Corpo de Deus
A Festa do Corpo de Deus que até 2012 foi feriado, deixou de ser pelo menos até 2017 para quando está previsto a decisão governamental ser revista. Lá fui uma vez mais tomar parte num dos mais importantes eventos religiosos que a cidade de Lisboa celebra.
Por tradição esta festa celebrava-se na 2ª Quinta-feira a seguir ao Domingo de Pentecostes (60 dias após a Páscoa) porem o zelo politicamente materialista que em nossos dias campeia neste pais sem rei, nem roca, obrigou a que o evento se celebre no domingo imediatamente a seguir.
É certo que este feriado era aproveitado por vezes para umas mini-ferias, contando com a ponte na sexta-feira; talvez uma das razões porque o governo decidiu acabar com ele. Creio que ninguém lucrou com a decisão, e muito menos quem atentou contra os usos e costumes do povo, pensando no lucro fácil.
Como já o ano passado se verificou, em termos de participação a festa até ganhou em aderência e qualidade, uma vez que os fieis que se integram nas cerimónias e no cortejo são os que vivem a fé e a manifestam.
Esperando pela procissão na Rua da Prata para depois nela me integrar, lá dei conta de caras conhecidas como a da Irmã Celina, religiosa e enfermeira distinta. Muitas que desfilaram e não vi, como por exemplo o Diácono João Paiva que só no fim e já desparamentado abracei junta à igreja de Santo António (à Sé).
Aqui, o pároco de Santa Justa e Santa Rufina, Padre Victor Gonçalves, passa alegre e sorridente, como é seu timbre, em terreno da sua alçada paroquial.
Outra figura notável da diocese de Lisboa, e não só, é monsenhor Rafael do Espírito Santo, Vigário Geral do Opus Dei em Portugal , que aqui se vê muito concentrado no acto de fé que esta festa pede a todos os fieis.
Presidida pelo Patriarca, D. Manuel Clemente, na cauda do cortejo segue uma multidão de fieis em direcção à Sé de Lisboa.
Já ao deixar a Rua da Prata e entrar na Rua da Madalena, a Procissão ainda com o Pálio a passar junto a igreja de Santa Maria Madalena, e a dianteira do desfile, onde vai ela!
Quem diz que a Igreja está em crise de praticantes e devotos, não assiste a actos desta natureza, e deve andar confundido com outro tipo de crises que nada têm a ver com a riqueza espiritual do verdadeiro sentir do povo português. O respeito e aderência que hoje uma vez mais se verificou no acompanhar Jesus Cristo, Deus Vivo, pelas ruas da baixa de Lisboa é prova disso. Mas como na capital, em muitas outras terras do País, Deus Vivo é publicamente louvado e acompanhado nesta celebração anual, como há 2000 anos o foi em terras da Palestina.