O valor a quem o tem !
Há quem não goste, e mais tarde acabe por gostar... Estou a lembrar-me do que aconteceu comigo em miúdo: os troços de couves, no caldo, agoniavam-me e só obrigado à força os conseguia comer. Mais tarde, já adulto, passei a chamar-lhes um figo! Somos assim. Isto foi-me despertado pelo que acerca de Salazar vs Cunhal, da autoria de Rui Pedro Batista, li no Metro, do passado dia 5: <São sempre redutores, pequeninos, intelectualmente menores os que catalogam. Os da esquerda são assim, os da direita são assado, os católicos isto e os muçulmanos aquilo. As mulheres preferem desta maneira e os homens daquela. Como se fosse possível pegar em massas de gente, aplicar-lhes um rótulo e traçar-lhes assim o perfil, um comportamento tipo, e portanto previsível, e finalmente um destino.
Serve esta introdução para abordar um dos temas que por estes dias apaixonaram muitos portugueses. A escolha do vencedor do programa da RTP1, "Os Grandes Portugueses". Acredito que na recta final se vão encontrar duas grades figuras recentes da nossa história colectiva: António de Oliveira Salazar e Álvaro Cunhal>.
Nasci com Salazar, e por culpa dele ou da raça de gente a que ambos pertencemos, sofri as mesmas passas-do-algarve que todos os portugueses desse época. Mas nesta condição: não fomos cobardes, não fujimos nem renegamos a Pátria. Por isso entendo que comparar Salazar com Cunhal é desonrar o História de Portugal. Mas é isso mesmo o que estes nossos democratas tentam fazer. Áh Grande Alberto João! De quem ainda não há muito escrevi : " ...sem ele a Madeira continuava "sã", sem "bicho", mas por certo semelhante ao continente: sem túneis nem viadutos que em prol do desenvolvimento regional liguem com rapidez e segurança o litoral com o interior urbano e rural". O valor a quem o tem !