Quando em meados da década de 60, do século passado, nos arrabaldes de Lisboa (São Lourenço de Carnide), visitei pela primeira vez, o Bairro do Padre Cruz, esta modesta, mas muito harmoniosa urbanização social tinha acabado há poucos anos de ser concluida. Embora pouco espaçosas e sem quarto de banho estas individuais moradias dum só rés-do-chão, eram um luxo para quem naquela altura as adquiriu, e ainda hoje a maioria de quem nelas habita as não troca por nenhum andar em moderno prédio horizontal. Não gostaria de trocar! Mas ao que parece a zona típica do Bº.Padre Cruz está mesmo condenada a uma cirurgia plástica, ou melhor dito, a uma forte injecção de tijolo e cimento armado. A Câmara Municipal de Lisboa, apadrinhada pela Junta de Freguesia de Carnide já decidiu avançar com um processo de requalificação do bairro, estando já prometido para finais deste mês, a abertura de um Gabinete de Reconversão, no respectivo local. Isto para dizer: que quando os profissionais da política entendem que o cidadão vulgar não tem querer, de pouco vale a vontade das minorias... Daí a opinião de quem ali vive quer há 13,18,23,42 ou 44 anos de nada ou pouco valer em defesa de um bairro que para identificação das suas ruas foi aos rios de Portugal, e seus afluentes, buscar a curiosa toponímia.Que ao menos em jeito de ligação do passado com o presente, este género de pedagógica toponímia se mantenha na zona a reconverter. Nas ruas ou nos futuros blocos de cimento