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Portugal, minha terra.

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Portugal, minha terra.

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30.05.16

Na Casa do Alentejo

aquimetem, Falar disto e daquilo

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 No próximo dia 02 de Junho vamos poder assistir ao lançamento de mais um trabalho literário do poeta e prosador transmontano João de Deus Rodrigues, desta vez na Casa do Alentejo.

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 Só se algo de mau acontecer deixarei de estar ali presente ás 18h00 para nesse dia abraçar e felicitar o meu ilustre amigo, e convido daqui todos os transmontanos da diáspora residentes em Lisboa, mormente os naturais de Macedo de Cavaleiros a fazerem como eu, bem como os naturais de Pedrógão Grande, onde também por casamento ele está ligado.  

29.05.16

O “ Sousa” do Noticias de Basto, Albano Alves Borges

aquimetem, Falar disto e daquilo

 

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Albano Alves Borges ( N-13/01/1920 – F- 26/02/2016)


O Sr. “Sousa” do Noticias de Basto deixou-nos. Foi por este designativo que sempre tratei o saudoso Albano Alves Borges, um amigo que só nos finais da década de 50 conquistei e privei durante muitos anos com ele, quer por correspondência assídua, quer pessoalmente. Sempre que visitava Celorico de Basto, a visita à “redacção do Noticias" fazia parte do programa, e em tertúlia, antes de ir festejar o encontro com um “verdasco” da região, ali nos reunia-mos com outros colaboradores e amigos do jornal: o José Lopes e o António Senra eram os primeiros e os mais pontuais. O Sr. “Sousa” além de um excelente tipografo era também um bom apicultor. Foi a partir desta sua peculiaridade que certo dia um dos elementos do grupo após me ter ido esperar à estação do já inexistente Caminho de Ferro, e se lembrou de fazer uma partida ao bom do amigo “Sousa”. Não disse o que tinha pensado fazer para brincar com o nosso amigo, mas avisou, já na Rua Serpa Pinto, para ficarmos afastados da porta da tipografia e virados de frente para o Monte Farinha. Assim se fez.

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Entretanto correu até á porta da redacção e em porte muito sério e convicto chamou: ó “Sousa”, ó "Sousa", venha aqui fora ver que está ali a passar um enxame muito grande, que quer pousar. Logo o nosso bom amigo parou a impressora e aí vem ele usando da linguagem que só as abelhas entende: “apousa”, “apousa”, “apousa”, “apousa”. Só quando deu conta dos “marmelos” que estavam de costas é que viu ter sido ludibriado. Já todos foram à minha frente, e todos deixaram muitas saudades. Desta vez foi o Sr. “Sousa” , Albano Borges, que dado se desfazer do alvará do Noticias de Basto, e do jornal passar para outro proprietário, Joaquim Ferreira Torres, e a ser editado em Amarante , com a Flor do Tâmega, deixei de nele colaborar, e os contactos com o saudoso Albano Alves Borges foram diminuindo; também, devido ao desaparecimento de muitos dos amigos comuns que foram indo à nossa frente. Celorico deve-lhe muito e a todos quantos com ele combateram na promoção cultural, na informação e na defesa global dos interesses não só da vila e do concelho como de toda a região de Basto. Disso sou testemunha, dado que no Noticias de Basto e graças à generosidade do saudoso extinto ali iniciei a minha, já longa, carreira de publicista. E recordo que também alguns problemas com a Censura lhes criei, mas que harmoniosamente foram sempre resolvidos. Era avisado a tempo e logo se suspendia a publicação ou então em artigo seguinte dava-se a volta ao texto.... Homem honrado e honesto, simples e bondoso. Deixou rasto.
Foi graças a O POVO DE BASTO, de 29 de Abril, que tive a infausta noticia do seu falecimento, a 26/02/16, com a bonita idade de 96 anos, nasceu a 13 de Janeiro de 1920. Senti uma dor redobrada, a perda do amigo e o desgosto por não o ter visitado antes de falecer. São culpados os celoricenses que têm à mão instrumentos para noticiar e honrar os conterrâneos disso merecedores, e o Sr. Albano Alves Borges fez parte desse plantel. Aos familiares do saudoso finado, em particular ao filho e à filha os meus mais sentidos pêsames.

