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Portugal, minha terra.

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Portugal, minha terra.

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29.09.11

Abancar em Quelimane.

aquimetem, Falar disto e daquilo

          Junto à fortaleza de São Sebastião avista-se lá ao largo a ilha de Goa, com seu farol e uma boa praia de areia branca.  E é  lançando mão de todo um conjunto de motivos e circunstâncias que envolvem um espaço que Portugal tornou conhecido e construiu obra digna do apreço universal que me despeço e atrevo a fazer uma breve descrição à volta desta ilha que Vasco da Gama descobriu e Camões cantou, para eu agora visitar.  Pese o mais que adiante não passar de mera  retórica e pouco mais do que roubar tempo aos leitores, pois muitos mestres com saber e arte já se anteciparam no historiar da ilha que em 1899  Mouzinho da Silveira realçava: " A baia de Mussuril, com a Ilha de Moçambique, que lhe serve de quebra-mar e as pequenas ilhas de Goa e Sena para facilitar as conhecenças, é um dos melhores portos de toda a costa e está bem farolada e balizada". A propósito destas duas ilhotas uma transcrição de 1600 que consta na Revista Militar, de  23 de Fev, pp, reza: " Se quiseres entrar em Moçambique (Ilha) deixa as ilhas de São Jorge (Goa) e Santiago (Sena) da banda de sudoeste e alarga-te de São Jorge à vista, irás por 6 braças e 7 , e vai de ló, de maneira que vás com a proa da nau em um areal que está de Nossa Senhora do Baluarte para o sudoeste".

           Cruzeiro vizinho da igreja e fortim de Santo António, a encobrir a ilha de Sena que mal se vislumbra lá ao fundo.  

 

           Na ilha não há palmo de terra que a história local ignore e não tenha já assinalado com um monumento ou arrolado e feito registo do que a tradição oral captou. Perto da fortaleza e igreja de NS do Baluarte fica este monumento que na via pública recorda alguém importante que ali morreu ou teve sepultura, creio. 

           Pela mesma ponte por onde entrei e que liga a ilha com a terra firme me despedi, por Lumbo, da baia do Mussuril

           ...... para estrada fora, rodar em demanda de Nampula: A Rainha do Norte de Moçambique.      

           Catedral de Nampula, consagrada a Nossa Senhora de Fátima foi a primeira deste evocação  em todo o mundo; com pomposa inauguração presidida pelo Cardeal D. Teodósio Clemente de Gouveia, a 23 de Agosto de 1956. 

          Com cerca de 200km percorridos parei no planalto para também admirar o centro da cidade capital da província do mesmo nome e num bar deste centro comercial de Nampula tomar um cafezinho e prosseguir viagem até Quelimane que fica logo mais à frente... cerca de 600km!

          Nampula conheceu a presença portuguesa em África apenas quando em 1907 uma expedição da armada portuguesa acampou na sanzala do régulo Uampula (Nampula) e ali construiu um posto militar. Só a partir de então, e desse posto, começou o domínio colonial, não tardando a que logo de seguida 44 régulos tenham sido subjugados. A sua situação geográfica como ponto estratégico valeu-lhe um cativar as atenções das esferas políticas e militares que rápido e progressivamente a transformaram numa das principais cidades de Moçambique.

         Cercada de picos rochosos e gozando de um clima tropical húmido temperado, a cidade de "Nampula é o nó de ligação para as capitais das províncias de Cabo Delegado, Niassa e Zambézia, contribuindo para isso a linha do caminho de ferro que por ali passa (Nacala - Malawi), as ligações por estrada que ali se cruzam e o seu aeroporto internacional". A criação da Diocese, em Setembro de 1940, foi um dos factores decisivos na promoção cultural da vila que logo decorridos 16 anos, em Agosto de 1956, vai ser elevada a cidade. Já na década de 40 havia também sido dotada com Comarca do que resultou a partir daí deixar de ter qualquer submissão administrativa à Ilha de Moçambique, mas pelo contrário na condição de capital de província passar a cidade dominante. E no dizer do Professor Manuel Mendes de Araújo, em Finisterras; e ao que  consta no site VIAJANDO...e vendo!: na hoje 3ª mais importante cidade moçambicana. 

