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Portugal, minha terra.

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Portugal, minha terra.

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26.07.16

Vila e concelho de Ervededo (Chaves) em livro de

aquimetem, Falar disto e daquilo

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De Barroso da Fonte

 Dos cerca de 30 mil títulos que compõem a biblioteca que construí ao longo de meio século, há alguns especiais. Esses foram escritos por meus colegas do seminário, uns que já partiram, como: António Cabral, Nelson Vilela e Luís Coutinho; outros ainda vivos e ativos, como é o caso de Alípio Martins Afonso, Manuel Carvalho Martins, Lourenço Fontes, Armando Jorge e tantos outros a quem muito devo pelo muito que com todos aprendi. Refiro Fontelas, Perfil monográfico, 1970 que conservo como relíquia, tal como essoutros de meus condiscípulos que citarei noutra altura. O Alípio nasceu em Mairos, 7 anos antes de mim. Quando cheguei ao Seminário já ele usava batina e o recreio do meio, não permitia que convivêssemos tanto. Mas já ele se distinguia pela propensão para a escrita e para a história em que veio a licenciar-se na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Este Flaviense Transmontano sempre me serviu de referencial, quer como seminarista, quer como leigo, chegou a ordenar-se e a ser um pároco exemplar. Como eu poderia ter feito se tivesse prosseguido, ao fim de dez anos, certamente teria abandonado, como ele fez, por razões de liberdade religiosa. Talvez eu – se o tivesse feito – não conseguisse ser tão bom católico como ele tem conseguido sê-lo, como marido e como pai. E é por isso que admiro, muito, aqueles que, tendo frequentado o seminário e tendo-se ordenado, souberam manter a mesma fidelidade social, cultural e religiosa, como se tivessem continuado a opção clerical. Com grande dignidade, ele e vários outros que fizeram o mesmo, me edificam sempre que os olho e os reconheço, irrepreensíveis cidadãos em plenitude.
Teria que dizer isto publicamente, porque nunca me arrependi de ter abandonado e sido o que fui e como sou, sem moral para repreender seja quem for. Com todos aprendo e com quase todos, concordo. Mesmo com aquele me repreendeu em público, por causa de uns versos que fiz a uma amiga que mos pediu e que a mãe (dela) fez chegar às suas mãos. Preferi sair antes de ser expulso. Mas ele abandonou, casou e, já na qualidade de viúvo, requereu o regresso aos altares. Não lhe quero mal. Mas talvez ele que ainda é vivo, se lembre do ziguezague que fez e que foi mais sinuoso do que o meu.
Volto ao «livro de ouro» que o Prof. Alípio Martins Afonso editou em Março último e ao qual chamou «a vila da Torre e o Concelho de Ervededo». São 304 páginas deliciosas. Considero este seu livro, a obra que marca as «bodas de ouro» de autor. Como historiador profissional merece todos os elogios científicos. Tive o cuidado de ler com atenção tudo o que tem a ver com as primeiras informações, factos, datas e contextualizações historicistas. Recuou o investigador ao ano marcante da nacionalidade Portuguesa: 1096. Foi este o ano do casamento do Conde D. Henrique com D. Teresa. Com esse casamento restaurou o pai da noiva, o primeiro Condado Portucalense que fora confiado a Vímara Peres (em 868), como prémio da reconquista cristã e que terminou com o nono conde, Nuno Mendes, (em 1071), na Batalha de Pedroso, contra o Rei Garcia. 25 anos depois voltou esse território portucalense, Entre os rios Douro e Minho, a ser subtraído ao Reino da Galiza, para servir de dote a D. Teresa e a seu marido o Conde D. Henrique. Desse casamento nasce Afonso Henriques que na Batalha de S. Mamede, em 24 de Junho de 1128, cumpre o sonho do Pai (falecido entre 1112 e 1114, mas que a Mãe preferia manter galego, para gáudio do seu amante Fernão Peres de Trava. Obviamente, as fronteiras desse Condado, só mais tarde foram acertadas a norte e a nascente.
Nesta obra fala-se, sobretudo em divisões religiosas que, ao tempo, eram mais importantes do que as civis. A primeira referência à Paróquia de Ervededo, aparece em 610. S. Martinho de Ervededo, (padroeiro da Igreja Matriz). Fora condiscípulo do Teólogo Santo Agostinho. Por essa altura era a sede mais importante, em termos de poder religioso. O Couto de Ervededo devia obediência a Braga. Mas Ourense disputava-o. Neste livro se explica,exemplarmente, a evolução independentista do território Portucalense e do papel que as Terras a norte de Chaves tiveram no contexto do Reino.
Tudo o que decorre neste volume passa a ser uma fonte de citação obrigatória. Fazia falta. Esta matéria deveria ser de leitura obrigatória das escolas públicas. Porque quem aqui nasce, vive e gosta de viver, deve ter o direito de conhecer os bons e os maus relacionamentos que houve entre povos irmãos. Só pelo tratado dos limites se estabeleceram as fronteiras. Mesmo assim foram acertos aos ziguezagues e os «povos promíscuos», ainda mal conhecem as razões de serem do lado de cá, ou do lado de lá, quando se sabe que há cerca de 200 anos, pertenciam ao lado contrário do que hoje têm. A região do Alto Tâmega que se inscreve na zona de influência das vias romana, das termas de Chaves e Carvalhelhos, dos castros de Curalha, Pedrário, S. Vicente, dos centros urbanos de Grou, Gralhas, Ciade, Caladuno, de Braga, de Lugo e de Astorga são lugares comuns no período medieval.