 

27.05.16

Se és sério não leias esta «geringonça»

aquimetem, Falar disto e daquilo

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 De: Barroso da Fonte

Escrevo este aviso na noite de «Sexta-Feira às 9», dia 20 de Maio. Quando me preparava para falar do Ministro da Educação e da guerrilha que gerou entre ensino público e privado, acabo por dar prioridade ao escândalo que a Jornalista Sandra Felgueiras confirma e aprofunda na RTP1 no programa Sexta-feira às 9.
Esta jornalista e a sua equipa vêm reforçando o tipo de jornalismo que eu aprecio e procuro seguir, desde 1953. Deve ter ela, como referências: Felícia Cabrita, Ana Leal e poucas mais. Mas estas três e outras (ou outros) que queiram ser jornalistas de referência, devem – como elas - denunciar, inquirir, incomodar, especialmente, muitos bem instalados que deveriam estar atrás das grades, como estiveram Sócrates, Oliveira Costa, Armando Vara, Godinho, e Vale e Azevedo, para citar apenas alguns exemplos mais mediáticos.
Há oito dias trouxera Sandra Felgueiras, ao mais temido programa da RTP1 a «bandalheira» que se passa com a administração do «Cofre de Previdência dos funcionários públicos». Uma cidadã que foi entrevistada no telejornal dessa noite, a propósito dessa lástima moral e social, disse que «deveriam estar todos presos».Eu diria o mesmo, embora desconfie que para alojar, manter e vigiar toda essa cambada, não chegariam todas as celas, quartéis militares, estádios de futebol, sanitários, latrinas e cavalariças, de norte a sul do país.
Dia 20, voltou a RTP1 a avolumar a corrupção não só dos órgãos diretivos desse «Cofre de Previdência dos Funcionários públicos», como de outro exemplo que mereceu um périplo pelo país, das colaboradoras de Sandra Felgueiras, numa reportagem que vai fazer doutrina nas aulas de comunicação social de qualquer universidade séria.
Quer a generalizada desonestidade que envolve os principais dirigentes desse «Cofre de Previdência», quer alguns dos esquemas que vários políticos utilizaram para multiplicarem colégios, cooperativas, escolas privadas, um pouco por todo o país. Estes casos lembram o polvo que, com seus tentáculos, envolve, afeta e generaliza a imoralidade que galopa, entre nós, em todas as classes e áreas da sociedade Portuguesa. Deveriam ser tratados como paradigmáticos da onda de contaminação que nos afeta, nos amedronta e nos desalenta em relação às futuras gerações.
Ficou a saber-se pelas reportagens que este tipo de práticas e nomes de líderes, pelo bom trabalho que a Polícia Judiciária tem vindo a realizar, que já não há classes intocáveis, nem líderes impuros.
Os dirigentes do «Cofre de Previdência», assim como os proprietários de alguns colégios foram altos quadros e conhecidos políticos que tiveram procedimentos reprováveis, valendo-se de influências estranhas e de métodos antidemocráticos que devem ser tratados como puníveis. Se não há leis ajustadas, urge legislar em consonância com a modernidade que nos é revelada pelos acontecimentos de cada dia.
Estas duas reportagens que a RTP1 exibiu devem servir de ponto de partida para a revisão da lei da criminalidade. Não bastará destituir os órgãos sociais no caso «do Cofre de Previdência dos Funcionários do Estado» ou deixar na sombra os políticos que exerceram cargos para prepararem o terreno que agora exploram e multiplicam, entre amigos e correligionários.
Importará distinguir o trigo do joio, porque há colégios e colégios. Aqueles que tiverem exercícios limpos, transparentes e de utilidade pública garantida, devem prosseguir a sua atividade. Aqueloutros que nasceram e se multiplicaram à pressa, a partir de situações de favor, não só devem fechar, como devem os seus responsáveis, sujeitar-se às sanções que o bom senso recomenda.
Não pode pagar o justo pelo pecador. De repente, muitos milhares de alunos, de todos os graus do ensino, interromperam as aulas e vieram para as ruas, com cartazes e gritos de protesto. Num quase fim de ano letivo, há prejuízos de todo o género para as crianças. Há transtornos materiais, psicológicos e profissionais para docentes e discentes. Ninguém estaria à espera deste tipo de distúrbios.
Mesmo que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, tenham encetado um período de cio político muito intenso, enigmático e de imprevisíveis consequências para o futuro da sociedade Portuguesa, não devemos, nem podemos fazer de conta que vivemos num mar de rosas.
A destruir a esquerda tudo o que a direita fez de diferente, trabalhar menos e pagar mais, comendo à noite o que se ganhou durante o dia, ou comprar fiado a contar com o euro-milhões, são receitas contaminadas. Com o ensino não deve brincar-se e muito menos com as crianças que são as primeiras e as maiores vítimas. As palavras «publico» e «privado», têm o mesmo numero de letras, de sílabas, de vogais e de consoantes. São antagónicas no significado. Mas ambas são democráticas, legítimas e próprias de uma sociedade plural. Atribuir-lhes adversidade é próprio de quem nasceu com maus fígados e não tem capacidade para manter-se ao nível do vizinho. Mais lembram cães famintos quando disputam um osso, mesmo que difícil de roer.