 

          Como em post de 20 de Julho dei conta, após deixar a cidade de Nampula arranquei montanha a cima em direcção a Murrupula, maravilhado com a imponência da paisagem e a riqueza desta província que até em cidades bate o recorde, tem quatro: Ilha de Moçambique, Nampula, Nacala e Angoche.   

  

          No campo é que faz pena! Tanta terra arável e mata frondosa entregue aos bichos... em vez de entregue a quem disposto a produzir riqueza para todos ponha ali em prática o exemplo da formiga responsável por construções do tipo exemplificado nesta foto. É partilhando deste avolumado cenário montado pela natureza que após alcançar o Alto Ligonha se dá entrada na província da Zambézia

 

          Descendo do Alto Molócué por Nipiodi, Nampevo e Mugeba demos connosco atravessando Mocuba, uma das mais importantes urbes da província da Zambézia, que marginada pelo rio Licungo é capital de um distrito e sede de município onde a etnia macua como na província vizinha de Nampula é dominante.

           Para já noite cerrada, faz-se noite cerca das 17h30, com 800km percorridos abancar em Quelimane.

20.09.11

Na hora do adeus à ilha

aquimetem, Falar disto e daquilo

         Fortaleza de São Sebastião que, com a igreja de NS do Baluarte anexa, constituem o mais importante monumento histórico da Ilha de Moçambique. Dispõe no seu interior além da ermida, de uma enorme cisterna com capacidade para reter cerca de 2 mil pipas de água pluvial que foi a arma usada pelos  portugueses contra os holandeses que sem o precioso liquido para durante o cerco se saciarem acabaram por se retirar vencidos em 1607.

 

           Num ilhéu a sul poente da ilha, aonde na maré baixa se pode chegar a pé, fica o fortim de São Lourenço que remonta a uma fortificação de 1557 entretanto construída de novo com  traça que vem do séc. XVIII e que  hoje mantém.

          Outro imponente edifício da época colonial construído pelos portugueses é este dos finais do séc. XIX que chegou a ser um dos melhores hospitais não da Ilha de Moçambique, mas de todo o continente africano.  

          Igreja da Misericórdia é dos monumentos mais característicos da ilha, pela sua frontaria com dois pisos. É postrior à destruição da ilha pelos holandeses em 1607, segundo as várias fontes consultadas.

          Interior da igreja da Misericórdia, onde nas paredes  figuram inúmeras gavetas fúnebres com o nome de cada um dos finados ali depositados,  certamente benfeitores e amigos  da  respectiva Misericórdia.   

           Jardim da Memória recorda um espaço que testou ao vivo a praga negra da escravidão.

          A casa em que dizem  viveu Luís de Camões. O sítio.... é mais provável

  

        Igreja de São Francisco Xavier

     A reconstrução do património urbanístico da cidade não se faz sem a colaboração de pessoas individuais ou colectivas dispostas a colocar os seus talentos e labor ao serviço da ilha. Facto que se está a revelar evidente no ramo da restauração e patente em casas  como o Terraço das Quitandas, o Escondidinho, o RUBYbackpacker e outros que apostados na promoção do turismo local recuperam os edifícios onde se estabelecem. O hospital em ruínas consta-se será transformado em hotel e só assim salvo da ruína total. 

 

          Aqui o simpático gerente do Terraço das Quitandas, um português beirão, que com muito esmero e delicadeza me acolheu durante a estadia na  ilha. Aqui na hora do adeus à ilha

12.09.11

Coberturas de macúti

aquimetem, Falar disto e daquilo

 

           Atravessada a ponte entramos na ilha que antes de Maputo foi a capital de Moçambique, e que Vasco da Gama descobriu em 1498. A foto, se ampliada, dá para imaginar como seria o aspecto urbanístico da ilha antes dos portugueses lá chegar e como a deixaram após os "capitães de Abril" por sua conta e risco a terem devolvido aos moçambicanos.

