão inocentados. Tudo em nome do povo que cada vez mais é o pião das nicas.
Tudo o que de mal advier para a sociedade portuguesa terá um destinatário: o golpista António Costa.
Calvão da Silva ministro Barrosão
Tomou posse no dia 30 de Outubro como Ministro da Administração Interna, o Prof. Doutor João Calvão da Silva, natural de Solveira, (Montalegre). Veio ao mundo dia 20 de Fevereiro de 1952. Ingressou na Faculdade de Direito em Coimbra no ano lectivo de 1975, concluindo a sua formação com 17 valores. Em 1986 concluiu o curso de Pós-graduação em Ciências Jurídicas com 18 valores.
Em 28 de Novembro de 1990 defendeu a tese de doutoramento, em Direito Civil e, em 5 de Junho de 2003, foi aprovado por unanimidade como Professor Catedrático.
Fez parte do IX governo Constitucional, como Secretário de Estado Adjunto do Vice-Primeiro Ministro, Mota Pinto. Foi deputado da Assembleia da República, desde 1 de Outubro de 1995 até Outubro de 1999. Foi ainda membro do Conselho Superior de Magistratura, eleito pela Assembleia da República, entre Maio de 2005 e 2009. Desempenhou outras importantes funções em cargos de relevo na Banca, nos Seguros e em organizações comerciais e industriais.
Presentemente é dos raros Professores catedráticos do concelho de Montalegre. E por isso é uma agradável notícia para qualquer Transmontano de Barroso.
Desagradavelmente esta nomeação coincidiu com a rocambolesca, patética e carnavalesca farsa política que um homem só, para mais derrotado, desorientado e aos ziguezagues, congeminou para sobreviver a esta inédita pirueta da vida nacional.
Esta paranoia coletiva que o pais atravessa, demonstra que a política descarrilou para palco de confrontos, de assaltos e do vale tudo. Que os partidos da extrema esquerda e esquerda convencional, aproveitassem o grito do Ipiranga do tal líder derrotado, caluniado, oprimido pelos próprios correligionários que ele rasteirou para que, pela primeira vez na vida democrática, consigam chegar ao poder,compreende-se. Mas que introduza na vida democrática Portuguesa, por vias rocambolescas, demoníacas, totalitárias e inimagináveis, métodos estonteantes e fraudulentos à luz da tradição e da forma freudiana como decorreu a campanha eleitoral, é postura que desmonta a hipocrisia política de quem não olha a meios para atingir os fins. Quem perdeu os escrúpulos, o decoro, a ética e se comportou, para com alguns dos seus próprios camaradas e com a força que venceu as eleições, como um intruso, não pode, não deve e não tem legitimidade popular, para gerir o país. Teria essa legitimidade se durante a campanha eleitoral, ele e os dois partidos que aceitaram esta escapatória tivessem esclarecido os eleitores, dessa possibilidade. Pelo contrário: esses partidos ao longo da campanha sempre disseram que o PS era «farinha do mesmo saco». O ganancioso «chefe do governo revolucionário» que arquitetou, na noite das eleições, esta tramoia, inverteu os valores que geriram o país durante 40 anos. E, não tendo a humildade de aceitar as regras do jogo, optou por confrontar e afrontar os eleitores, passando-lhes um certificado de atrasados mentais. Nem Salazar foi capaz de tanto. Tal político cavou um abismo entre os portugueses. E, embora António Costa, não tenha sequer capacidade intelectual, nem cívica para medir a gravidade dos prejuízos morais e materiais que provocou à sociedade portuguesa, a verdade é que, depois do caos em que o governo do seu partido deixou o país, em 2011, com estas cambalhotas, piruetas e e ziguezagues que encenou, a economia ressentiu-se. Os sacrifícios que os portugueses fizeram durante quatro anos de nada valeram. Tudo para sobrevivência política de António Costa que dividiu o PS, a meio, traiu António José Seguro e semeou a discórdia, o ódio e a perseguição entre cidadãos que votariam de maneira bem diferente, se, durante a campanha eleitoral Costa tivesse a coragem de explicar o destino do voto.
O governo legítimo vai ser empossado no dia em que escrevo esta crónica. Desse governo fazem parte muitos cidadãos que aceitaram o convite de quem tem plena legitimidade. O que vai seguir-se é da inteira responsabilidade daqueles que alinharem com o desespero de António Costa. O BE e o PCP apenas aceitaram um convite envenenado. Nenhuma culpa têm porque aumentaram a votação. O único que perdeu foi o PS, tendo obrigação de ganhar. Se não tivesse feito o que fez ao camarada A.J. Seguro, o PS podia ter ganho as eleições. Nessa condição podia contar com o apoio do PSD e do CDS. Foi-lhe prometido, cara a cara, por Passos Coelho. Tinha evitado esta salada russa que envolveu todos os Portugueses e o mais que se verá.
No meio desta jagunçada, desta peixeirada e deste mau perder, espera-se que o bom senso dos deputados prevaleça, sobre a senilidade antecipada de alguns políticos de meia tigela que nada de novo produziram para o progresso da humanidade.
Volto a saudar o Barrosão, João Calvão da Silva, pela sua ascensão a ministro de uma pasta muito sensível à convivência social. Foi de Barroso para Coimbra, onde não se ficou pela mera licenciatura em direito. Nem optou pelo mero ato de ser jurista. Quis progredir e conseguiu chegar ao topo da carreira. É isso o que diverge entre cidadãos. Quem nasce na cidade e por lá fica, não conhece a austeridade que se experimenta na «província». Os «provincianos» quando lá chegam, em equidade de condições, habitualmente são melhores, porque conhecem o rigor da vida. E lutam, honestamente, pela superação das barreiras que protagonizaram nos primeiros anos.