 

 

25.05.16

Daqui vai o meu abraço

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 No Sábado, dia 28, quem tiver oportunidade passe pela Biblioteca Municipal do município mondinense, que com o titulo MONDIM DE BASTO, vai sair mais uma obra do poeta e prosador Luís Jales de Oliveira. É ás 21h30, e cabe lá muita gente amiga do "Ginho" e apreciadora da sua vasta obra editada. Daqui me associo aos seus amigos e admiradores  que nesse fim de tarde se vão deliciar a ver outra pérola burilada com letras e fotos, certamente, pelo punho do conceituado autor, e actor, que muito honra a sua, e minha terra. Daqui vai o meu abraço  

24.05.16

A fazer lá uma visita

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Hoje, 24 de Maio, se estiverem em Guimarães passem pela Sociedade Martins Sarmento, e entrem, para admirar a exposição do pintor de artes plásticas António Carmo que às 16h30 será inaugurada com a presença do artista. A exposição vai estar ali patente até ao dia 17 de Julho, mas hoje é um dia especial. Daqui felicito o mestre Carmo, assim como a SMS; e convido os meus amigos a fazer lá uma visita.

 

19.05.16

BURROS ? SIM MAS SÓ DE NOME

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 Luís Jales de Oliveira

Neste meado de 2016 tenho o prazer de ver alguns dos meus amigos ligados ao mundo das letras, surgirem a dar conta da sua actividade editorial, com títulos novos que são pérolas que vêm enriquecer o nosso património cultural, e neste caso, em concreto, os autores afectos ao filão de índole maronês. No próximo sábado, dia 28, é o “Ginho”, que na Biblioteca Municipal da vila, vai com mais um titulo, agora MONDIM DE BASTO, fazer o lançamento e falar da terra e da região onde ambos nascemos. Parabéns Luís Jales de Oliveira.

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João de Deus Rodrigues

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 Já no dia 02 de Junho é outro seu similar, mas de Macedo de Cavaleiros e que na Casa do Alentejo, de Lisboa, vai fazer o lançamento de mais uma obra sua : BURROS? SIM, MAS SÓ DE NOME! Vai ser às 18h00 e só não estarei presente por motivo muito forte. O conceituado poeta e prosador João de Deus Rodrigues é um transmontano de alma e coração e, também, como eu, está ligado, por casamento, ao distrito de Leiria.  Aos dois amigos desejo os melhores e maiores êxitos, neste e em futuros lançamentos. 

 

18.05.16

Parabéns ao "Ginho"

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 Não vou poder assistir, mas daqui felicito o meu distinto conterrâneo, Luís Jales de Oliveira, o "Ginho", poeta e prosador insigne, com basta obra editada. Desta vez o titulo é MONDIM DE BASTO, e a sua apresentação vai ser na Biblioteca Municipal, cita na ladeira do morro da Senhora da Piedade, às 21h30 do próximo dia 28, deste mês de Maria. Um forte abraço de parabéns e votos de muitos êxitos no escalar e enriquecer com pergaminhos literários a colina bibliográfica da terra e região que nos viu nascer.  Felicidades

