Acerca de cinquenta anos o aspecto paisagístico da vila de Mondim era mais ou menos este que se vê na foto: do Barrio até ao fundo da Serra, as habitações instalam-se do lado esquerdo da rua principal da vila, enquanto a margem direita se mantém fiel à rusticidade típica duma região tradicionalmente agrícola.
Mondim dos meados de Séc. XX
Os tempos mudaram, e hoje o terreno onde se cultivava milho, bom vinho e fruta em abundância foi, em boa hora, transformado em jardim, arruamentos e blocos de cimento armado. Não contesto apenas na qualidade de adversário das "pedreiras" lamento que pelo menos em vez da nossa pedra ir embelezar terras distantes alguma dela não dê brilho e encanto às ruas de uma vila em franco desenvolvimento.
O que era campo, transformou-se agora em jardim
Durante muitos anos um vulgar e insignificante município rural quase ignorado no interior de terras de Riba-Tâmega ou de Santa Senhorinha, nestas últimas décadas Mondim de Basto deu o salto de qualidade que nunca tinha conseguido para hoje se tornar numa das vilas e dos concelhos mais notáveis de entre Douro e Minho. Tudo graças ao dinamismo das forças vivas do concelho, sobretudo da vila e freguesia de São Cristóvão de Mondim que não perdem oportunidade para promoverem eventos que se prestem a dar da sede de concelho a melhor imagem e assim captar dividendos socioeconómicos para todos os mondinenses.
Mais um desses eventos começou há pouco a ser forjado para se mostrar obra feita e sedutora no lapso que vai entre 19 e 23 de Abril próximo. Aqui a iniciativa deve-se a Junta de Freguesia de Mondim de Basto, com a colaboração da Câmara Municipal e dos Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto, e o apoio do Agrupamento de Escolas, Mondim Cor artes gráficas, Romarigues , Rádios Locais, Jornais Locais e Água Hotels Mondim. O tema em cena dá pelo nome : "Contar, Cantar e Pintar Mondim" . Pretende ser uma jornada de homenagem, promoção e divulgação de todos os criadores naturais deste concelho. Na lista dos expositores constam autores como Mons . Ângelo Minhava , o poeta Luis Jales de Oliveira, o escultor Domingos de Oliveira e o colunista José Teixeira da Silva, figuras a quem muito deve Mondim de Basto. Mas a par destes outros nomes mondinenses ou não amigos da terra vão ser recordados no decorrer do evento, como o Dr. Eduardo Teixeira Lopes, Dr. Borges de Castro e Dr. Primo Casal Pelayo, este sem sombra de dúvida o mais notável historiador que primeiro se ocupou em conhecer a verdade histórica do concelho de Mondim de Basto e em particular da ermida do Monte Farinha. Além disso abriu as portas aos futuros historiadores, dando as fontes e as pistas de pesquisa que antes de 1968 eram desconhecidas dos estudiosos. Por isso os meus parabéns à organização deste evento porque além do mais sabe reconhecer.