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Portugal, minha terra.

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25.04.17

Paz à sua alma

aquimetem, Falar disto e daquilo

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“Tão cedo deste mundo te partiste …” O Ivo deixou-nos, e deixou também aquelas habilidades, sem igual de nos iludir artisticamente com as suas artes mágicas. Foi uma noticia muito triste que recebi do confrade Tony Klauf e me deixou abatido pois não contava ver o Ivo partir tão cedo deste vale de lágrimas em que somos passageiros. Há muitos anos que nos conhecíamos e por diversas vezes actuemos em festivais quer no Porto, Figueira da Foz e em Lisboa. Natural de Valongo, onde nasceu em 23/11/1955, o Ivo Sousa faleceu na sua terra natal, a 10/4/17, com funeral a 13/4/ e Missa do sétimo dia em 18 /4/ 2017. Casado e pai, o Ivo tinha feito recentemente exames de rotina e ao que se consta estavam bem, mas nem tudo que parece é. E no fatídico dia 10, apareceu já sem vida no seu quarto. Ao saudoso confrade a minha eterna admiração e saudosa memória. Que Deus o guarde em bom lugar porque o Ivo fez por ser um bom filho respeitador e obediente. Paz à sua alma.

 

25.04.17

25 de Abril

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Tenho a consolação de ter vivido o que muitos desses sabichões que em nossos dias por encarrapitados em lugares para onde o povo atirou com eles, são hoje papagaios a falar daquilo que não viram e muito menos sentiram. Quem ao amanhecer da manhã de 25 de Abril pode ser testemunha da saída dos chaimites, na Calçada da Ajuda, por volta das 06h30 senão eu, e os militares que sob comando do saudoso coronel Rameiras partiram do RC7 em direcção ao Terreiro do Paço? Civil, só eu.

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Quem no celebre 25 de Novembro estando no seu local de trabalho é surpreendido por um “Comando” em missão na tomada da Policia Militar, mandou uma bazucada contra o meu local de trabalho e só por milagre não morri, eu e o condutor do coronel Lemos Pires, ali à espera do patrão, reunido na PR? Assisti de perto ao desenrolar dos acontecimentos e das primeiras cenas de uma revolução feita por militares e aproveitada por oportunistas. O resultado está aí, com o povo, que mais ordena, cada vez mais desordenado....

 

25.04.17

O Sonho

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O Poeta e Prosador João de Deus Rodrigues

Não fora, como eu, um transmontano, poeta e prosador insigne, o 25 de Abril, este ano passava-me despercebido. Há 43 anos que espero ver cumpridas as promessas de vida melhor para todos os portugueses, mas afinal a conversa é sempre a mesma: “O governo anterior deixou isto na penúria!” Quem pobre era, pobre continua.Salvo os videirinhos da política, os corruptos, quem o ganhou em bom tempo e os que por vergonha partidária engolem o sapo. Empurrado pelo meu distinto amigo João de Deus, lá vou continuar o sonho, que acordado não consigo alimentar:


"O SONHO

Não matem o Sonho,
Porque ele merece viver.
O acordar seria medonho,
E podem-se arrepender.

VIVA ABRIL


João de Deus Rodrigues".

 

 