21.07.16

O meu testemunho sobre a obra de Ernesto Rodrigues

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte

 Só em 19 de Junho de 2016 esbarrei com esta série de testemunhos sobre os 40 anos de Vida literária do Primeiro Presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes que foi Ernesto José Rodrigues. Conheci-o na década de setenta, através do énie que o Carlos Pires, ele e mais alguns jovens bragançanos, iniciaram e exercitaram para altos voos. Foi uma geração mais nova do que a minha. Eu já havia regressado da guerra, em Angola e fixara-me em Chaves, como coordenador do semanário Notícias de Chaves, onde criei o suplemento de artes e letras. Aí saiu alguma poesia dessa geração de poetas. O Carlos Pires só, agora, o revi neste documento do Leonel Brito. Ao Ernesto Rodrigues fiquei mais ligado desde que, já no fins do século XX, seu Tio Padre Videira Pires, me convidou a ir a Bragança, falar com ele, com vista a atribuir-me uma disciplina na Escola Superior de que ele era responsável. Almoçámos os três. E, antes que eu desse o meu aval ao convite para assumir qualquer docência, aleguei ser muito difícil ir 2 vezes, por semana, de Guimarães a Bragança, cuja distância era de 204 kms para cada lado. Com eventuais portagens,a deslocação seria negativa. Por nisso me limitei a agradecer a simpatia. Mas foi um bom pretexto para rever o académico, poeta e ensaísta que Ernesto Rodrigues já era nessa altura.
Em 2010 reiniciou-se, entre nós, uma progressiva empatia, telúrica, diretiva e literária. Esse reencontro deu-se com o ato formal da outorga da Academia de Letras: ambos fomos sócios fundadores e outorgantes. Ernesto Rodrigues foi eleito na primeira Assembleia, como Presidente da Direção e o saudoso Amadeu Ferreira, como P. da Assembleia. Ambos fizeram obra que marcou os alicerces da Instituição que Jorge Nunes inspirou e tornou possível. Desde essa altura pude confirmar os grandes recursos científicos de Ernesto Rodrigues, quer na literatura, quer na docência, quer no dirigismo. E, sobretudo na solidariedade, na hospitalidade e no respeito pela diferença. Marcou-me muito o convite que a Câmara de Montalegre lhe fez para ser o palestrante de honra na sessão solene que assinalou as bodas de ouro de autor, do José Dias Baptista e das minhas. Ambos ingressámos no Seminário de Vila Real, em 1952. Um e outro fizemos das Terras e das Gentes de Barroso, o tema privilegiado da nossa escrita poética e prosaica. Ernesto Rodrigues foi muito sóbrio, profundo e generoso. Sobretudo comigo. Nesse mesmo dia o convidei para escrever o prefácio do meu livro de poemas: Poesia, amoras & presunto, fruto do Prémio Nacional de Poesia «Fernão de Magalhães Gonçalves» que a Editora Tartaruga me atribuiu. A esse prefácio chamou «Um grão de humanidade». Nessas seis páginas demonstra aquilo que afirma logo nas linhas 11 e 12: «espanta, por isso, vê-lo ignorado nas antologias da guerra colonial editadas por nomes da Esquerda». Também na 1ª página desse prefácio escreveu ele: «Conheci Barroso da Fonte, só ao quarto livro, do seu pós-guerra: É preciso amar as pedras (1970). Estava eu no Mensageiro de Bragança, como estivera ele n'A voz de Trás-os-Montes, em Vila Real, ambos em letra de forma, ele aos 13 anos, eu aos 14, e ambos no seminário». Na 2ª página não esconde: «Quando, em 2011, organizei, com o malogrado amigo Amadeu Ferreira, «A Terra de Duas Línguas. Antologia de Autores Transmontanos», selecionei este poema, bem como «na praça pública»...
Nunca serei capaz de agradecer estas gratificantes palavras que um académico assumido da Esquerda, exarou neste prefácio e outras que proferiu, em Montalegre, dia 6 de Junho de 2015, na sessão solene das minhas bodas de ouro de autor. Já não terei, em vida, forma de retribuir a um dos mais lúcidos, sólidos e plenos intelectuais da sua geração, tão declarado apoio acerca daquilo que escrevi, em prosa e verso, nos 63 anos que levo de ligação ao jornalismo e à recensão bibliográfica. Mas não poderia eu omitir esta confissão, a destempo, quando tropeço com esta série de testemunhos gravados no site da Academia de Letras de Trás-os-Montes. São génios, como Ernesto Rodrigues, que fala pouco e que produz muito e bem, que geram o progresso, quando se pensa que já tudo foi dito e inventado. As muitas e engenhosas tarefas académicas que nele se concentram na Universidade que o soube aproveitar, garantem que Bragança vai ter, ao lado do Abade de Baçal, de Hirondino Fernandes, de Adriano Moreira e de Amadeu Ferreira, mais este Bragançano que já tem obra que baste para o busto que lhe está reservado no centro urbano de Mirandela e de Bragança. E até do coração da sua freguesia natal: Torre de D. Chama.

