25 de Abril
Fez hoje 39 anos que descendo a Calçada da Ajuda por volta das 06;30h, fui surpreendido com a movimentação dos carros blindaddos que de Cavalaria7 estavam a sair sob comando do Coronel Romeiras. Aquela hora não havia ninguém na rua e a minha presença ali deve ter surpreendido o saudoso Militar que só depois de lhe explicar a razão é que me deixou passar. Nesse dia contava receber um conterrâneo meu que estava combinado chegar a Santa Apolónia no comboio das 08:00h. Na Praça Mousinho de Albuquerque, em frente ao Museu dos Coches, aguardei por um Eléctrico que nessa manhã não apareceu, deixando-me preocupado pois o conterrâneo era jovem e vinha entregue aos meus cuidados. Houve sorte porque essa viagem foi adiada.
Do 25 de Abril já todos sabemos que se ficou a dever a um "movimento de militares" descontentes com a situação da guerra no então Ultramar Português e que tudo apontava impossível de alimentar pela via das armas. Sem formação politica e muito menos diplomática os "actores da revolução" são na sua maioria capitães, e muitos milicianos, que sem experiencia ora assumem ou entregam o poder aos políticos, mas em parte àqueles políticos que não conheciam a realidade do país, porque não viviam em Portugal. Daí resultou que 25 de Abril e 1º de Maio festejados em união e harmonia partidária só uma vez aconteceu e nela participei. Depois disso o negócio dos cravos entrou em decadência e hoje só na Assembleia da Republica os vi a enfeitar a sala pois nas ruas da baixa alfacinha apenas deterei um pintado em cartaz.
O povo que tem motivos fortes para se lamentar e acusar o governo de austeridade demasiada, não deve entretanto deixar-se arrastar por uma oposição que apenas está a fazer teatro porque vem aí as eleições e querem votos. Ninguém dá o que não tem e é graças à Troika que muitos dos que fomentam as greves e manifestações ainda vão recebendo os seus ordenados, alguns chorudos. Leiam "Os Bichos" de Torga, e atentem no ladino. Este Governo pode não ser o ideal, mas tem tido coragem de tentar reparar muitos dos erros que os anteriores praticaram e ninguém condenou. E só por isso concordo com Sr. PR quando aconselha:«Os nossos agentes políticos, económicos e sociais têm de estar conscientes que deverão actuar num horizonte temporal mais amplo do que aquele que resulta dos calendários eleitorais». Do seu discurso que, por razões óbvias uma esquerda faz luxo não aplaudir, vale ter em atenção, este comentário: "Um aviso sério, carregado de adjectivos assertivos, e por várias vezes repetido ao longo do discurso do Presidente da República, esta quinta-feira, nas comemorações dos 39 anos da Revolução do 25 de Abril, no Parlamento. Cavaco Silva advertiu que «de uma vez por todas» é preciso que os partidos políticos compreendam «que a conflitualidade permanente e a ausência e consensos irão penalizar os próprios agentes políticos mas, acima de tudo, irão afectar gravemente o interesse nacional».
O vídeo mostra uma prova de atletismo com meta nos Restauradores e que sem cravos assinalou o 39ºaniversário do 25 de Abril