16.05.16

Jorge Golias explica descolonização da Guiné em livro ímpar

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 De Barroso da Fonte

Quem, como eu, pertenceu à geração dos capitães de Abril e não esteve na Guiné, esperou 42 anos para saber como se processou, aí, o movimento descolonizador. Finalmente um desses capitães deixou passar a ventania ensurdecedora. E, quando o vento abrandou e o bom senso prevaleceu, eis que surpreende pela lisura, clareza e precisão.
Jorge Golias, nascido em Mirandela, em 1941, habilitado com o curso da Academia da Arma de Transmissões, chegava ao aeroporto de Bissalanca, no dia 1-7-1972. A guerra do Ultramar começara em Março de 1961, em Angola. Depressa alastrou à Guiné e a Moçambique. Durante os cerca de 13 anos em que essa guerra se desenvolveu, foram muitos e irrecuperáveis os encargos, os protagonistas e até as reservas morais da Nação: pessoas, bens e valores históricos.
Ao cabo de 13 anos, a alma Portuguesa estava ferida de morte. E foi na Guiné que surgiram os primeiros sinais da rebelião e do inconformismo, a partir dos oficiais do quadro permanente. A causa próxima para despoletar essa rebelião foi o Decreto-Lei 353/73, do então ministro da Defesa, Sá Viana Rebelo que permitia a continuidade dos oficiais milicianos nas fileiras do exército, face à escassez do QP. O rastilho teve como consequência o golpe militar do 25 de Abril.
Nos 42 anos que entretanto decorreram publicaram-se muitas centenas de livros, fizeram-se muitas dezenas de filmes e promoveram-se milhares de entrevistas, debates, colóquios, seminários e até se deram aulas suplementares nas escolas públicas na tentativa de explicar essa viragem. Quase sempre a partir dos profissionais das armas que deixaram de ser precisos nos quartéis e se aposentaram, distribuindo-se pelas mais diversas actividades liberais.
Cada mais um livro que foi saindo do prelo era mais uma versão pessoal a pretender ofuscar e a sobrepor-se às anteriores. Esperava-se que depois do tufão surgisse uma obra temática que fosse mais explicativa, mais do interesse grupal do que do singular, mais de todos do que, apenas, do seu autor.
Essa obra chegou, agora, pela celebração dos 42 anos do golpe que pretendeu acabar com a guerra e com o regime político. Como testemunha viva e activa desse processo militar e político, fui dando eco do aventureirismo que foi transversal à sociedade portuguesa. Entre o extremismo de uma minoria militar de esquerda e, em menor número, da tendência contrária, prevaleceu o bom senso. Foram muitos aqueles que marginalizaram os oficiais milicianos que, competentemente, exerceram funções de comando, por escassez do Quadro Permanente. Foi por causa disso que, em 1982, ouvindo uma afronta, ao líder desse grupo, contra os milicianos, nasceu a ideia de construir o Monumento Nacional aos Combatentes que tombaram ao serviço da Pátria. Essa ideia foi assumida por oito associações que constam no sopé desse monumento, inaugurado junto ao Forte do Bom Sucesso, em 15/01/1994. Talvez nunca se tenha revelado esta verdade. Mas antes que leve este segredo para a cova, aqui o declaro, como aplauso ao livro que o Cor. Jorge Golias, me acaba de enviar com generosa dedicatória. Na última aba deste seu livro escreveu que «a descolonização da Guiné-Bissau tinha tudo para correr mal». E enuncia quatro itens:
«-os militares na Guiné, de todas as patentes, clamavam pelo «regresso imediato a Portugal»;
-o povo português em Lisboa gritava: «nem mais um soldado para o Ultramar»;
- o PAIGC, muitas vezes, não se entendia e dava ordens contraditórias e provocatórias;
- Spínola opunha-se ao reconhecimento e defendia um referendo de continuidade numa comunidade lusíada.»
Jorge Golias conclui que «a descolonização surge assim como uma síntese dos seus contrários, promovida pelo MFA na Guiné e pelo governador e comandante-chefe, com o apoio do MFA em Portugal».
Estas quase 400 páginas constituem uma espécie de ata de todo o processo revolucionário que Jorge Golias trata na p.61 como «primórdios da criação do movimento de capitães».
Na p. 59, em subtítulo, fala da sua outra guerra. E começa por explicar as razões pelas quais gastou «tantas descrições, técnicas, emotivas, divertidas e pouco compatíveis com uma narrativa político-militar?»
De imediato responde: «por um lado assim se perceberá melhor que a minha missão, ligada da NT, foi a minha primeira preocupação; por outro lado é sempre possível ver um lado positivo, dar alguma cor à narrativa e iluminá-la com umas pinceladas de bom humor».
Em Junho de 1973 decorreu no Porto o Congresso dos Combatentes do Ultramar que os profissionais das Forças Armadas em serviço na Guiné, interpretaram como iniciativa dos antigos oficiais milicianos mas que enfureceu alguns oficiais da linha Spínolista. Em 12 de Agosto seguinte, esses e outros descontentes conheceram a lei que abria as portas aos milicianos. Cerca de 20 oficiais analisaram no Clube de Bissau esse documento. Os assuntos abordados tinham a ver com aquela lei que lhes retirava a exclusividade de direitos. Nas pp 98/99 deste livro JG é explícito: «Participei na reunião, notando que os oficiais engenheiros não eram abrangidos pela medida punitiva do decreto. E foi essa condição que invoquei para dizer que o DL não nos lesava, mas que estava solidário com os meus camaradas de armas». Apelou a esse grupo de 20 oficiais lesados para «reunirem com mais recato e também para discutirem outros assuntos de interesse comum, como a situação da guerra no território. Aceite a proposta, marcámos nova reunião para a semana seguinte, dia 17 de Agosto, na Sala de Sargentos».
O autor esclarece que Otelo apareceu nessa reunião «com uma carta escrita num tom muito duro e inusual, dirigida a políticos e militares». Acerca do teor dessa carta começaram as intervenções e sobretudo os camaradas mais velhos, quiseram aligeirar o texto. Como esta terá sido a reunião mais mais decisiva do movimento dos Capitães e, até ao momento ninguém tinha esclarecido, com este rigor, os contributos positivos desse movimento, é gratificante ler, 42 anos depois, o testemunho na primeira pessoa deste Coronel Transmontano que, pessoalmente, apenas conheci em 25 de Março de 2015, mas perante quem me vergo, não obstante ser mais velho na idade e no dever cívico que cumpri na ZIN, em Angola como oficial miliciano Ranger.
É que ele assistiu, quase na condição de relator desta e de muitas outras reuniões desse movimento Histórico; nunca dele li qualquer reivindicação de vanglória ou exibicionismo; Mas leio-o, agora, a afirmar: «Intervim para dizer que estávamos ali a discutir, há horas, o texto e limando arestas, de tal maneira que a carta era, agora, quase uma carta de amor, quando devíamos ter discutido também a guerra em que estávamos envolvidos, e que só se podia resolver com um fim de regime através de uma revolução armada»... A reunião acabou ali, afirma Jorge Golias. Otelo disse «temos homem», mas criticou-me, dando a entender que tinha espantado a caça! Respondi que não, que apenas tinha separado o trigo do joio. Ora
esta é a primeira vez que, no seio do movimento de capitães, se falou em revolução». Adianta que «Otelo apareceu na reunião de 28 de Agosto seguinte, na mesma sala, com a versão final dessa carta que foi aprovada e assinada por cerca de 40 oficiais do QP, vindos de todo o território».
Em nota do rodapé (89) dessa página, esclarece que, mais tarde, numa reunião em Lisboa, Otelo invocou essa reunião, de 17/8/1973, perante o jornalista Adelino Gomes, como sendo o mais emocionante período de preparação do 25 de Abril».
Este livro do Cor. Jorge Golias, vem corrigir, aclarar e desmistificar muitas inverdades. Não cabe numa breve recensão de jornal regional ou mesmo de alguns blogues, dizer muito mais. Jorge Golias não é historiador, nem veste essa roupagem. Apenas presenciou, viu, ouviu, procurando, à distância de quase meio século, dar contributos para que, quando a História da Descolonização da Guiné-Bissau, for reescrita por profissionais isentos e rigorosos, se saiba quem fez o quê e com com que intenções.
Pessoalmente fiquei esclarecido. E até orgulhoso por ter a certeza de que este militar Transmontano não se calou em momentos decisivos da História da libertação dos países Luso-africanos.