17.07.16

Em tempo de férias até dá jeito.

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Hoje já ninguém sabe se na viagem, no local de trabalho ou em sua casa tem a vida segura, o recente massacre de Nice e o golpe falhado da Torquia, são exemplo a ter em conta. Mas em contrapartida os portugueses podem se dar por felizes, além de Campeões Europeus de Futebol, primeiros em Atletismo, e agora Campeões Europeus de Hóquei em Patins é caso para não esquecer e festejar de forma exuberante. Se maneira melhor não houver para desenvolver a industria medalheira seja esta fomentada pelo Sr. PR que não tem tido mãos a medir a medalhar os nossos atletas campeões. Eu vou para ferias uns dias e não sei se por lá terei oportunidade de acompanhar o rodar do nosso cotidiano, mas na medida do possível vou fazer por isso. Comigo levo o que neste 17 de Julho já me deu para reflectir: 84 mortos, em Nice, pelo menos 265 na Torquia, e com um António Costa nos bastidores à espera que a conjuntura europeia dê uma ajuda. Se não der também se dispensa, o Zé tem cinto com buracos para apertar, e em tempo de férias até dá jeito.

 

17.07.16

Tribunais: tanto respeito para tanta desorganização

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Por: Barroso da Fonte

 Sempre tive pelos magistrados e pelos tribunais um enorme respeito. A toga preta que os titulares da justiça usam em julgamentos e audiências próprias da aplicação da Justiça, sempre me amedrontaram. Quando comecei a ir à vila de Montalegre (a sede do meu concelho), fixei na minha retina um ambiente quase sinistro. Volvidos 70 anos, ainda me arrepia o corpo e a alma. Em frente ao edifício da Câmara: o tribunal, a cadeia, o carvalho da Forca e o paredão da Casa do Cerrado. Nesse recinto se realizava a feira quinzenal do gado. Das aldeias chegavam os bezerros com cerca de 6 a 7 meses. Lá apareciam o Cinzas, o Barbudo, o Miranda e outros compradores que chegavam do Minho. Os preços por cada vitelo oscilavam entre as 17 e as 19 notas (de cem escudos cada). Meu pai já tinha comprador certo: o João Cinzas. Quase sempre oferecia 18 notas que era «dinheirinho sagrado» para os gastos essenciais, ao longo do ano. Outros vitelos eram comprados por negociantes habituais da zona do Minho. Juntavam esses vitelinhos em cortes de vila. E ao fim de cada feira, eram encaminhados, em manadas, por caminhos e atalhos que conduziam, com grandes dificuldades, até Braga e Guimarães, revendendo a talhos ou matadouros conhecidos. Conservo desses tempos recordações saudosas pelo amor aos bezerros que via nascer, crescer e partir para o abate fatal.
O cenário do Largo do Toural, mudou de sítio e de forma de comercialização. Em vez das «manadas», vieram as camionetas de transporte e o local da feira também mudou de sítio, tal como eu que deixei de ser pastor para ser estudante, militar e várias outras coisas, como esta de dar testemunho de como era no meu tempo e na minha geração.
