aldeia de Calomiapa
Em Angola o dia amanhece cedo, por volta das 05h30 já se circula com toda a facilidade e a partir das 07h00 todo o mundo mexe. No dia seguinte à minha chegada a Caimbambo, levantei-me cedo para do meu pouso (escritórios da AAA) apreciar o panorama à volta. A escola fica em frente, e por isso foi a caminhada dos alunos para as aulas, transportando o seu caderno e a cadeira ou banco, que mais preencheu o meu espaço de curiosidade e atenção.
Com um olhar meigo e triste, estes jovens não sabem o que é viver na abundância de bens materiais, quando a final são filhos e herdeiros de um dos mais ricos países de África! Mas que infelizmente os homens, seus irmãos, não têm sabido explorar por forma a todos contemplar.
Mas vamos a mudar de assunto, porque se aproxima a hora do almoço e de fazer a seguir, uma visita a Calomiapa, uma aldeia rural do interior do sertão, e que está na origem deste meu passeio até Caimbambo.
Ao contrário das fotos que ilustram alguns dos posts relacionados com esta minha reportagem sobre terras angolanas, as que seleccionei para ilustrar o presente post correspondem rigorosamente à data e hora em que foram tiradas. As outras também, só que por vezes com datas diferentes, mas por elucidativas as adaptei aos textos, onde constam. Fica a informação, antes de partir por um estradão, género picada, que ao cabo de uns bons 30 minutos de Jipe acelerado liga Caimbambo com a aldeia de Calomiapa.
Tomando a estrada em direcção ao Cubal, ao fundo da vila e antes de atravessar a ponte do rio Caimbambo ( em péssimo estado), um desvio à nossa direita aponta a rota que por Kotolo conduz à terra onde o conceituada soba Pedro é figura querida e respeitada.
paisagem do percurso
a caminho de Kotolo
aldeia de Kotolo
Depois de Kotolo
Vizinhanças de Calomiapa
Uma represa e piscina...
Zona que já deve ter sido muito rica, fértil é com certeza; mas só produz se com trabalho e cabeça...
Antes que me passe vou explicar porquê esta foto com um porco. Sendo as galinhas uma das principais fontes da economia domestica das famílias rurais angolanas, estando em conversa com um nativo adventista lembrei-lhe que podiam também incluir na lista a criação de porcos, como é tradição em Portugal. Foi então que esse meu amigo me confidenciou que os adventistas do sétimo dia, não comem carne desse animal. Ora como gato escaldado de água fria tem medo, logo que cheguei a Calomiapa e vi um "tó", a primeira coisa que fiz foi fotografar o bicho. No final da palestra que a Drª Gisela Pereira ali foi dar à comunidade sobre a doença de Newcastle- Otchiefu que " é causada por um vírus (um bichinho bastante pequeno) que ataca as aves de todas as espécies e de idades" contei a história a um dos presentes que com um rasgado sorriso me disse: "nós aqui somos cristãos, e temos Santo António por nosso padroeiro !". Para saber passear ou ler.
Aqui temos em semi-circulo a palestrante ladeada pelos pais e dois dos promotores da vacinação, na ponta direita o soba Pedro, o catequista e um outro convidado da aldeia.
Uma assembleia muito atenta aos ensinamentos
Aqui posando para a postoridade: Um promotor, o catequista, a Drª. Gisela, com a mãe de galinha ao peito, o soba Pedro, outro promotor e o interprete do dialeto regional.
Os homens do amanhã, desta aldeia de Calomiapa