Ao Velho Continente
O dia 20 foi para arrumar a bagagem; e para despedida, mais um jantar na Pizzaria da Estação. No dia seguinte era o adeus a Quelimane, cidade que me deixou saudades e interesse pela sua história. Sempre dela falarei com simpatia e do seu povo também. Dos políticos, enquanto nada em contrário, mantenho a mesma opinião do Fernando Manuel, da Savana. Ampliar e ler.
Às 08h fora da cama, porque já se adivinhava um dia mais comprido...Ainda que em avião, viajar de Quelimane para Maputo não é o mesmo que fazer Lisboa/Porto. São cerca de 1600km por estrada, e pelo ar a distancia não deve ser muito menos, até porque habitualmente o avião faz escala pela Beira ou Nampula. Nesse dia, 21 de Julho, calhou a Beira, capital de Sofala. A hora de partida estava marcada para as 21h30, mas entretanto o nosso amável condutor às ordens e encarregado de antecipadamente transportar a bagagem e fazer o nosso check-in, regressou com a noticia de que o voo estava muito atrasado. Daí resultou mais uma foto deste acolhedor espaço que me deu guarida durante a minha estadia na capital da Zambézia, e trouxe no coração.
O Aeroporto de Quelimane fica do lado oposto à rua Mao Tse Tung, e aqui, ao lado, começa a rua ou Avenida do Aeroporto, portando depressa se percorre a distância que separa os dois pontos de referência. Para quem viaja, ordenam as normas aeroportuárias que em certos casos o passageiro esteja no aeroporto duas horas antes do embarque. Havia tempo, porem, esperar por esperar, nada como no sitio certo; até porque além disso, foi um modo de libertar mais cedo do serviço o nosso atencioso condutor, o amigo Clemente. Quando a objectiva colheu esta foto eram precisamente 21h30 e só muito próximo da meia noite é que chegou o avião para nos transportar, e que só levantou aos 00h20, com escala e paragem de 20minutos no Aeroporto da Beira.
O dia foi mesmo muito comprido...., durou das 08h do dia 21, às 04h10 do dia 22; hora a que chegamos à já nossa conhecida Pensão Sundown, em Maputo. Deu para repousar até às 08h30 e guardar o sono para gastar durante as cerca de onze horas que vai durar a travessia do Continente Africano, rumo a Lisboa.
Vista recolhida para as traseiras da pensão
Vista recolhida da porta principal da pensão. Em primeiro plano a sede da Frelimo, onde não faltam antenas...
O almoço foi na Feira do Artesanato, onde dei conta haver muitos portugueses a fazer o mesmo e que pelo palavreado...percebi eram operários de qualquer empresa portuguesa a trabalhar em Maputo. Findo o repasto, agora há que fazer horas até que se aproxime o momento de regressar a Portugal, e da nossa anfitriã dar as voltas que tinha a dar na cidade, antes de nos acompanhar ao aeroporto e voltar depois para Quelimane.
Por volta das 16h00 já aqui temos mãe e filha no recinto da feira a ver as capulanas e outros tecidos de adorno e decoração. E entretanto aproxima-se a hora de passar pela pensão, jantar, pegar nas malas e às 19h30 seguir para o aeroporto.
Com a papinha quase toda feita, mal dei conta das formalidades que um entrar e sair do país de origem obriga a respeitar. O ser viajado, o dominar mais que uma língua, o ser desenrascado e culto pesam muito no relacionamento social da pessoa. A sorte de beneficiar desses frutos que não cultivo é que não calha a toda a gente. É como os euromilhões...
Posso e devo considerar-me um felizardo que teve a sorte de ser levado a conhecer mais um grande país africano que oficialmente fala a nossa língua, e que em 32 posts procurei fazer um resumo daquilo que nos sítios e lugares que visitei mais me sensibilizaram, como por exemplo a Ilha do IBO, no arquipélago das Quirimbas, província de Cabo Delegado; a Ilha de Moçambique, na província de Nampula; Quelimane, capital da província da Zambézia; Catapú, posto administrativo de Inhmitanga, na província de Sofala; e Maputo, capital de província com o mesmo titulo e também capital de Moçambique. Sobrando ainda tempo para atravessar a fronteira de Massano Garcia e na África do Sul visitar o Kruger National Park.
Cerca das 22h locais o avião levantou voo, e passados breves minutos estava a sobrevoar o Kruger Park, deixando para trás o Oceânico Indico e lentamente se afastar da chamada África Austral, para apontado ao Deserto do Saara e depois de atravessado o Mediterrâneo continuar o seu percurso com destino à capital portuguesa.
Por volta das 07h já o avião andava há momentos a sobrevoar o espaço vizinho da Rainha do Tejo, onde não demorou no Aeroporto da Portela aterrar. Devolvendo à procedência um passageiro que maravilhado andou durante 30 dias por terras e enseadas que Vasco da Gama deu a conhecer ao Velho Continente.
-----------------------
PS
Faz hoje, 23 de Novembro, precisamente 5 meses que parti para Moçambique, e 4 que regressei a Portugal, de 23/6/ a 23/7/11. Fim da reportagem!