Dessas más recordações me servi para não querer nada com tribunais, cadeias e funções afins. A primeira vez que entrei num tribunal foi em Chaves, num conflito entre clientes de dois advogados: Manuel Verdelho e o «Dr. Alheiras», cujo nome verdadeiro nunca fixei. As coisas «aqueceram» entre os dois juristas, de tal modo que eu, regressado de Angola, como oficial miliciano Ranger, disse aos circunstantes que, em dois anos de guerra, nunca assistira a cena tão peripatética.
Declaradamente fiquei mal impressionado com a experiência e, ainda que, como jornalista tenha sido arguido nalguns processos por «alegado abuso de liberdade de imprensa», nunca fui julgado, nem sequer admoestado, o que considero uma façanha para quem, como eu, sempre foi tão frontal como polémico.
A este propósito deixo aqui um certo sentimento de pasmo: o anterior governo – que eu saiba – atravessou um mandato de 4 anos sem que algum governante, político ou assessor, tenha processado qualquer jornalista ou órgão de informação. E muitas injúrias, nomes feios e acusações graves foram, publicamente feitas contra vários governantes. Já o mesmo não se pode dizer de membros do atual governo e de seus apoiantes, como o ministro da Educação e o sindicalista Mário Nogueira que já anunciaram processar alguém que os beliscou. Pela aragem...
Trouxe este tema à reflexão com os meus leitores pela notícia que tem circulado em jornais credíveis, como o JN de 21 de Maio, pela revista Gente da última semana. Nesta revista cor-de-rosa foi manchete, na capa, em duas páginas interiores. Na capa pôde ler-se: «Sócrates e advogados chocados- não queremos acreditar que isto possa ser verdade – Escândalo Festas Privadas no Tribunal – oficiais de Justiça divertem-se no local de trabalho». A revista usa letras garrafais e imagens com diversas pessoas como interpretes, facilmente identificáveis.
O JN mostra uma imagem elucidativa e escreve em título: «Vídeo de funcionárias judiciais faz furor nas redes sociais: Dança no varão sem inquérito disciplinar». Se a notícia vem confirmar que tais procedimentos afetam a (boa) imagem dos funcionários da Justiça, o que aí se lê, é que alguma coisa mais profunda e revoltante se passa com a Justiça e seus servidores.
«As funcionárias judiciais que improvisaram uma dança no varão no local de trabalho não deverão ser alvo de processo disciplinar». E esclarece: «o que fizeram durante a hora de trabalho, se ocorreu, é grave. Mas ocorreu há mais de um ano. E «o Código Administrativo não permite abrir inquéritos sobre algo que ocorreu há mais de três meses. Ora a cena terá sido filmada numa terça-feira de Carnaval, em 2013 e, durante o almoço. Vê-se bem que foi uma brincadeira»...
Mas os funcionários públicos, já por si, têm má imagem, por parte de quem a eles recorre. No caso concreto dos tribunais, as televisões mostram, nalgumas reportagens, as pastas espalhadas pelo chão, em cima de mesas mal arrumadas e acauteladas, face aos casos jurídicos que estão em segredo de justiça. Essas imagens vêm sempre ao de cima, quando, num caso como este, surgem cenas nada edificantes. As decisões políticas recentes, de fechar, de reabrir, de alterar serviços tão complexos, quase dá a entender que a justiça anda de rastos. E a justiça não é, nem pode ser uma bola de pingue-pongue.