16.04.17

A «bomba atómica» de Jorge Sampaio lembra o carnaval da sua democracia

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte

Como não tenho dinheiro para comprar a biografia de Jorge Sampaio, elaborada por José Pedro Castanheira, limito-me a ajuizar sobre o interesse da obra, pelas recensões que vou lendo nos mass media.
Nas 1062 páginas deste mais recente volume que tem a chancela da Porto Editora e da Edições Nelson de Matos, Sampaio «fala da crise política por si gerida no verão de 2004, quando Durão Barroso abandonou a chefia do Governo e Pedro Santana Lopes se posicionou na linha de sucessão, contrariando a posição do PS e dos partidos da esquerda, que pretendiam eleições antecipadas».
Sampaio reconhece que voltaria a dar posse a Santana Lopes, apesar de não ter o poder legitimado por uma vitória nas urnas, mas o seu, então, chefe da Casa Civil, João Serra, nota que foi exigida "continuidade nas políticas", designadamente nas Finanças e nos Negócios Estrangeiros, e vetado o nome de Paulo Portas para esta última pasta».
Lê-se na mesma fonte que se «conhecia a ambição de Paulo Portas em ser ministro daquela pasta, mas devido ao seu passado eurocético, o Presidente alertou para as dificuldades em o nomear", refere João Serra. Portas terá ficado "magoado" por não ter chegado aos Negócios Estrangeiros, o que viria a acontecer, anos mais tarde, durante o executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
João Serra afirma também que foi Jorge Sampaio quem sugeriu o nome do embaixador António Monteiro, para chefiar a diplomacia e que Santana Lopes concordou de imediato».
O tom destes «episódios rocambolescos do consulado de Santana Lopes» continuam a ler-se nesta biografia, bem estruturada e redigida pelo biógrafo que se especializou neste género de obras referentes aos mais mediáticos personagens que ocuparam o alto cargo da Presidência da República.
Neste contexto se diz que Jorge Sampaio justifica a utilização da chamada «bomba atómica» com a alteração da situação política, no que é corroborado pelo seu conselheiro.
Ao ler, agora, o tom com que Sampaio fala de Santana Lopes faz-me recuar a 1990, quando ele era secretário geral do PS e eu tinha tomado posse de diretor do Paço dos Duques de Bragança. Guardo comigo a pasta dos 20 mil contos de prejuízo real que este Palácio e Museu Nacionais davam por ano ao Estado Português. O PS local fez saber ao Secretário Geral que eu pretendia corrigir essa situação ruinosa, depois de um estudo que gizei e que pus em marcha. Sabia eu que era possível abrir aquela unidade museológica, em todos os dias da semana e em todas as horas úteis do dia. Pedi autorização e fui autorizado, apesar de um quadro de pessoal reduzido a 50% do previsto no quadro. Recorri ao Centro de Emprego para destacar candidatos ao primeiro emprego, ou subsidiados com o perfil desejado. Com essa medida não gerei encargos, mas redobrei os lucros. Não havia um posto de vendas e destaquei dois guardas do museu que haviam sido carpinteiros a retirarem madeira da zona habitacional destinada a residência do diretor, transformando-a em balcão de vendas. Não existia qualquer roteiro, quer do Palácio, quer da cidade. E eu próprio os escrevi, com edição e tradução quadrilingue: português-francês- inglês e alemão. A Elo tinha essa autorização a nível de todos os palácios e museus. Ainda hoje esses roteiros são fornecidos, com 30% para receita do Museu.
Entretanto a Pousada de Santa Marinha da Costa fez-me uma proposta para explorar a zona presidencial, que desde 1959 até hoje, apenas em 39 ocasiões foi utilizada por alguns Presidentes, o último dos quais o Dr. Mário Soares. O PS local estava irritado com toda essa mudança. A minha proposta fora aprovada superiormente. A Enatur pagaria 100 mil escudos/noite, por cada uma das duas suites e 50 mil pelos 5 quartos intermédios. O Paço passaria a ter de lucro líquido mensal: 13.500 contos que nessa altura era muito dinheiro. Jorge Sampaio fez chegar um panfleto à cidade em que me censurava por estar a transformar a «Corte real» em cortes de bois, numa alusão metafórica aos meus tempos de pastor de vacas e da «vezeira».
Tão sórdida campanha levou-me ao desânimo. Apesar de chegar tarde, o despacho autorizou-me a por em prática esse projeto, em parceria com a delegação do Norte da Cultura. De qualquer modo quase dupliquei o número de visitas pagas, controladas por bilheteira. Os preços eram metade daqueles que se praticam hoje. O montante da dívida passou a montante do lucro, aquele espaço nobre passou a ser uma espécie da Casa de cultura. Entre a hora de encerramento e a hora matinal da abertura ao publico, o átrio e as antigas cozinhas, passaram a espaços alugados para convívios, cerimónias de casamentos, empresas e outras cerimónias.
Jorge Sampaio, cujo pai era natural do concelho de Guimarães, foi o primeiro a não utilizar a Residência Presidencial, no Paço e também o primeiro a não aceitar que o 24 de Junho fosse reivindicado como feriado nacional. Aqui mesmo disse que não mexeria nos símbolos nacionais. Mas o PS Vimaranense teve, mesmo assim, a coragem de colocar-lhe uma placa, junto à Estátua do I Rei. A democracia tem caras para todos os gostos.

13.04.17

Para já uma Santa Páscoa para todos.  