 

           Da cultura e da obra construida durante a ocupação portuguesa têm os moçambicanos consciência e as altas esferas da cultura universal também o reconhecem, de tal modo que desde 1991 temos a ilha classificada pela UNESCO de património cultural da humanidade. Distinção que honra sobretudo o labor das inúmeras gerações anónimas que com o seu engenho e arte deram corpo e vitalidade a este encantador pedaço de terra que como boia abandonada o Indico ali conserva isolada com Vasco da Gama muito bem entronizado.

 

          O ser humano que por natureza é dominador também dentro da sua espécie faz luxo na demarcação de espaços e diferenciação social, que na Ilha de Moçambique resultou no fundar uma cidade com dois tipos de construção urbana. A parte norte da ilha com a fortaleza de São Sebastião e o Palácio de São Paulo entre os principiais edifícios são parte da cidade de "pedra e cal" enquanto a parte sul delimitada pela igreja de Nossa Senhora da Saúde e tendo de mais realce o fortim e a igreja de Santo António é caracterizada pelas cercas e cobertura das  habitações em macúti, folha de palmeiras. E, claro, morada dos obreiros.... 

 

           Fortim e igreja de Santo Antonio

 

           Emoção sente qualquer estrangeiro quando fora do seu país encontra o símbolo da sua patria ou algo que lhe recorde a nacionalidade ou origens. Foi isso que me invadiu quando ali dei conta de um padrão com as "Armas" de Portugal realçadas. Ser agradecido, não é virtude que hoje se pratique com vulgaridade, honra portanto seja feita a Moçambique.  Também os portugueses nem tudo terão feito bem, mas ao contrário de muitos outros que hoje abancaram no país não foram para lá apoderarem-se da riqueza da terra, foram antes aumentá-la e fazê-la produtiva.  

           Não têm os portugueses nada a ver com a destruição e desleixo que fui encontrar nesta minha primeira visita à ilha que deu o nome a Moçambique, e como li em Jornal de Noticias local de 12 de Set. de 2009 " a melhor vacina contra a guerra está na cultura e na arte". Também lá vinha: "A ilha de Moçambique continua a não se aguentar , com a sua coluna vertebral sempre a curvar em direcção à sua queda de velhice. Tanto se diz mas não parece  que haja algo concreto para adiar a morte natural da primeira capital do nosso País".  É um moçambicano que fala e por isso está tudo dito.... Os visitantes destas imagens que digam e pensem o resto. 

           O que  foi na ilha o famoso Sport Club de Moçambique (SCM)

  

           Foi um edifício dos grandes na cidade de Pedra e Cal...

          Ainda serve como tribunal

  

           A miséria enclautrada...

      Também na cidade de "pedra e cal" há coberturas de macúti

02.09.11

No meio da ponte

aquimetem, Falar disto e daquilo

          Após cerca de duas horas de bom rodar, por uma estrada razoável e marginada por uma sedutora e alargada paisagem rústica, deixamos para trás Cabo Delegado para atravessada uma bela ponte salazarista, sobre o rio Lúrio, entrar na provincia de Nampula. O destino agora é a Ilha de Moçambique historicamente a mais importante cidade moçambicana que descoberta por Vasco da Gama em 1498 passou desde então a ser ponto estratégico para iniciar a expansão para outras regiões do país e por isso capital de Moçambique colonial até 1898 altura em que Lourenço Marques, hoje Maputo, lhe tomou o privilégio.

 

           Em África é mesmo assim: não se mede as distâncias por km, mas sim por horas, dado que nas  partidas e chegadas o tempo é que determina e marca. O verde azulado com que se reveste o arquipélago das Quirimbas deixa de se notar logo a partir de Pemba para dar lugar a uma paisagem rusticamente dilatada por um litoral com afloramentos graníticos gigantescos a causar espanto.  Vai ser este o panorama durante mais umas  três horas de viagem que separam o rio Lúrio da Ilha de Moçambique.         

         Plantações de beterraba

          Terra à espera de braços.....

          Uma agulha no deserto.... para não dizer no palheiro. Estruturas industriais e comerciais

        Aqui  deixamos a estrada de Nacala para tomar e seguir a da Ilha. 

          Aqui um placar deixa ver o preçário das portagens da ponte para a Ilha

         A entrada na ponte

 

           E cá estamos nós, como o tolo no meio da ponte  

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