16.07.16

Mais lembra o tempo da pedra lascada

aquimetem, Falar disto e daquilo

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Por: Barroso da Fonte

 No último Domingo um canal televisivo escolheu – e bem - a cidade de Vila Real para divulgar o Picnic Famílias que se repete há oito anos consecutivos e que pelo seu interesse regional, depressa galgou fronteiras e atingiu estatuto nacional Nasceu em Trás-os-Montes e é hoje uma referência nacional. As boas notícias acabam por impor-se. E Vila Real - onde ainda não terá chegado o mau hábito de registar, em nome pessoal, tudo o que cheire a dinheiro e a fama – está de parabéns por ter dado ao país uma ideia nobre relacionada com a família que tão maltratada tem andado. A autarquia Vilarealense tem estado atenta a todos os movimentos inovadores e deve exaltar-se esta evidência.
A Família estruturada é o alicerce da sociedade. Tudo o que por ela se faça é louvável. Ao invés quando ela nasce enviesada, tolheita, com desvios congénitos, a sociedade não deve rejeitá-la, mas sim proporcionar-lhe um estatuto adequado, que não colida com a normalidade.
No Jornal de Notícias de 6 do corrente, saiu uma notícia com este título:
«Marido de juiz pede 2,1 milhões pela sua morte».
Eu que entre 1975 e 1992 fui delegado regional desse matutino e que levo 63 anos de «João semana» no jornalismo de causas, tomava café nessa hora de leitura. E, na mesa do lado, três conhecidos professores universitários, aos quais pedi que me ajudassem a interpretar aquele título, entreolharam-se, riram-se e disseram: - pior do que isso este «marido juiz» exerce no tribunal desta cidade». Em caixa alta dessas 4 colunas, podia ler-se:
«Miguel Lopes, de 45 anos. Morreu atropelado por um comboio, em 2014 na estação de Esmoriz, em Ovar. O marido está a pedir uma indemnização de 2,1 milhões de euros à CP e a Rede Ferroviária Nacional. Ontem (5/7), no Tribunal de Aveiro, decorreu a audiência preliminar do caso, mas o autor da ação cível não chegou a acordo com os advogados das referidas empresas. Por isso, o caso segue mesmo para julgamento. O seu início ficou agendado para Novembro».
Foi a Lusa que difundiu esta notícia. Todos aqueles que pugnam, diariamente pela dignidade singular e comunitária, empenham-se, esforçam-se e suam as estopinhas, para terem o pão e a sopa com que se alimentam. Assim procedem todos aqueles que primam pela dignidade pessoal e da Família que produz riqueza, gera progresso e valoriza a sociedade. Face a esta notícia,pasmo por dois motivos inimagináveis.
Primeiro: como é possível deixar prescrever tantos casos jurídicos que envolvem arguidos de colarinhos de veludo e ter este sórdido incidente, em menos de dois anos, já em fase de julgamento? Segundo: Como é possível exigir o pagamento de 2 milhões e cem mil euros a favor de quem foi colhido mortalmente pela composição, que cumpria o seu horário regular, buzinando atempadamente, como se diz na notícia? Quem não cumpriu: - o comboio ou o atravessante da linha?
Este negócio é mais do que uma geringonça democrática. Se a moda pega e a lei continua a ser «cega, surda e muda» estaremos à beira do abismo final.