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Como tinha prometido, ontem lá fui até Benfica para no seu Mercado apreciar a festa do folar e do azeite que a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa ali levou a efeito com o apoio da Junta de Freguesia local. Foi um êxito, como aliás tem vindo a repetir-se todos os anos e eventos levados a cabo pela famosa casa regional, agora sob administração do dinâmico freixiense Dr. Hirondino Isaías, que tem por vice-presidente o meu amigo “Ni”, o Vasco Saldanha.

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Foi para mim, um Domingo em cheio, com Missa e procissão de Ramos, na igreja de São Lourenço de Carnide, ás 09h30, depois encontro no Mercado de Benfica, com o Doutor Armando Palavras, e no após deixar o Folar, deu tempo para ainda ir cantar os parabéns à minha conterrâneo Fátima Lopes que festejou o seu aniversário feito no dia 04. Um dia dos grandes e bem passados.

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 Nada ali faltou para alimentar o corpo e o espírito, são assim os transmontanos. Ah ! Faltaram lá caras que eu contava encontrar. Fica para uma próxima. Para já uma Santa Páscoa para todos.

 

 

 

 

 

12.04.17

Quem as faz que as pague

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 Em 2009, quando Guimarães soube que a ministra Isabel Pires de Lima, tinha promovido Guimarães a Capital Europeia da Cultura, aqueles que, desde 1990, esfregavam a barriga ao sol, graças ao poder totalitário que ali se instalara e que garantia tacho e penacho a alguns dos seus eleitores, redobraram, com a certeza de que, aqueloutros que não tinham tido esse privilégio sendo do mesmo clube político, iriam desforrar-se à mesa desse banquete, garantido até 2015, com os 111 milhões de euros provindos dos fundos comunitários e do orçamento geral do Estado, cinco anos de fartura. O «rei» da festa era o mesmo, acolitado por camaradas vips e alguns seus protegidos. Para encobrir essa festança foi congeminada a Fundação Cidade de Guimarães, para o que bastou encarregar um outro camarada da freguesia do Benfica, em Lisboa que se especializara no fornecimento de formulários para esse tipo «geringonças». Sendo Guimarães viveiro de muitos e bons juristas, logo esse ex-deputado que conhecera, anos antes na AR, o «rei» vimaranense, entregou 30 mil euros pelos estatutos da CEC. Estatutos feitos à medida do «dono disso tudo», O mesmo «reizete», por inerência de funções, passou a líder da CEC que convidou Cristina Azevedo, para diretora executiva, apenas dependente do dito cujo. Foi ele que estipulou os vencimentos e outras mordomias para todos os membros dos três órgãos, incluindo a senha de presença para ele próprio. Esses vencimentos vigoraram à volta de dois anos. E eram tão estapafúrdios que foram reprimidos e censurados no Parlamento. Baixaram 30% e, mesmo assim, ainda superiorizavam os do chefe de Estado. A dada altura Cristina Azevedo contratou o atual Presidente da Câmara de Braga, através de um contrato, a termo certo. Como ela não deu conhecimento ao «reizete», ele próprio, sem consultar os restantes membros do Órgão, despediu Cristina Azevedo. Este despedimento selvagem, enraiveceu o capataz e «dono disso tudo», apenas pelo facto de Ricardo Rio ser da oposição. Um tsunami nacional! Jorge Sampaio, que tinha sido convidado pelo «dono disso tudo», para Presidente do Conselho Geral, induziu Cristina Azevedo, a aceitar o despedimento, regressando à Neuronext. E que, posteriormente, seria ressarcida da diferença de vencimento. Ela aceitou mas pelo sim pelo não, pediu uma indemnização de 405.395,88 euros. E acaba de ser vencedora desse contencioso. O «saneamento político» que o «reizete» provocou, redundou em mais um «desemprego»: Carla Morais que fora contratada por Cristina Azevedo teve o mesmo desfecho. Carla Morais levou o processo até ao fim. Em Julho de 2016 o Tribunal dera-lhe razão, tendo de receber 206 mil euros que ainda estão por pagar. Do acordo conseguido após conversações, entre Jorge Sampaio e Cristina Azevedo, esta deveria receber 405.395,83 euros. Entretanto a CEC encerrou em 2013. As responsabilidades passaram para a Câmara. Mas o julgamento para ultimar os penduricalhos da CEC, só terminou em fins de Março de 2017. A Guimarães Digital confirmou a notícia do JN do dia 1 de Abril, informando que Cristina Azevedo reclamava uma indemnização de 422.544, 63 €, adiantando que a decisão ainda é passível de recurso, no período de 30 dias, a iniciar-se em dia 3 de Abril. Para já o Tribunal condenou a Câmara, a Direção Geral do Tesouro, mais o Gabinete de Estratégia Planeamento e Avaliações Culturais ao pagamento de 249 mil euros.
António Magalhães e Jorge Sampaio, deveriam ser responsabilizados por esses pagamentos. Quem as faz que as pague. É uma das obrigações da verdadeira democracia.