Ainda não sei se mais algum governante deste totoloto, nasceu em Trás-os-Montes. Na pessoa do novo Ministro da Administração Interna cumprimento-o e a todos os seus pares.
Livros de autores do concelho de Montalegre
Trago hoje ao diálogo com os leitores obras de três barrosões. No corrente ano, vieram à luz do dia, cerca de uma dezena de livros, das mais variadas modalidades literárias. Destes falo hoje.
História da Polícia em Portugal é um documento muito útil e prático da autoria de Domingos Vaz Chaves, colaborador regular de Notícias de Barroso. Nasceu em Gralhas em 1954. Em 1974, com 19 anos, já residente em Lisboa, completou o Curso Geral dos Liceus. Em 1980, ingressa na Polícia de Segurança Pública, onde continua após sucessivas progressões na carreira. Em 1989 conclui o 12º ano e ingressa na Faculdade de Direito. Foi fundador e vice-presidente da Direção Distrital de Lisboa da ASP - Associação Sócio-profissional. A partir de 1992 passou a pertencer à Direção Nacional da mesma. Em 1994, por divergências no seio da ASP funda, com outros, a APP/PSP à qual preside até Outubro de 1999. Nessa altura foi eleito para o Conselho Superior, até 2001. São estes os seus dados biográficos que constam nas duas primeiras páginas deste volume encadernado de 306 páginas desta História da Polícia em Portugal, debruçando-se sobre «Formas de Justiça e Policiamento». Esta sua primeira obra saiu numa edição de 2.500 exemplares, no ano 2000. É um esboço histórico muito bem conseguido. Nessa data já tinha a categoria de Chefe de Polícia de Segurança Pública.
Já em 2015 editou, com o apoio da Câmara Municipal, um segundo livro, centrado na sua aldeia natal – Gralhas, - reunindo elementos etnográficos que qualquer Barrosão conhece, ou que, não conhecendo, deve ler e reler.
A Gesta de Gualtar é o último livro de fôlego de Paleólogo Bento Miranda Pereira, natural do Baixo Barroso. Embora convidado, não pude estar presente. Mas pôde ver-se pelas fotos que o auditório da sede de Junta de Freguesia, esteve cheio como um ovo. Numa sessão presidida por Ricardo Rio, Presidente da Câmara de Braga, ali marcaram presença qualificados historiadores académicos, como Franklim Neiva e outros como Eduardo Pires de Oliveira que escreveu o Prefácio. Nesse prefácio se afirma que o Paleólogo Bento Miranda Pereira teve o cuidado de relembrar (com documentos), o passado histórico da Freguesia de Gualtar. Porque «não teve medo em perder tempo e andou a escavar em muitos arquivos: os da paróquia, nos Arquivo Distrital e Municipal e em todos os demais, onde acreditou que pudesse haver algum material interessante para o conhecimento de Gualtar. A partir de agora as famílias de Gualtar saberão de onde vieram e quem são, graças também ao apêndice compilado por António da Mota Gonçalves. O livro vai percorrendo o tempo, desde a arqueologia à modernidade, desde a via romana que saindo de Braga, em direção a Chaves e Astorga, passava em Gualtar até ao novo Hospital». Menciona a data de 1032, anterior à Nacionalidade, para dizer que já nessa altura havia registo de propriedades e da igreja velha e das confrarias do Subsino. Tem 2,74 km2 de área e 5.286 habitantes residentes, pelo censo de 2011. Afirma ainda o Liber Fidei, obra de referência obrigatória, situa a póvoa de Gualtar em frente ao sopé do Monte Espinho. Curioso é constatar que, situando-se nessa freguesia o Campus principal da Universidade do Minho, que leciona o Curso de História, seja um autodidata a escrever a monografia da freguesia. Este argumento basta para aplaudir a Junta de Freguesia que confiou a um Barrosão com tarimba, o primeiro livro, a sério, sobre a freguesia.
Mp3 & outras minificções é um livro de poemas do docente universitário (UM) Henrique Barroso que nasceu em Salto, em 1960, terra da Mãe, sendo o pai asturiano. Reside na Póvoa de Lanhoso e tem 2 filhos da companheira, alemã, Silke, igualmente docente na U. do Minho. Doutorou-se em Ciências da Linguagem, na área de conhecimento de Linguística Portuguesa. A Língua de um povo é dinâmica. E se o mestre da Língua é o povo que a usa como instrumento comunicacional, são os cientistas que a estudam, a reconhecem nas suas formas inovadoras e a promovem. Aqui está um livro pedagógico. A começar pelo título, passando pelos duetos, tercetos, quadras, quintilhas, sextilhas, lendo as sentenças, os enunciados, os quase- provérbios, fica-se com a ideia de que estamos perante um neologismo ou novo conceito de poema. Quer na disposição gráfica, quer no desenvolvimento contextual. É como aterrar na Lua e provar o primeiro tipo de fruta que apareça ao esfomeado terrestre, acabado de chegar. Mas vindo de um especialista em ciências da linguagem tem que aceitar-se como novidade certificada. A confirmar esta dinâmica poética logo aparece Maria do Carmo Cardoso Mendes, também docente na UM, a esclarecer que, com estas «minificções», o Poeta propõe uma reflexão sobre como o conhecimento dos valores que norteiam uma existência e do modo como o texto literário conduz tais valores».A prefaciadora louva o aparecimento desta inovação linguística «numa época em que os valores humanistas legados pela cultura clássica têm dificuldade em sobreviver».