13.07.16

Ex-diretor de a Voz de Trás-os-Montes faleceu dia 11

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Por: Barroso da Fonte

Faleceu dia 11 e foi sepultado no dia seguinte. Completara 94 anos em 31 de Março. Veio ao mundo em Celeirós do Douro, concelho de Sabrosa. Foi ordenado pelo Bispo D. António Valente da Fonseca e celebrou a primeira Missa,em 31-12-1944. Mais tarde fez o Bacharelato na Faculdade de Letras de Lisboa e efetivou como Professor na Escola Secundária de S. Pedro, em Vila Real. Foi um dos mais conhecidos pregadores do seu tempo, ficando célebres os sermões que fez, em 1954, durante a visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, na sua peregrinação pelo distrito de Vila Real. Lecionou no Seminário de Santa Clara, no Colégio da Boavista, no Liceu de Vila Real, no Liceu Mousinho de Albuquerque, em Moçambique, onde foi Capelão militar, na Escola Secundária de Sabrosa e na Preparatória de Diogo Cão. Foi pároco de Provesende e de S. Cristóvão, Gouvães e Celeirós do Douro. Assistente religioso da UTAD. Foi presidente de Lions Clube de VR, colaborou com a Cruz Vermelha Portuguesa, Cofundador do Movimento 10 de Junho e cofundador da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, da qual foi capelão nacional. Foi igualmente sócio Fundador e dirigente do Gabinete de Imprensa de Guimarães, do Instituto Português da Imprensa Regional e da Associação Portuguesa da Imprensa Regional. Colaborou em diversos programas das rádio Alto-Douro, na Rádio Clube de Moçambique, na Rádio Universidade do Marão e foi o substituto do Padre Henrique Maria dos Santos, como Diretor deste Jornal. Foi com ele que a Voz de Trás-os-Montes deu o salto qualitativo que ainda hoje prossegue, para ser um dos mais conhecidos, influentes e disputados Semanários do País. Escreveu mais de uma dúzia de livros e, pelo que foi, como Padre, como docente, como orador e purista da Língua Portuguesa, bem merece da sociedade Portuguesa uma justa homenagem. Vila Real que tem mostrado grande sensibilidade em perpetuar a memória dos seus mais ilustres filhos, certamente irá perpetuá-lo na sua toponímia, assim como Sabrosa e Celeirós do Douro.
O padre António Maria Cardoso deixou uma vaga difícil de preencher no clero diocesano de Vila Real, no tocante à pregação. Dotado de palavra fácil, com uma diversidade verbal rica, fluente, sóbria e numa tonalidade de voz impressionante, fascinava quem o ouvia e quase inspirou «o ponto» que os pivôs televisivos e até políticos de proa usam hoje para os seus comícios ou recados mais ríspidos para com os adversários.
A dicção favorecia-o, o gesto bem treinado, reforçava a harmonia do discurso e tudo, naquele bem falante, era agradável de ouvir. Falava-se num Padre Luís Castelo Branco, parente de Camilo como possível mestre de António Maria Cardoso. Pessoalmente fui influenciado na ânsia de imitar o Padre Cardoso, já que não conheci o Padre Luís. Mas este pedagogo, professor, jornalista e dirigente associativo, ficará na retina de muitos jovens da minha idade que passámos pelo mesmo seminário e tivemos a sorte de o conhecer por muitos e bons anos. Homens como António Maria Cardoso nascem de século a século. E é também por isso que aqui deixo a este notável Transmontano a minha profunda gratidão.