Nota Final
Este livro vale também por nele encontrar e reencontrar «gente-nossa». Menciona o furriel Miliciano de Mondim de Basto, Luís Jales de Oliveira (64/ 66), publicando o «Beijo Negro», um poema prosaico que, com muitos outros, fazem dele um escritor de referência nacional. Cita também o soldado radio-telegrafista António Carmo, que pintou em 1973, as messes de oficiais e sargentos e, mais tarde, a tela da Arma de Transmissões, à qual estava adstrito. Essas cores tropicais, quentes e tipicamente africanas,conferem à sua obra pictórica uma conjugação harmoniosa que entre 24/5 e 17/7/2016 vão animar a galeria de Arte da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Curiosamente no dia em que chegou este best - seller, assinei no suplemento Cultura do Diário do Minho, uma recensão das Cartas de amor de Amílcar Cabral para Maria Helena Ataíde Vilhena Rodrigues, sua mulher e sua condiscípula na Instituto de Agronomia em Lisboa. Na p. 93, em pé de página refere a biografia deste líder Guineense que chegou a estagiar em Mirandela. Ela nasceu em Casas Novas, neta e filha de oficiais do Exército Português, nascidos em Sapelos-Boticas. Têm duas filhas: Iva Maria e Ana Luísa, ligadas à nossa Província. Estes pormenores devem devem ser transmitidos às futuras gerações, tal como o faz Jorge Golias neste livro, ao qual faço a minha continência.