07.04.17

FESTA DO FOLAR, no Mercado de Benfica

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 Do Doutor Armando Palavras recebi um convite para no Domingo, dia 9, aparecer no Mercado de Benfica, onde a Casa de Trás os Montes e Alto Douro, de Lisboa, vai promover a FESTA DO FOLAR E DO AZEITE, com entrada gratuita. Lá estarei e convido os meus amigos que possam a estarem lá comigo. 

Não perca a oportunidade de experiênciar a cultura e sabores Transmontanos e Alto-Durienses! Junte-se a nós no Mercado de Benfica dia 9 de Abril a partir das 8.00!

 

04.04.17

Parabéns ao J. Teixeira da Silva

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O mondinense José Teixeira da Silva, popularmente conhecido por “ Zé Barroca” é daquelas figuras que conquistou a pulso a simpatia dos seus conterrâneos, e não só, por meio do gosto e jeito que desde jovem manifestou para as artes e as letras, que na pratica musical e labor editorial evidencia. Dele tenho à mão uma das suas obras de arrolamento e pesquisa  muito interessantes a  “BANDA FILARMONICA MONDINENSE-Subsídios para a sua história”, a que já fiz referencia a seu tempo, e hoje me apeteceu reler, em véspera do aniversário natalício deste distinto conterrâneo e amigo que faz, a 5 de Abril, os mesmos anos que eu só faço em Dezembro. Falta pouco para os dois carros. Da sua lavra deixo:


“O RELÓGIO DA VIDA

Fica o passar do tempo
Na paisagem,
Numa folha que passa,
E seca, e tomba...

Fica o tempo no tempo
Que não tem tempo
Nem idade
Para sustentar a sombra...

O relógio da vida
Que conta todas as horas
Bate com força no peito
E leva-nos a pensar...

Não com armas de vencido
P`la alma, sonho ou poesia
Mas com a certeza de viver
Sempre pela vida a lutar.

Fica o passar do tempo
Na paisagem,
Viva-se a vida em alegria
E que não seja, miragem...!

In "Acreditei..."