08.07.16

Cadastrado- feito herói à força

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Por: Barroso da Fonte

Circula online nas redes sociais, desde a manhã de quinta-feira, 30 de Junho, a seguinte notícia: « a Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta quinta-feira de manhã, o director do Museu da Presidência da República, Diogo Gaspar, na sua casa por alegadamente ter cometido vários crimes económicos. É suspeito dos crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder, revela a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado. Diogo Gaspar será presente a um juiz de Instrução Criminal. O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ fizeram várias buscas na Secretaria-Geral e no Museu da Presidência, em Lisboa; no Palácio da Cidadela em Cascais (que também faz parte do património da Presidência), em várias residências particulares na área da Grande Lisboa e Portalegre. Ao início da tarde, em comunicado, a PJ informou que foram apreendidos "relevantes elementos probatórios, bem como diversos bens culturais e artísticos que, presumivelmente, terão sido desencaminhados de instituições públicas". A operação, avança, chama-se Cavaleiro. Esta investigação começou em Abril de 2015 e não foi a Presidência da República que fez a denúncia, sabe o PÚBLICO. Participam na operação oito magistrados do Ministério Público e cerca de três dezenas de elementos da PJ que investigam suspeitas de favorecimento de interesses de particulares e de empresas com vista à obtenção de vantagens económicas indevidas e suspeitas de solicitação de benefícios como contrapartida da promessa de exercício de influência junto de decisores públicos, refere a PGR no seu comunicado. Investigam-se, ainda, o uso de recursos do Estado para fins particulares, a apropriação de bens móveis públicos e a "elaboração de documento, no contexto funcional, desconforme à realidade e que prejudicou os interesses patrimoniais públicos", acrescenta. Diogo Gaspar, que está no Museu da Presidência desde o seu início, em 2001, era então Presidente da República Jorge Sampaio, foi condecorado pelo Presidente socialista e, em Fevereiro deste ano, por Cavaco Silva, com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago, numa cerimónia de Imposição de Insígnias.
Diogo Gaspar nasceu em Lisboa, a 23 de Abril de 1971, e foi também na capital, na Faculdade de Letras que se licenciou em História, variante de História de Arte, aos 22 anos Quatro anos depois, especializou-se em Ciências Documentais, opção Arquivo. Nessa altura, já havia iniciado funções no Instituto dos Arquivos Nacionais Torre do Tombo, onde chegou a ser coordenador do Gabinete de Leitura Pública. Em Setembro de 2001, nomeado pelo então chefe de Estado Jorge Sampaio, torna-se o primeiro e único coordenador do recém-fundado Museu da Presidência da República (só três anos depois assume o cargo de director, que não existia anteriormente). Também deu aulas na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, no Instituto Superior de Línguas e Administração, na Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas e no Instituto Superior de Línguas e Administração de Bragança. Em Março de 2006 foi condecorado por Sampaio com o grau de comendador da Ordem Nacional do Infante D. Henrique. Em Junho do mesmo ano, vence o Prémio Europa Nostra, na Categoria de Investigação, pelo trabalho desenvolvido no museu. Já este ano, em Fevereiro, Cavaco Silva condecorou-o com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago».
Moralidade pública: ubi est?
Até aqui transcrevemos os factos. Cabe-nos perguntar: que critérios foram usados para seccionar e condecorar, para lugar de tanta responsabilidade, um cadastrado que tem uma simples licenciatura em história e umas aulas na Universidade Lusófona que, na mesma manhã, é humilhada pelo Ministério da Educação, quando anula a licenciatura de Miguel Relvas, «acusando-a de falta de rigor nas informações prestadas publicamente, criando expectativas infundadas aos alunos, num processo em que se cometeram ilegalidades e não irregularidades»? E em que predicados se fundamentaram Jorge Sampaio e Cavaco Silva para, no mais solene ato anual que é o dez de Junho, condecorarem com os graus da Ordem Nacional do Infante D. Henrique (em 2006) e de Cavaleiro da Ordem de Santiago, pouco depois, por Cavaco Silva. Não será esta uma matéria essencial para acabar, de vez, com esta bandalheira, leiloeira, ou brincadeira democrática, em que mergulhámos todos».

 

06.07.16

Euro2016

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O Euro 16, tem as suas raízes na Taça das Nações Europeias que teve inicio em 1960. Mudado a designação para Euro em 1968. Com mais ou menos visibilidade...sempre temos dito : Presente!  E desta vez com muita força. Hoje Portugal está em festa, venceu o Pais de Gales por 2-0 e apurou-se para a final do Euro2016, ficando agora à espera do vencedor do jogo de amanhã França-Alemanha. Os marcadores foram Ronaldo e Nani, que em Lyon (França) alegraram os portugueses e em particular os imigrantes que aplaudiram e deram força à nossa selecção. Vamos a ver no próximo domingo

01.07.16

Revista aquae flaviae completou 30 anos bem contados

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De Barroso da Fonte:

As comunidades, rurais e urbanas valem pelos filhos que têm e pelas obras que produzem. Nos últimos anos Chaves fez das suas potencialidades acções de mérito. Na gastronomia viu universalizados os seus pastéis de carne. No campo da saúde ampliou as instalações balneares. No desporto viu subir de divisão o mais representativo clube de futebol da Província. Na cultura vai abrir portas a Fundação Nadir Afonso, com o seu Museu de Arte contemporânea. Mas nesta área há outras evidências que merecem aqui ser citadas, tais como: o 30º aniversário do Grupo Cultural Aquae Flaviae, o seu órgão científico que é A revista com o mesmo nome.
O 30º aniversário foi comemorado dia 17 de Junho com uma sessão cultural na Biblioteca Pública e com um jantar de confraternização dos associados que aceitaram inscrever-se. A sessão foi presidida pelo vice-presidente da Câmara Carlos Penas, ladeado pela Presidente da Direcção do Grupo Cultural e diretora da Revista Aquae Flaviae, Maria Isabel Viçoso, pelo convidado de honra Prof. António Rodriguez Colmenero, pelo Presidente da AG Alípio Martins e pelo sócio nº 3, António Manuel Alves dos Ramos que acompanhou mais de perto os 30 anos de actividade da prestigiada Associação. Na sua qualidade de técnico superior da autarquia.
O encontro contou com a presença de uma boa parte dos cerca de 700 sócios que receberam graciosamente, a edição 52. As 264 páginas reúnem: o editorial de 14 paginas, nas quais a directora explicita o percurso dos 30 anos da instituição, 28 dos quais com a saída regular de duas edições semestrais. Nessas primeiras páginas Maria Isabel Viçoso começa por invocar os importantes contributos dos já falecidos associados: Firmino Aires, João Baptista Martins e José Guilherme Calvão Borges, associados: 1, 2 e 16 respectivamente. Menciona de igual modo o sócio nº 35, Júlio Montalvão Machado que faleceu em 25/6/2012 e que dirigiu a revista até essa altura.
A seguir enuncia e insere a biografia dos actuais dez primeiros sócios que aceitaram escrever um texto alusivo ao tema e ao período da existência da publicação.
Esses autores aparecem nas páginas e com os temas que ocupam esses espaços, a saber:
António Ramos, nº1, fala de «Chaves – Destino Estratégico entre a página 23 e a 66; Luís Dias de Carvalho, nº 2, com o tema: «Campo da Roda – a sua problemática toponímica», da página 67 à 74;
Barroso da Fonte, nº 3, da página 75 à p. 114, falando de «Miguel Torga e Fernão de Magalhães Gonçalves, unidos para sempre em nome da literatura; Maria Eugénia Branco Teixeira, nº 4, reunindo meia centena dos seus sonetos mais ligados à temática Flaviense, desde a página 115 e a 148; Carlos Vieira Reis, nº 5, aflora « O vinho e o mosto – um exercício de intertextualidade», desde a página 149 à 184; Manuel dos Anjos Montalvão Machado, nº 6, que assina uma breve mensagem sobre a Revista «Aquae Flaviae» nas pp 1185 a 188; Alípio Martins Afonso, nº 7, aborda «0 500º aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, nestes 500 anos entre 1516 e 2016». É da sua lavra o espaço desde a página 189 e a 204.
Manuel José Carvalho Martins, nº8, assina o texto: «Chaves comprova o alfabeto Ibérico» para o que ocupa desde a página 205 e a 234; José Dias Baptista, aparece em 9º lugar, como sócio fundador, assinando «Um documento Notável – 1126, Couto Dornelas, em Boticas que fala deste antigo concelho do Baixo Barroso que já nos alvores da nacionalidade Portuguesa era muito citado pela influência que alguns dos seus naturais exerciam na Região do Alto Tâmega. O décimo colaborador desta edição da Revista, tem o número 25 de sócio fundador e, como foi presidente da Câmara de Boticas desde 1989 até 2013, envolveu-se, a preceito, na historiografia deste concelho do baixo Barroso, assinando um testemunho acerca de «Boticas: Terra de Guerreiros». Em 12 paginas ilustradas com figuras de Guerreiros, encontradas no Castro de Outeiro Lesenho e com trajes e adereços desses primitivos tempos, encerra o volume que acerta o passo com o semestre 52 da saída da publicação. A revista que aqui falamos foi criada depois de outras que se publicavam em Vila Real e em Bragança. Chaves não quis ficar atrás. A Brigantia sai, apenas quando Deus quer. A Tellus, teve dois directores de peso: António Cabral que já faleceu e que a criou e dirigiu, enquanto pôde. Depois António Pires Cabral que vem organizando uma edição anual.
Já depois de redigida esta breve nota chegou-me por correio uma separata, do belíssimo artigo do Dr. Manuel José Carvalho Martins, a que chamou Chaves Compra Alfabeto Ibérico. Desta separata fez uma tiragem especial de 300 exemplares «para os amigos, desejando que o leitor ultrapasse os meus 94 anos, para bem da cultura». Aqui lhe deixo um aplauso pelo muito que me ensinou.

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