Camões perdoa e desculpa
Castelo Branco foi este ano a cidade escolhida para festejar o 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Presidiu à Comissão Organizadora das Comemorações o Dr. António Barreto, modelo de cidadão e de político honrado. No seu discurso de abertura ficou bem patente esse seu modo de ser, deixando fortes criticas aos que se servem dos cargos, em vez de servir no cargo. Frontal como é disse coisas como estas: " Tudo é novo! Novo é também o facto de alguns políticos não terem dado o exemplo do sacrifício que impõem aos cidadãos". Quem não se sentiu muito à vontade com os discursos do dia foi Sócrates que vaiado pelo povo, seu conterrâneo, à entrada da sessão solene, veio dizer no fim que não "faz comentários sobre politiquices ou política". Mais optimista e responsável no dizer e pensar esteve Passos Coelho, o futuro Primeiro Ministro de Portugal que com aquela serenidade dos verdadeiros líderes, desabafou: " Gostei muito de qualquer dos discursos, foram muito importantes, mas não vou fazer comentários".
A ideia que partiu do Sr. Presidente da Republica em festejar este 10 de Junho na cidade albicastrense é de louvar pois é também pelo interior beirão que deve começar a reconstrução de um País potencialmente agrícola e turístico que se deixou adormecer e acordou agora...sobressaltado. Por isso uma vez mais alertou Cavaco Silva: "Está na hora de mudar de atitude, de desenvolver uma estratégia clara de revalorização do País, incentivando e apoiando o espírito indomável daqueles que aqui vivem e trabalham". Como Passos Coelho, também eu digo: Todos falaram bem, neste dia de Camões cujo nome quase não foi citado nas cerimónias, porque ao momento político interessa mais as teses de um José Mattoso e de um Orlando Ribeiro do que falar de Camões aos portugueses. Mas Camões perdoa e desculpa