José Teixeira da Silva

02.04.17

Câmara de Guimarães condenada em 249 mil euros

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 Por: Barroso da Fonte


A autarquia Vimaranense, mais a Direção Geral do Tesouro e o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliações Culturais, acabam de ser condenadas a indemnizar Cristina Azevedo, no valor de 43.320, 39 mil euros pelo despedimento que António Magalhães assumiu ao despedir do cargo de Presidente da Fundação Cidade de Guimarães do cargo para que o próprio a tinha convidado. O Presidente do Conselho Geral da Fundação, Jorge Sampaio, solidarizou-se com o autarca Vimaranense e anunciou que se iria pagar àquela economista a verba que resultasse da diferença entre o que auferia antes e o que ganhasse no seu regresso à Euronext. Só que o seu posto de trabalho na Euronext, foi extinto. Pela extinção desse cargo foi indemnizada. E a verba foi descontada ao montante de 422 mil euros a que Cristina Azevedo tinha direito.
Só que o despedimento feito por António Magalhães, arrastou mais uma técnica: Carla Morais que fora contratada para Administradora financeira da Capital Europeia da Cultura. A mesma Fundação foi condenada a pagar 206 mil euros, que ainda estavam por liquidar. As três entidades, agora condenadas, terão que pagar conjuntamente, às duas técnicas superiores o total de 249.320 euros
A Guimarães Digital confirma a notícia do JN do dia 1 de Abril, informando que Cristina Azevedo reclamava uma indemnização de 422.544, 63 € e, adianta que a decisão ainda é passível de recurso, no período de 30 dias, a iniciar-se em dia 3 de Abril.
Recorde-se que a Capital Europeia da Cultura decorreu em 2012 e, aquando do seu encerramento, as três entidades, agora condenadas, assumiram, com a Câmara, essa responsabilidade. Sabe-se, também pela imprensa que alguns dossieres ainda estão pendentes da decisão que agora vem a lume.
Os 111 milhões de euros deram para muita festa e muita farra. Mas ainda se ignora o desfecho do «tal grande sucesso» que as televisões mostraram, na abertura e no encerramento.
A abertura e o encerramento foram os dois únicos dias do ano de 2012 que deram àqueles que, apenas viram pelos diferentes canais televisivos, o primeiro e o último dias da Capital Europeia da Cultura, em Guimarães.
Neste caso a televisão serviu apenas para enganar papalvos. A realidade foi o inverso: um fiasco.
Quem vive nesta cidade e neste concelho e não estivesse fidelizado ao partido do poder local, aceitava os incómodos, com o desarrumo caótico que se viveu nos anos de 2009 até 2012. Obras por todos os becos, gruas e máquinas da construção civil, numa barulheira infernal e sistemática; estacionamento inimaginável, Largo do Toural e centro histórico, numa espécie de Vale dos Caídos, como no pós - restauro de um sismo de grau 7. Para qualquer reclamação, logo vinha a eterna desculpa: aguenta que são obras para a Capital da Cultura.
Até que o ano chegou. Os residentes apenas tinham suportado e vivido quase três anos de inferno. Num ou noutro restaurante, viam-se grupos engravatados, carregados de sacos ao tiracolo, como se fossem escoteiros a preparar-se para acampamento.
Meia dúzia de prédios em ruínas, fábricas abandonadas ou em vias disso, viam-se em obras misteriosas,incluindo o antigo mercado municipal.
Ouvia-se dizer, aqui e ali, que tudo estava em preparação, para uma espécie de comício do partido do poder local, para mostrar as capacidades operativas dos 111 milhões de euros, vindos da Europa na sua maior parte e do governo central o restante.
O cérebro daquilo tudo era, por inerência, o presidente da Câmara que já se aguentava no comando da cidade, há cinco mandatos consecutivos e que não havia oposição que o destronasse, nem processo jurídico que lhe metesse medo.
Os Vimaranense andavam todos iludidos com o milagre dos 111 milhões de euros. Mas tantas esperanças, tanto ilusionismo, tanta fanfarronice, cedo começou a dar sinais de que a criança nasceria deformada. E resultou num monstro, esse parto mal sucedido. A festança deu congestão.
Lemos na imprensa de época que o capataz da cidade, a levar por diante, o auto-convencimento de que era o dono disto tudo, iria fazer companhia, na cela 43 ou 45 da cadeia de Évora, onde se encontraria, tempos depois, o seu camarada Sócrates. A CEC foi o maior branqueamento de dinheiros comunitários e nacionais que se operou à vista de todos. A cidade ficou com onze elefantes, com dentes arreganhados, à espera de presa para a sua fome. Desde a Casa da Memória, à Plataforma das Artes, desde a residência da Rua da Rainha, ao enjeitado Jordão, desde o arqueológico aquário de Couros, ao centro de Experiências da Pisca, desde o centro da arquitetura da Caldeiroa, aos solavancos aquáticos das Hortas, tudo cheira a corrupção, a incompetência, a malfeitorias que a justiça não quis ou não tinha competência para reprimir. Nem vislumbres à vista.
Esse capataz que tentou ser «o dono disto tudo», que saneou técnicos da oposição, que apadrinhou camaradas para todos cargos da festança, que comprou fábricas falidas para perpetuar a memória da cidade, foi condecorado pelo Presidente da República, na Cidade da Guarda. Mais uma «cavacada». O laureado passeia-se hoje, por aí, como rafeiro que não tem coleira para seguir o caminho da normalidade. Barriga farta, consciência impura.
Os 249.320 mil euros que a Câmara de Guimarães terá de pagar a Cristina Azevedo e a Carla Morais, deveriam ser pagos pelos seus responsáveis: da Câmara e do Presidente do Conselho Geral da Fundação. Aquele por sanear e este por prometer o que não podia cumprir.

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