13.05.16

30º aniversário da Fundação Lusíada – obra de Vilarealense

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De Barroso da Fonte

Sobre João Santos Fernandes li no posted by Paulo Salvador que «nasceu em Lisboa, mas esteve em Moçambique, conviveu com o irmão de Joaquim Chissano, fez parte da Comissão de Extinção da Pide/DGS e integrou o QG da Nato, em Bruxelas. Esteve ligado aos serviços de informações secretas. Um coronel que, sabendo mais do que pode contar, revela detalhes da história que por vezes nos escapam e abre alguns dos dossieres secretos de Portugal e África».
Este cidadão, com tão relevante percurso militar, académico, literário e cívico, alertou, por e-mail, os seus confrades da efeméride que ocorre no dia 13 de Maio. Quando numa comunidade envolvente como a Lusófona, se respira Portugalidade transversal à Lusofonia, com membros que se estimam, se respeitam e se revêm nos seus líderes, é prova inequívoca de que o mérito individual, não é palavra vã. Daí que seja legítimo aproveitar a coincidência deste aniversário para realçar o simbolismo da data, a partir do lamiré de um membro que nos convida a «cantar os parabéns a você». Revejo-me na mensagem recebida e, como não serei capaz de expressar-me tão fielmente, faço minha, essa mensagem que torno pública, contando com benevolência do confrade da Fundação Lusíada e da Ordem de Ourique, quando passam os 877 anos da Batalha do mesmo nome.
«Fazer anos, a 13 de Maio,no 30º Aniversário da Fundação Lusíada (1986-2016), com vasto trabalho realizado, publicado, partilhado e interligado com muitas parcerias, protocolos e partilhas nacionais e estrangeiras, guiando ainda uma Ordem de Ourique já com 15 anos, merece de todos nós uma prenda de grande amizade, reiterando ao Dr. Abel A.M. de Lacerda Botelho o que já lhe manifestámos de apreço este ano no Clube Eça de Queiroz.
Ao longo de uma carreira de advogado e de lavrador do Douro, ora com mais ou menos clientes com causas, ora com mais ou menos parra com e sem uvas, a sua filantropia e mecenato sem alardo social, a sua honesta irreverência nas palavras, mais na escrita que na oralidade, mas sem ressentimentos perante algumas injustiças que lhe tenho visto acontecer, fizeram-me amigo do «peito» de Abel Lacerda há muitos anos, desejando-lhe, nesta mensagem e com o augúrio da minha prece, que muitos e longos anos ainda continue a repartir connosco a seiva que nos tem unido a todos nós, conquanto oiçamos os seus queixumes que pouco participamos em encontros, pouco cliquemos os «sítios» da Fundação Lusíada e da Ordem de Ourique, não arregimentemos novos Membros para perpetuarmos este nosso legado que não pode morrer.
Neste dia 13 de Maio não é de uma prenda material que este «Patriarca» precisa, mas de uma palavra da nossa parte de alento, de gratidão e de esperança, dizendo-lhe que estamos presentes, pois, tendo eu vivido numa guerra e sendo um comandante ainda muito novo em África, sempre soube que para um ser humano, em momentos onde vacilamos perante um eventual (mas admissível) devir de vida de incerteza, risco e mudança é na solidariedade expressiva que a coragem e a esperança residem.
Muitos não puderam ver o brilho e a alegria do olhar de Abel Lacerda, em Vila de Rei, mas os amigos presentes sentiram a sua felicidade».
Gratificante lembrança esta do meu confrade da Ordem de Ourique, Cor. João Santos Fernandes. E honra ao ilustre Transmontano e Duriense Dr. Abel de Lacerda Botelho que tanto tem pugnado, pela difusão da Portugalidade, ora servindo-a como miliciano, ora investido, em bens pessoais, em profissionalismo e em esforço intelectual e físico para engrandecimento dos valores que têm a ver com o orgulho de ser Português

