Fortuna para exportar
A chuva que diariamente de 5 a 13 de Julho caiu em Quelimane não favoreceu a minha estadia de quase três semanas ali de modo a poder aproveitar melhor o tempo na observação e contacto com o ambiente citadino e uma população predominantemente chuabo que generosa e paciente ao ritmo da ginga se movimenta impávida e serena. Semelhante, e que me impressionasse tanta bicicleta, em circulação, só em Florença senti um dia! Em toda a África não deve existir terra onde a bicicleta seja tão usada como na capital da Zambézia. Mesmo assim e graças ao Paulo, encarregado das compras e limpeza da casa, tive ocasião de ver e obter informação acerca do muito que a cidade de Quelimane tem para mostrar e ser admirada. Desse muito já a minha presença física deixou de poder beneficiar, pois acabou-se a temporada aprazada para a estadia.No dia 21, por volta das 21h, lá tinha o simpático Clemente à porta para me conduzir ao aeroporto da cidade. Na Av. Mao Tsé -Tung deixei com saudades entre outras amizades que ali fiz a salvadorenha Ema e seu compatriota Giovane, a portuguesa Carla, e o nativo Paulo Alberto, um lomwè de Mugeba (Mocuba), há mais de 10 anos radicado na capital provincial. Depois foi só ter paciência…, voar… e regressar a Lisboa. Assim: avião inicialmente marcado para as 21h30, foi já no dia 22, às 00h40, com paragem de 20mts na Beira, e chegada a Maputo cerca das 04h00. Deitar e às 08h30 fora da cama porque quem não dormiu que dormisse. Uma volta pela cidade, almoço na Feira do Artesanato, jantar na pensão e às 19h30 partida para o Aeroporto Internacional de Maputo, donde às 22h15, em avião da LAM, partimos directos a Lisboa, onde pela hora da origem de partida aterramos às 08h15 (07h15, hora portuguesa). Mas há que recordar: as coisas feitas com calma até costumam ser muito mais bem feitas, portanto se as imperfeições por vezes acontecem também se deve em parte aos apressados de dentro e de fora em fazer fortuna para exportar…