06.05.16

O jogo que pode dar / a vitória que nos falta

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 De: Barroso da Fonte

Na última edição da voz de Chaves, o habitual colaborador Sebastião Imaginário fez um apelo aos flavienses e simpatizantes do Grupo Desportivo, para terem paciência até ao fim do campeonato, porque já «poucas dúvidas existirão» quanto à subida à primeira liga. Tal feito é mais do que justo porque já na época anterior, estivemos com um pé nessa liga e, só um infortúnio de última hora, negou a concretização desse justo triunfo. Na presente temporada o GD de Chaves, o clube mais representativo de Trás-os-Montes e Alto Douro, andou sempre no primeiro lugar da subida, revelando-se o clube mais regular,mais qualificado e mais merecedor de ser promovido. Não pelas arbitragens ou fatores exteriores ao futebol, mas graças ao treinador que vai ficar na história pelo maior número de equipas que promoveu à I liga, ao público Flaviense e à Direção que nos últimos anos tem feito um trabalho que deve ser, publicamente, reconhecido.
Como sportinguista, Flaviense e Montalegrense veria chegada a hora de me sentir honrado na modalidade mais popular. Em cada uma das provas da I e II ligas e na distrital. Eu que sendo um leigo primário no futebol, tive a honra de formar a direção que levou o Desportivo de Chaves da III à II divisão, pela primeira vez na sua História de 56 anos. Esse feito foi na época de 1972/73. Foi uma época histórica porque ganhámos o campeonato nacional da III divisão. E, por compadrio federativo da época, o Desportivo viu-se desclassificado por corrupção primário do Lourosa e Valpaços, conforme o livro que publiquei em 2014 e se chamou: «Da Humilhação à Glória». Fui, nessa época, o único cidadão processado pela FPF, pelo que escrevi na imprensa contra aquele organismo federativo. E, já depois disso, voltei a ser processado pelo árbitro Armando Paraty, (que foi sepultado no dia em que escrevo esta nota), pelos «roubos» descarados num jogo entre o Desportivo e o Boavista. Tenho, pois, boas razões para gostar do GDC e ter escrito a letra do Hino do Clube, no ano em que fez bodas de prata (1974). Essa letra teve e tem Música do saudoso Carlos Pereira. Inicialmente foi cantada pelo «Bio». E, mais tarde, interpretada pela Ágata, com edição da empresa à qual ela sempre esteve ligada.
Sucedeu que a par da sua boa intenção (que louvo e agradeço), cometeu a discográfica, um erro grave: «onde escreveu letra e música populares», deveria ter escrito: «Música de Carlos Pereira, letra de Barroso da Fonte, cantadas por Ágata». Não teriam os autores exigido direitos de autor, revertendo esses direitos a favor do Grupo Desportivo de Chaves. Pessoalmente, depois de um ano inteiro de preocupações, de despesas e de tempo gasto, seria o meu contributo para sempre ao clube pelo qual me apaixonei e ainda sofro quando perde. Quando fui vereador do Desporto, em Guimarães e o Chaves jogava com o Vitória de Guimarães, em pleno Estádio Municipal que eu representava, batia palmas ao Chaves, fato que me mereceu algumas inimizades.
Este ano sonhei que o Sporting, o Chaves e o Montalegre, me retribuíam com o mérito de vencedores das 3 classes. Para já só o Montalegre me deu esse prazer. Espero que no jogo com o Portimonense o Desportivo, ao qual mais me dediquei, me retribua esse preito, subindo de Liga. A sua subida terá a contrapartida de entre o Sporting e o Chaves, preferir, enquanto primo-divisionário, o representante Transmontano.
É com esta satisfação incompleta que escrevo este oportuno desabafo, através do qual solicito ao aos atuais e futuros jornalistas que, quando usarem as quadras do Hino, como aconteceu na edição de 29 de Abril de A Voz de Chaves respeitem o que eu escrevi e não aquilo que aparece na voz de Ágata. Nas 2 quadras que de boa fé transcreveu há dois erros: no 3ª e 5º versos.
Vejam-se:
Vamos, rapazes, ganhar
com o calor desta malta
o jogo que pode dar
a vitória que nos falta

Somos de Chaves e unidos,
como valentes serranos,
jamais seremos vencidos,
porque somos transmontanos.

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